Lula Avalia Prematuridade de Pesquisas sobre 2026 em Entrevista no Planalto
Lula descarta pesquisas de 2026 como prematuras e defende foco em resultados do governo; aprovação popular enfrenta queda significativa.
- Data: 30/01/2025 22:01
- Alterado: 30/01/2025 22:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Presidente Lula (PT)
Crédito:Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou nesta quinta-feira (30) sua opinião sobre a realização de pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de 2026, considerando o momento inadequado para tal. A declaração surge em um contexto de diminuição na aprovação popular de seu governo.
Recentemente, Lula havia afirmado que a corrida eleitoral de 2026 já havia começado, mas agora enfatiza que é muito cedo para que as sondagens sejam feitas. Em suas palavras, ele ressaltou que ainda está no meio de seu mandato e que os resultados das pesquisas não são sua prioridade. “Estamos apenas no segundo ano de governo e as expectativas do povo começam a ser avaliadas neste período”, declarou.
O presidente fez questão de mencionar que não se preocupa com o desempenho nas pesquisas. Segundo ele, é fundamental analisar os dados coletados para identificar possíveis falhas na administração. “As pessoas não podem esperar um governo que não entrega o que prometeu. É preciso ter paciência, pois ainda é muito cedo para avaliações sobre 2026”, argumentou.
Uma pesquisa realizada pela Quaest, divulgada na última segunda-feira, revelou que pela primeira vez durante seu terceiro mandato, a avaliação negativa do governo Lula superou a positiva. Os dados indicam que 37% dos entrevistados avaliam negativamente sua gestão, uma alta de seis pontos percentuais em comparação à pesquisa anterior. Apenas 31% consideram seu governo positivo e 28% o veem como regular.
Em relação às alianças políticas futuras, Lula se mostrou descontraído ao comentar rumores sobre possíveis apoios do partido Republicanos nas próximas eleições. “Não vamos nos antecipar aos acontecimentos. Meu foco atual é garantir que 2025 seja um ano produtivo para meu governo”, afirmou, demonstrando tranquilidade frente às especulações políticas.
Além disso, o presidente riu ao se referir aos comentários do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que sugeriu que o PT seria derrotado caso as eleições ocorressem naquele momento. “Eu olhei no calendário e percebi que a eleição é daqui a dois anos. Por isso, estou despreocupado”, destacou.
A entrevista ocorreu no Palácio do Planalto e durou cerca de uma hora, com Lula respondendo perguntas sobre política interna e externa, além de questões econômicas. A reunião acontece em um cenário de mudanças na Secretaria de Comunicação Social (Secom), sob nova direção do publicitário Sidônio Palmeira, que tem como objetivo aumentar a visibilidade do presidente.
O chefe do Executivo anunciou sua intenção de manter esse formato aberto de comunicação com a imprensa regularmente. Anteriormente, encontros informais eram realizados em formato mais restrito, com menos interação direta entre Lula e os jornalistas.
A entrevista contou com a participação de repórteres selecionados dentre aqueles que fazem cobertura diária do Planalto. Foram dez profissionais sorteados entre veículos como O Globo, Rede TV!, TV Meio Norte, UOL, R7, ICL, Rádio Gaúcha, Platô, Broadcast e Valor.
Lula também abordou a questão da reforma ministerial durante a reunião. Embora tenha elogiado publicamente a deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT e provável nome para ocupar um ministério, ele evitou confirmar oficialmente sua nomeação. A expectativa é que ela assuma a Secretaria-Geral da Presidência.
No tocante à possibilidade de outras mudanças ministeriais mais amplas, Lula adotou uma postura cautelosa e se absteve de detalhar futuras nomeações potenciais dos presidentes da Câmara e do Senado.
Por fim, o presidente fez uma declaração enérgica sobre o tipo de oposição ao seu governo: “Quem quiser me derrotar terá que ir para as ruas”. Ele reafirmou sua total recuperação após cirurgia recente e sua disposição para seguir trabalhando por novos investimentos no Brasil.