Maserati – Estado da arte
O superesportivo MC20 faz a Maserati entrar em uma nova era, combinando desempenho e luxo ao estilo da marca de Modena
- Data: 15/09/2020 14:09
- Alterado: 15/09/2020 14:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix
Crédito:
A Maserati entra em uma nova era com o MC20 – acrônimo de “Maserati Corse e 2020” –, o supercarro que combina desempenho, esportividade e luxo ao melhor estilo da marca italiana de Modena. O superesportivo foi apresentado agora em setembro durante o evento “MMXX: Time to be Audacious” (“hora de ser audacioso”). O MC20 é um modelo de dois lugares com o novo motor central Nettuno 3.0 V6 turbo com 630 cavalos de potência, torque de 74 kgfm e conectado a uma transmissão de dupla embreagem de 8 marchas que envia potência para as rodas traseiras por meio de um diferencial de deslizamento limitado. Conforme a fabricante, o “powertrain” é capaz de acelerar o superesportivo de zero a 100 km/h em apenas 2,9 segundos e chegar à velocidade final de 325 km/h, números que quase competem com os atuais carros da Fórmula-1. Esse propulsor assinala o regresso da Maserati à produção de suas próprias unidades motrizes após vinte anos. O MC20 terá na sequência versões híbrida e 100% elétrica. O modelo a combustão tem preço equivalente a R$ 1,1 milhão.
O MC20 é um superespotivo extremamente leve, com menos de 1.500 quilos, e tem a melhor relação peso/potência de seu segmento, com 2,33 kg/cv. Isso foi alcançado pelo uso de materiais de qualidade criteriosamente escolhidos, explorando todo o potencial da fibra de carbono sem qualquer sacrifício ao conforto. O Nettuno, o primeiro motor nesse novo capítulo da história da marca do Tridente, é considerado como uma joia tecnológica e que coloca o MTC (Maserati Twin Combustion) – um sistema de combustão desenvolvido pela própria marca – na vanguarda de sua categoria. O MC20 tornou-se um modelo revolucionário e um símbolo da excelência italiana em construir “obras de arte” sobre rodas. O carro foi concebido em Modena e será produzido na fábrica de Viale Ciro Menotti, na qual foram montados os principais modelos da marca, há mais de oitenta anos. Na linha de montagem eram produzidos até o ano passado o GranTurismo e o GranCabrio, Na repaginação da unidade, foi acrescentada uma nova área de pintura com tecnologia de ponta e amigável do ambiente. No mesmo local é feito o motor Nettuno, no recentemente construído Maserati Engine Lab.
O design do MC20 foi elaborado em mais de dois anos, utilizando uma abordagem inovadora e a união de três centros tecnológicos da Maserati, o Innovation Lab, o Engine Lab e o de designers do Style Center. O Sistema Virtual Vehicle Dynamics Development utiliza um dos mais avançados simuladores dinâmicos do mundo e tem como base um complexo modelo matemático denominado “Virtual Car”. Esse método viabilizou que 97% dos testes dinâmicos do MC20 fossem feitos via computador, otimizando o tempo de desenvolvimento do carro na prática. O superesportivo teve mais tempo, então, para ser “afinado” na melhor tradição da Maserati, com combinação de testes de condução em pista e estradas nas mais variadas condições de utilização. O eixo temático do design do MC20 foi a identidade histórica da Maserati, com a elegância, o desempenho e o conforto integrados na sua “composição genética”.
O foco na performance levou à concepção de um automóvel com uma personalidade única, dotado de formas singulares. As portas, com abertura do tipo asa de borboleta, não têm apenas função estética. Elas melhoram a ergonomia do veículo e garantem também um acesso mais tranquilo à cabine. A aerodinâmica foi elaborada em mais de duas mil horas de trabalho no túnel de vento da Dallara – uma das maiores construtoras de carros de competição e atualmente produtora de todos os “bólidos” da Indy e da equipe norte-americana Haas da Fórmula-1. Foram feitas ainda mais de mil simulações de CFD (Computational Fluid Dynamics), que permitiram a criação de uma genuína arte em termos estéticos. O MC20 tem uma linha esguia, desprovida de apêndices móveis e com apenas um discreto defletor traseiro para melhorar o “downforce” (pressão aerodinâmica que ajuda o carro “grudar” ao chão) sem se distanciar da beleza. O Cx é inferior a 0,38. Toda a carroceria do esportivo tem linhas e superfícies “limpas”, no “jargão” do automobilismo.
Dentro do habitáculo, o motorista é sempre o elemento-chave no MC20, e nada deve distraí-lo na experiência de condução esportiva. Cada componente dos painéis tem uma função primordial e está totalmente orientado no sentido do condutor. Conta com duas telas de 10 polegadas cada uma, com “touchscreen”, uma para o painel de instrumentos e a outra para o Maserati Multimedia Sistem. A simplicidade é, mais uma vez, a pauta dominante no console central revestido de fibra de carbono, com comandos para o carregamento de smartphone por indução, o seletor de modos de condução (“GT”, “Wet”, “Sport”, “Corsa” e um quinto que desliga ou ativa os controles eletrônicos de tração e de estabilidade, deixando o carro arisco e totalmente na mão do motorista/piloto), um botão de seleção de velocidade de cruzeiro, os acionamentos dos vidros elétricos, as funções do sistema de multimídia e até um de regulagem do apoio de braço. O MC20 está permanentemente conectado por meio do programa Maserati Connect. Um completo leque de serviços inclui navegação, assistente pessoal Alexa e Wi-Fi e pode ser controlado pelo App Maserati Connect para smartphones.
Para o lançamento, o MC20 terá seis novas cores: Bianco Audace, Giallo Genio, Rosso Vincente, Blu Infinito, Nero Enigma e Grigio Mistero. Elas foram concebidas exclusivamente para o modelo e todas têm uma forte referência com o “Made in Italy” e ligadas à identidade e à terra italiana, bem como à tradição da Maserati. Tanto no visual quanto no conceito, existem referências indubitáveis ao MC12, o automóvel que marcou o regresso da Maserati às competições em 2004. Da mesma forma que seu antecessor, o MC20, com sua evidente alma esportiva, anuncia uma nova volta às pistas, embora seja um carro destinado para as ruas e estradas do cotidiano. As dos países civilizados, naturalmente.