Made in Brazil: os atores e atrizes que fazem sucesso no exterior
Foi Carmen Miranda quem colocou o Brasil no mapa e agora uma nova geração de atores começa a fazer sucesso em Hollywood
- Data: 29/01/2018 10:01
- Alterado: 11/08/2023 20:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Lilian Trigo
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Durante décadas, as únicas referências sobre o Brasil em Hollywood eram Carmen Miranda, Zé Carioca e a Aquarela do Brasil. Nos anos 80, foi a vez de Sonia Braga desembarcar na terra do cinema. Com um currículo invejável, de mais de 40 produções americanas, incluindo filmes e séries, Sonia fez tanto sucesso que foi indicada para três Golden Globe e um Emmy.
No final dos anos 90, não foram os atores brasileiros, e sim os diretores que alcançaram sucesso. Walter Salles e Fernando Meirelles são bons exemplos. “Central do Brasil” ganhou o Urso de Ouro no festival de Berlim, o reconhecimento tanto da critica quanto do público nos festivais de San Sebastian e Sundance e ainda recebeu duas indicações para o Oscar como melhor filme estrangeiro e melhor atriz para Fernanda Montenegro. Nos anos seguintes, Salles dirigiu “Diários de Motocicleta”, “Água Negra” e “Na Estrada” – baseado no livro do escritor Jack Kerouac – e trabalhou com atores importantes como Gael Garcia Bernal, Jennifer Connelly, Amy Adams e Kristen Stewart. A trajetória de Fernando Meirelles não foi muito diferente. Com “Cidade de Deus”, Meirelles ganhou quatro indicações para o prêmio da Academia: melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor fotografia. Seus projetos seguintes foram “O Jardineiro Fiel”, que rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante para Rachel Weisz, e “Ensaio Sobre a Cegueira”, adaptação do romance homônimo de José Saramago.
José Padilha ganhou notoriedade com o documentário “Ônibus 174”, sobre o assalto transmitido ao vivo pela TV que terminou tragicamente. Seu primeiro longa metragem, “Tropa de Elite”, foi sucesso de público e crítica, e ainda arrematou prêmios importantes. Em 2014, fez sua estreia em Hollywood com a refilmagem de “Robocop”. Um ano depois, em parceria com a Netflix, produziu a série “Narcos”, que conta a ascensão de Pablo Escobar e do narcotráfico, do ponto de vista de um agente do FBI. A série fez enorme sucesso e, logo na primeira temporada, conseguiu indicações para o Emmy, o Golden Globe e o BAFTA, como melhor seriado de TV.
Outro brasileiro que fez história em Hollywood foi Carlos Saldanha. O carioca, que já tinha experiência em computação, deixou o Brasil para estudar animação. Depois de completar o programa da New York School’s of Visual Arts, dirigiu dois curtas, que foram exibidos em festivais de todo o mundo e chamaram a atenção de Chris Wedge, ganhador do Oscar de melhor curta de animação, em 1998, com “Bunny” e co-fundador do Blue Sky Studio. Sob a tutela de Wedge, Saldanha co-dirigiu o primeiro “A Era do Gelo” e “Robôs”. Seu primeiro filme como diretor foi “A Era do Gelo 2”, seguido de “Rio”,” A Era do Gelo 3”, “Rio 2” e o “O Touro Ferdinando”, que estreou recentemente nos cinemas brasileiros.
Mas o Brasil não exporta apenas atores e diretores. Um dos mais respeitados diretores de fotografia do mundo é Affonso Beato, que trabalhou com Jim McBride, Pedro Almodóvar, Stephen Frears e Mike Newell. Seguindo os passos de Beato, Marcelo Durst – filho do lendário Walter George Durst – estreou como diretor de fotografia no curta de animação “Frankenstein Punk”, de Cao Hamburger e Eliana Fonseca. Em seguida, trabalhou em “Aurora”, primeiro curta de Beto Brant, e deu inicio a uma parceria que inclui “Dov’è Meneghetti”, “Os Matadores” e “Ação entre Amigos”. Mudou-se para Los Angeles, onde trabalhou como câmera e diretor de fotografia na minissérie da HBO, “Da Terra à Lua”, produzida por Tom Hanks e Ron Howard. De volta ao Brasil participou de “Castelo Ra-Tim-Bum: O Filme”, e também nos dois longas baseados nos livros de Chico Buarque, “Estorvo” e “Benjamim”, dirigidos por Ruy Guerra e Monique Gardenberg, respectivamente. Atualmente participa das filmagens de “Piedade”, filme de Claudio Assis com Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele e Cauã Raymond.
A segunda década do novo milênio marcou o surgimento de muitos atores nascidos no Brasil – ou filhos de brasileiros – mas criados em outros lugares do mundo. Também foi a década em que atores de talento reconhecido no Brasil conquistaram fama internacional. Rodrigo Santoro, Wagner Moura e Alice Braga são apenas alguns nomes.
Esta é a nossa lista dos nomes mais representativos da invasão brasileira.
Carmen Miranda
Ironicamente a atriz/cantora brasileira mais conhecida no exterior, nasceu em Marco de Canaveses, Portugal. Quando Maria do Carmo Miranda da Cunha era pequena, a família imigrou para o Brasil e se instalou no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. A “Pequena Notável” sempre gostou de cantar e dançar e decidiu ingressar na carreira artística. Em 1929, assinou seu primeiro contrato profissional. No ano seguinte, o sucesso da música “Ta-hí (Pra Você Gostar De Mim)” levou Carmen ao estrelato. Além da carreira musical, ela trabalhava no rádio, em shows musicais e ainda tinha tempo de fazer cinema. O filme “Banana da Terra”, de Ruy Costa – que lançou o compositor Dorival Caymmi – chamou a atenção dos americanos.
Durante uma apresentação no Cassino da Urca, Carmen conheceu o produtor Lee Shubert, que ofereceu a ela um contrato para se apresentar por oito semanas na Broadway. O passo seguinte foi Hollywood. Sua estreia no cinema foi em “Serenata Tropical”, ao lado de Betty Grable e Don Ameche. Com roupa de baiana estilizada e uma cesta de frutas na cabeça, Carmen encantou o mundo em “Uma Noite no Rio”, “Minha Secretária Brasileira”, “Copacabana” e “Romance Carioca”. Durante as décadas de 40 e 50, Carmen Miranda fez nada menos que 14 filmes e tornou a música brasileira conhecida internacionalmente. Morreu de um ataque cardíaco, aos 46 anos.
Florinda Bolkan
A cearense Florinda Bolkan nunca sonhou ser uma atriz de fama internacional. Fluente em francês e inglês trabalhou como comissária de bordo até que, em 1962, por causa de uma mudança na escala, escapou da morte no acidente aéreo envolvendo o voo 810, da Varig, que colidiu com o pico La Cruz, no Peru, matando todos os 97 ocupantes. Chocada com a morte dos colegas, desistiu da carreira e foi para a Europa.
Viveu em Paris por dois anos, estudou francês na Sorbonne, história da arte no Museu do Louvre e frequentava as festas da sociedade francesa. Através do jornalista Samuel Wainer, exilado em Paris na época, conheceu a produtora Marina Cicogna, com quem começou um relacionamento. Foi Marina que a apresentou ao renomado diretor italiano Luchino Visconti, com quem posteriormente viria a trabalhar no filme “Deuses Malditos”. Em 1968, fez sua estreia no cinema foi em “Candy”, ao lado de Marlon Brando, Richard Burton, Charles Aznavour, Walter Matthau e Ringo Starr. Em seguida, atuou no filme francês “O Ladrão de Crimes”, contracenando com Jean-Louis Trintignant.
Em quase 50 anos de carreira, participou de 40 filmes e de 18 produções para TV, tanto na Itália quanto no Brasil. Ganhou três vezes o prêmio David di Donatello, Oscar do cinema italiano, em 1969 pelo filme “Numa noite… um jantar”; em 1971 por “Anônimo Veneziano” e em 73 por “Caros Pais”. Interpretou a personagem Augusta Terzi em “Investigação de um cidadão acima da suspeita”, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro e do Grande Prêmio do Júri no festival de Cannes em 1970.
No fim da década de 80, voltou ao Brasil e participou da minissérie “Rainha da Vida”, na extinta TV Manchete; da co-produção Brasil-Polônia, “O Prisioneiro do Rio” e do filme “Bella Donna” de Fábio Barreto. Em 2000, fez sua estreia como diretora com “Eu Não Conhecia Tururu”, premiado em Gramado com os Kikitos de melhor atriz para Maria Zilda Bethlem e melhor atriz coadjuvante para Lídia Mattos. Florinda continua participando de produções para cinema e TV na Itália.
Jennifer O’Neill
A bela Jennifer O’Neill nasceu no Rio de Janeiro, filha de mãe inglesa e pai britânico naturalizado brasileiro. Seu avô, Oscar O’Neill, era banqueiro e trabalhava no Banco do Brasil. Quando ela tinha 14 anos, a família voltou aos Estados Unidos e estabeleceu-se primeiro em Washington e, mais tarde, em New York. Foi lá que, um ano depois, ela começou uma bem sucedida carreira como modelo, com passagens por Paris e Milão.
Foi descoberta pelo diretor Howard Hawks por causa de sua foto na capa da revista Vogue. Isso lhe valeu um papel no western “Rio Lobo”, ao lado de ninguém menos que John Wayne. Por causa desse filme conseguiu o papel que a tornou famosa em todo mundo: Dorothy, a viúva de “O Verão de 42”. O sucesso do filme deu a Jennifer a oportunidade de trabalhar com diretores como Luchino Visconti – em seu último filme “O Inocente” – e David Cronenberg em “Scanners: Sua Mente Pode Destruir”. Por causa de escândalos de todos os tipos, como atirar acidentalmente no próprio estômago e dirigir embriagada, sua carreira entrou em declínio.
Em 1994, de volta ao Brasil, participou do filme de estreia do diretor Odorico Mendes, “Discretion Assured”, contracenando com Michael York, Dee Wallace, Jonas Bloch e Elizabeth Gracen. Em 2016, voltou a atuar em “I’m Not Ashamed”, a história de Rachel Joy Scott, a primeira aluna assassinada no massacre de Columbine.
Sonia Braga
O que se pode falar sobre Sonia Braga? Desde que surgiu no teatro na peça “Hair”, no fim dos anos 60, o público vive com ela uma história de amor. Quem não se encantou com ela em “A Moreninha”, ou como a professorinha Ana Maria em “Vila Sésamo”? Sonia deixou de lado a imagem angelical em “Gabriela”, estrondoso sucesso de 1975. Depois vieram papeis marcantes no cinema em “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “A Dama do Lotação”. Mas foi em 1978 que ela protagonizou o maior sucesso de sua carreira: a ex-presidiária Julia Matos, na novela “Dancin’ Days”. Em 1981, ela voltou a interpretar a brejeira Gabriela, desta vez no cinema, na superprodução dirigida por Bruno Barreto, ao lado de Marcello Mastroianni.
O diretor Hector Babenco escolheu a atriz para interpretar três personagens em “O Beijo da Mulher Aranha”, filme que rendeu ao ator William Hurt o Oscar e o prêmio no Festival de Cannes, entre outros.
Em 1985, o sucesso do filme de Babenco levou Sonia aos Estados Unidos, de onde ela nunca mais foi embora. Construiu uma sólida carreira internacional trabalhando com diretores do calibre de Robert Redford, Paul Mazursky, Clint Eastwood, John Frankenheimer e Luis Mandoki. Também participou de conceituadas séries de TV como “Cosby Show”, “Alias”, “Sex and the City” e, recentemente, da produção original da Netflix, “Luke Cage”.
Em 2016, em uma de suas raras participações em filmes brasileiros, interpretou Clara, no filme “Aquarius” de Kleber Mendonça Filho e ganhou prêmios no Brasil, na América Latina e na Europa. Ela está em cartaz nos cinemas no belo filme “Extraordinário”, baseado no livro homônimo de R.J. Palacio, onde interpreta a avô de Auggie, o personagem principal.
Cristiana Reali
Cristiana Reali nasceu em São Paulo, mas mudou-se com a família para Paris, onde seu pai, o radialista Reali Júnior, era correspondente internacional da rádio Jovem Pan. Aos 12 anos começou a fazer aulas de teatro e logo se encantou pela interpretação. Em 1989, durante aulas de teatro no curso livre de Cours Florent, conheceu o professor Francis Huster, com quem mais tarde viria a casar.
No começo dos anos 90, já havia conquistado papéis de destaque em importantes peças do repertório clássico francês, como “Misanthrope”, “Le Cid” e “Cyrano de Bergerac”. Ao mesmo tempo atuou em séries de TV, com destaque para “Terre Indigo” e “A Dama das Camélias”.
No cinema fez poucos filmes, mas de grande relevância. Sua estreia foi em 1989, ao lado de Michel Blanc em “Um Homem Meio Esquisito”. Em seguida, ao lado de Jean-Paul Belmondo, protagoniza o filme “Um Estranho em minha casa”. Com o premiado diretor Claude Lelouch fez a comédia “Tout Ça… Pour Ça”. Nos anos 2000, seguiu intercalando teatro e cinema em papéis de destaque na peça “Gata em Teto de Zinco Quente”, e no filme “Good Canary”, dirigido pelo ator americano John Malkovich. Em 2008, sob a direção do então marido Francis Huster, voltou a contracenar com Jean-Paul Belmondo.
Depois de quase 20 anos de casamento, separou-se de Francis Huster, pai de suas duas filhas. Ao mesmo tempo, começou a dedicar-se mais aos trabalhos na TV, como a série “Clash”, que fala dos conflitos entre pais e filhos, e “Caïn”, seriado policial de grande audiência.
Bruno Campos
Nascido no Rio de Janeiro, Bruno Campos deixou o Brasil aos cinco anos de idade quando a família mudou para o exterior. Aos 21 anos, durante férias de verão, conheceu o produtor Luis Carlos Barreto, que o convidou para um teste do filme que estava fazendo. O filme era “O Quatrilho” e Bruno conseguiu um dos papéis principais ao lado de Glória Pires e Patrícia Pillar. Na volta aos Estados Unidos, matriculou-se no curso de arte cênicas da universidade Northwestern. Depois ingressou na prestigiosa companhia de teatro de Chicago, The Goodman Theatre, por onde passaram Brian Dennehy, Philip Seymour Hoffman, Tom Hardy, Chita Rivera, Carla Gugino, Diane Lane e muitos outros.
Fez várias participações nas séries americanas “Will & Grace”, “Cybill” e “Suddenly Susan” – ao lado de Brooke Shields. Em “Jesse”, conseguiu um papel de destaque, como Diego Vasquez, namorado da protagonista interpretada por Christina Applegate. Mas sua grande chance veio em 2003, quando interpretou o Dr. Quentin Costa, na série “Nip/Tuck” – exibida no Brasil pelo SBT como “Estética”. Além da atuação, Bruno também trabalhou como dublador na animação da Disney “A Princesa e o Sapo”, fazendo a voz do Príncipe Naveen.
Ele largou a carreira artística, voltou para a faculdade, formou-se em Direito e atualmente trabalha como advogado em um prestigioso escritório de New York.
Jordana Brewster
Filha da modelo Maria João Leão de Sousa, Jordana Brewster nasceu na Cidade do Panamá e viveu 10 anos no Brasil, antes de mudar-se para New York. Começou na carreira aos 15 anos, participando da novela americana “As the World Returns”. Fez uma ponta no filme brasileiro “Super Xuxa contra Baixo Astral”, mas o sucesso veio mesmo como a personagem Mia Toretto em “Velozes e Furiosos”. Daí pra frente apareceu em diversos filmes, como “Prova Final”, “DEBS”, “O Massacre da Serra Elétrica: O Início” e “Annapolis”, além de participar de mais quatro filmes da franquia “Velozes e Furiosos” – e confirmar a presença nos próximos dois. Na TV, Jordana participou com destaque das séries “Chuck”, “Dallas”, “American Crime Story – O Povo contra O.J. Simpson”, “Máquina Mortífera” e da segunda temporada de “Segredos & Mentiras”. A atriz é casada com o produtor Andrew Form e tem dois filhos, Julian e Rowan.
Seu Jorge
Natural de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Jorge Mário da Silva, o Seu Jorge sempre teve o desejo de ser cantor. Participou do grupo “Farofa Carioca”, do tributo a Tim Maia e do disco do Planet Hemp. Em 2001 lançou seu primeiro disco solo, “Samba Esporte Fino”, lançado no exterior com o nome “Carolina”. No cinema, teve sua grande oportunidade como Mané Galinha, no premiadíssimo “Cidade de Deus”. Chamou a atenção do diretor Wes Anderson, que criou especialmente para ele o personagem Pelé dos Santos no filme “A Vida Aquática de Steve Zissou”. Desde 2005, intervala participações em filmes brasileiros e produções internacionais. A lista inclui “Casa de Areia, “Elipsis”, “Carmo”, “Tropa de Elite 2”, “Reis e Ratos”, “E aí… comeu?”, “Pelé: O Nascimento de uma Lenda” e o ainda inédito “Abe”. No momento, está envolvido nas filmagens de “Marighella”, onde interpreta o papel titulo.
Rodrigo Santoro
Rodrigo Santoro dispensa apresentações. Antes de ficar conhecido no exterior, o ator já havia participado de 12 produções para TV e quatro longas metragem no Brasil, entre eles “Bicho de Sete Cabeças”, “Abril Despedaçado” e “Carandiru”. Sua aparição no circuito de festivais internacionais chamou a atenção de produtores estrangeiros e, em 2003, ele fez sua estreia, não em um, mas em dois filmes: “As Panteras Detonando” e “Simplesmente Amor”. A partir daí, passou a trabalhar tanto no Brasil quanto no exterior.
Em 2006, participou do filme “300”, baseado nos quadrinhos de Frank Miller. Sua interpretação do rei persa, Xerxes, lhe valeu o prêmio de melhor vilão no “MTV Movie + TV Awards”. No mesmo ano, estreou na série “Lost”, onde atuou em 14 episódios.
Nos anos seguintes, trabalhou em filmes premiados como “Os Desafinados”, de Walter Lima; “Cinturão Vermelho” de David Mamet; “Leonera”, do argentino Pablo Trapero e da superprodução, em duas partes, sobre Che Guevara, do diretor Steven Soderbergh, interpretando Raul Castro, irmão mais novo de Fidel e atual presidente cubano.
No Brasil, fez participações na minissérie “Som & Fúria”, produzida por Fernando Meirelles; na cinebiografia do jogador de futebol Heleno de Freitas; em “Reis e Ratos”, ao lado de Selton Mello e Cauã Reymond; e na novela “Velho Chico”.
Sua carreira em Hollywood segue bastante eclética. Depois de interpretar Jesus Cristo na refilmagem de “Ben-Hur”, deu voz ao personagem Túlio, nas animações “Rio” e “Rio 2”; e ganhou um papel de destaque no filme sobre os últimos dias do poeta Dylan Thomas. Em “Westworld”, série de ficção da HBO, baseada no filme de mesmo nome lançado em 1973, interpreta o pistoleiro Hector Escaton. A primeira temporada fez tanto sucesso, que o seriado foi renovado para mais uma temporada, que deve estrear no segundo semestre de 2018.
Desde 2012, namora a modelo Mel Fronckowiak, com quem tem uma filha, Nina, nascida em maio de 2017.
Morena Baccarin
Filha do jornalista Fernando Baccarin e da atriz Vera Setta – irmã do ator Ivan Setta e responsável pela produção brasileira da peça “Monólogos da Vagina” – há 10 anos, a carioca Morena Baccarin era praticamente desconhecida no Brasil. A família se mudou para New York, quando ela tinha sete anos. O interesse pela interpretação veio desde cedo, por influência da família materna. Na faculdade, estudou na renomada escola Julliard, tendo como colega de classe Claire Danes, com quem voltaria a trabalhar na série “Homeland”. Circulou no circuito off Broadway, substituiu Natalie Portman e contracenou com Meryl Streep, até partir para Los Angeles em busca de novas oportunidades.
Participou de “Firefly”, série que virou cult depois do prematuro cancelamento. Graças a isso, conseguiu papel de destaque na minissérie “V: Visitantes”. Em seguida fez aparições em “Médium”, “Numb3rs” e “O Mentalista”, entre outras, e chamou a atenção de Howard Gordon e Alex Gansa, criadores de “Homeland”, que lhe deram o papel de Jessica Brody, a infiel esposa do fuzileiro que passou anos aprisionado pelo Al-Qaeda. Depois de três temporadas, Morena se despediu da série e foi tentar a sorte no cinema. E não poderia ter começado melhor! Atuou em “A Espiã que Sabia de Menos”, ao lado de Melissa McCarthy, Jude Law e Rose Byrne. Voltou para a TV, como a Dra. Leslie Thompkins, na série “Gotham”, baseada nos quadrinhos da DC Comics. Durante as filmagens, a atriz, ainda casada, se envolveu com o colega Ben McKenzie, o que lhe rendeu um conturbado divórcio. Atualmente, o casal vive feliz e tem uma filha, nascida em 2016.
Este ano, Morena volta às telas no segundo filme da franquia “Deadpool”, repetindo o papel de Vanessa, a namorada do personagem principal.
Camilla Belle
Filha de mãe brasileira e pai americano, Camilla Belle só ficou conhecida no Brasil por sua participação no filme “Á Deriva”, onde atua ao lado de Débora Bloch e do ator francês Vincent Cassell.
Em 1993, fez sua estreia no drama para TV, “O Berço Vazio”. Seguiram-se participações nos filmes “Mundo Perdido: Jurassic Park” e “Da Magia à Sedução” – ao lado de Sandra Bullock e Nicole Kidman. Em 2005, conseguiu dois papeis de grande destaque: a protagonista de “O Mundo de Jack e Rose”, contracenando com Daniel Day Lewis, e a personagem principal no thriller “Quando um Estranho Chama”. Sua interpretação ganhou elogios e lhe garantiu o papel de Evolet em “10.000 A.C.”, superprodução de Roland Emmerich, que faturou mais de 250 milhões nas bilheterias do mundo.
No Brasil, além de “À Deriva”, fez “Angie”, terceiro filme de Marcio Garcia como diretor, rodado na Ilha do Boi, no Espírito Santo, que têm no elenco Andy Garcia, Christiane Torloni, Juliette Lewis e Carol Castro. Recentemente terminou de filmar “The Mad Whale”, ao lado de James Franco.
Uma curiosidade: sua mãe escolheu seu nome por causa da personagem de Renata Sorrah na novela “Cavalo de Aço”.
Alfie Enoch
Para os fãs de Harry Potter, ele é – e sempre será – Dean Thomas. Para as outras pessoas, é Wes Gibbins, estudante de direito na série “How to Get Away with Murder”. Alfred Enoch nasceu em Londres, filho de mãe brasileira e pai britânico. Seu pai, William Russell, é um respeitado ator de teatro, com mais de 100 filmes e séries de TV no currículo.
Alfie apareceu em sete dos oito filmes da saga do bruxinho Harry Potter. Depois deu uma parada com a carreira de ator para se concentrar nos estudos. Estudou na prestigiosa Universidade de Oxford, onde se formou em licenciatura nas línguas Português e Espanhol.
Retornou à atuação, desta vez no teatro, e participou de montagens de “Coriolano”, “Antígona” e “Timão de Atenas”, no West End londrino. Em 2014, foi escolhido pela produtora Shonda Rhimes para contracenar com Viola Davis na série “How to Get Away with Murder”.
Alfie fala fluentemente português e sente saudade do tempo que morou em Salvador, na Bahia.
Wagner Moura
Até o ano 2000, Wagner Moura pretendia ser jornalista, chegando a trabalhar como repórter na TV Bahia. Já tinha intimidade com o teatro, graças a um grupo criado nos tempos da escola. Seu primeiro sucesso no teatro foi com a peça “A Máquina”, de João Falcão, ao lado de Lázaro Ramos e Vladimir Brichta.
Em dois anos, de 2001 a 2003, participou de nada menos que seis filmes: “Abril Despedaçado”, “As Três Marias”, “Deus é Brasileiro”, “Carandiru”, “O Homem do Ano” e “O Caminho das Nuvens”. Nos anos seguintes, trabalhou na Rede Globo na série “Sexo Frágil” – novamente ao lado do amigo Lázaro Ramos – fez sua estreia nas novelas em “A Lua me Disse”, tendo como par romântico Adriana Esteves e interpretou Juscelino Kubitschek na juventude na minissérie “JK”.
Recebeu aclamação, tanto de público quanto de crítica, por sua interpretação como Capitão Nascimento em “Tropa de Elite”. O filme teve uma extraordinária acolhida em diversos festivais pelo mundo, vencendo o Urso de Ouro do festival de Berlim e o prêmio de melhor filme ibero americano da Associação dos Críticos de Cinema da Argentina. Três anos depois, o filme ganhou uma continuação, “Tropa de Elite 2: Agora o Inimigo é Outro”, quase tão bem-sucedida quanto o primeiro filme.
Os convites de Hollywood começaram a chegar e Wagner Moura desembarcou em Los Angeles para seu filme internacional: “Elysium”, ao lado de Matt Damon, Jodie Foster e Diego Luna. Voltou à parceria com José Padilha no filme “Rio, eu te amo” e na série “Narcos”, onde interpretou o traficante colombiano Pablo Escobar. A receptividade foi tamanha, que ele foi indicado ao Golden Globe, na categoria de melhor ator.
No momento está filmando a cinebiografia de Carlos Marighella, seu debut como diretor, com estreia prevista para 2019.
Alice Braga
Ser sobrinha de Sonia Braga já é um peso que pouca gente seria capaz de suportar. Escolher a mesma profissão, também não ajuda muito, mas nada disso foi problema para a paulistana Alice Braga. Sua bem-sucedida carreira começou em “Cidade de Deus”, onde interpretou Angélica. Depois disso, os convites de Hollywood não pararam de chegar. Radicada em Los Angeles há 10 anos, participou de filmes importantes como “Eu Sou a Lenda”, com Will Smith; “Ensaio Sobre a Cegueira”, ao lado de Mark Ruffalo, Julianne Moore e Gael Garcia Bernal; “Território Restito”, juntamente com Harrison Ford, Ashley Judd e Jim Sturgess; “Repo Men: o Resgate de Órgãos”, com Jude Law e Forest Whitaker e “Na Estrada”, adaptação de Walter Salles do livro de Jack Kerouac.
Apesar da carreira consolidada no exterior, Alice sempre arruma tempo para participar de filmes brasileiros como “Tudo Bem Quando Acaba Bem”, “Entre Idas e Vindas”, “Latitudes”, Muito Homens Num Só”, “Os Amigos” e “Cabeça a Prêmio”, adaptação do romance de Marçal Aquino.
Em 2016, foi convidada pelo canal USA para interpretar a protagonista Teresa Mendoza na minissérie americana “A Rainha do Tráfico”, refilmagem da novela colombiana” La Reina del Sur”. Atualmente participa das filmagens do novo filme da franquia X-Men, “Os Novos Mutantes”, interpretando a Drª Cecília Reyes.
Joana de Verona
Nascida em São Luis do Maranhão, filha de portugueses, Joana de Verona mudou para o exterior com apenas nove meses de idade. Quase uma década depois, voltou ao Brasil, onde iniciou os estudos de teatro e balé. Aos 12 anos fez uma participação na minissérie da Rede Globo, “Presença de Anita”.
Uma década depois, foi estudar cinema em Paris e começou a se dedicar mais firmemente à atuação. Em 2009 participou do longa do diretor português Marco Martins “Como Desenhar um Círculo Perfeito” – filme que, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival Internacional do Rio.
Em 2017, interpretou a protagonista, Bia, na novela “Ouro Verde”, filmada em Portugal, na Espanha, na Suíça e no Brasil. A novela foi um estrondoso sucesso e bateu o recorde de audiência, que pertencia a “Espírito Indomável”, exibida em 2010. No mesmo ano, trabalhou com a diretora brasileira Lucia Murat, em “Praça Paris”, juntamente com Grace Passô, Alex Brasil e Marco Antonio Caponi. Apesar de ser pouco conhecida no Brasil, Joana já fez filmes na França e na Alemanha e recebeu vários prêmios internacionais.
Lino Facioli
Lino Facioli nasceu em Ribeirão Preto e mudou-se com a família para o Reino Unido ainda criança. Em 2010, participou do filme “O pior trabalho do mundo”, interpretando o filho do comediante Russell Brand. A fama só veio com a participação na série “Game of Thrones”. No seriado, Lino interpreta Robin Arryn, o mimado primo dos Stark. Em 2014, fez sua estreia em terras brasileiras como protagonista, no filme “O Menino do Espelho”.
Rebecca da Costa
Rebecca da Costa é mais um expoente da nova safra de atores brasileiros que aportaram em Hollywood. Nascida em Recife, Pernambuco, mudou-se para Los Angeles em 2008. Em 2009, fez uma pequena participação na série “Entourage”. Estrelou algumas produções B, até conseguir o papel de Courtney no filme “Sete Almas”, ao lado de Val Kilmer e Ving Rhames. Em 2014, contracenou com Robert De Niro e John Cusack no triller “Profissão de Risco”. Seu último filme foi “Wild Oats”, comédia que reuniu um elenco feminino de peso com nomes como Shirley MacLaine, Jessica Lange e Demi Moore.
Diogo Sales
O carioca Diogo Sales é ex-aluno do “Nós do Morro”, grupo de teatro que surgiu há 30 anos na comunidade do Vidigal. Em 2011, mudou-se para Londres à procura de melhores oportunidades de trabalho. Depois de participar de montagens teatrais na prestigiosa Royal Shakespeare Company, fez pontas em curtas metragens e séries de TV.
Candidatou-se a um papel na superprodução da HBO, “Game of Thrones”, e foi escalado para ser um dos guerreiros dothraki. A visibilidade conquistada com a participação na série já começou a render frutos: um papel no filme independente “Story of My Life”, do diretor Dylan Gawdry, e a participação na série brasileira “Carcereiros”, da Rede Globo.
Henry Zaga
O brasiliense Henrique Chagas Moniz de Aragão Gonzaga é filho do atual ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Admar Gonzaga. Henrique tinha tudo para seguir os passos do pai e se tornar advogado, mas desistiu do vestibular e mudou-se para Los Angeles para estudar cinema. Ainda no primeiro ano de faculdade foi descoberto por um caça-talentos e conseguiu seu primeiro papel fazendo uma ponta na série “Os Mistérios de Laura”.
Já com o nome artístico Henry Zaga, atuou em de cinco filmes, participou de nove episódios da série “Teen Wolf, e interpretou Brad na série original da Netflix, “13 Reasons Why”. Em breve poderá ser visto na nova produção da Marvel, “Os Novos Mutantes”, ao lado de Alice Braga e Maise Williams, a Arya Stark de “Game of Thrones”.