Márcia Ébano celebra 18 anos de trabalho na Saúde e solta a voz contra a violência
Nas horas vagas, a técnica em Vigilância em Saúde deixa a sua veia artística sobressair
- Data: 27/11/2023 13:11
- Alterado: 27/11/2023 13:11
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Márcia, servidora na rotina de vacinação de animais
Crédito:Divulgação/SMS
Foi com o nome artístico Márcia Ébano que a servidora Márcia Silva Santos subiu ao palco do anfiteatro da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) para se apresentar no Sarau do Servidor, organizado pela Coordenadoria de Gestão de Pessoas (Cogep), no fim de outubro, para comemorar o Dia do Servidor Público.
“Quando recebi esse e-mail com a oportunidade para me apresentar, não pensei duas vezes”, conta ao confessar o nervosismo toda vez que se vê diante do público.
Neste ano, Márcia completa 18 anos na Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Começou como agente de endemias e, há quase quatro anos, atua no Registro Geral Animal (RGA), na Unidade de Vigilância em Saúde (Uvis) Santo Amaro/Cidade Ademar, onde além de registrar os animais domésticos, os vacina contra a raiva e encaminha para o serviço de castração. Em setembro último, ela obteve o título de técnica em Vigilância em Saúde com ênfase no combate às endemias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A origem no samba
Foi com a mãe, Iracema, que a técnica em Vigilância em Saúde desenvolveu gosto pela música. Elas cantavam no coral da igreja, mas também ouviam Alcione e Beth Carvalho em casa. Já adulta, fez incursões pela noite paulistana cantando samba de raiz. Após alguns anos afastada dos palcos, voltou a se apresentar. Dessa vez também como compositora. A música “Quem bate esquece”, escolhida para sua apresentação no sarau, foi baseada em uma situação de violência doméstica que ela mesma vivenciou. “Eu compus na expectativa de que essa canção pudesse servir de exemplo para outras mulheres que passam por essa situação. Tento abordar o assunto com leveza, mas enfatizando que existe saída”, diz.
Dos tempos de trabalho externo, ela tem uma porção de histórias para contar. “São boas as lembranças da comunidade que recebe os agentes em casa e até passa um cafezinho, mas há as não tão boas assim. Tem gente que se sente desconfortável, não deixa os agentes entrarem, acha que estamos invadindo seu espaço”, relembra.
A servidora confessa que havia dias em que não era fácil fazer as rondas no território, mas ela se fortalecia ao reconhecer a importância de evitar que as pessoas ficassem doentes. “O meu trabalho tem a ver com a prevenção. Quem já teve dengue sabe o quanto é sofrido, a imunidade baixa pode dar chance para outras doenças oportunistas. E a raiva não tem cura. Então, é claro que eu tenho orgulho em fazer parte dessa equipe da Prefeitura de São Paulo”, celebra.
Nas horas vagas, Márcia deixa sua veia artística se sobressair. Além de ser apaixonada por música, ela também gosta de pintar. “Fiz aulas muitos anos atrás, mas os últimos quadros pintei sozinha. Crio a partir de imagens ou lugares bonitos que visitei, como foi o caso do Mirante dos Golfinhos, em Natal, no Rio Grande do Norte.”