Lei do Retrofit: prédio da Telesp vai virar residencial e polo gastronômico
Antigo prédio da Companhia Telefônica Brasileira passou mais de uma década fechado
- Data: 21/04/2023 16:04
- Alterado: 01/09/2023 17:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Foto: Ana Paula Hirama/ Wikimedia Commons
De uma São Paulo do século passado, muitos paulistanos guardam lembranças do interior do edifício de linhas retas e história ligada à telefonia da Rua Sete de Abril, na República, no centro paulistano. O antigo prédio da Companhia Telefônica Brasileira (CTB) e Telesp (Telecomunicações de São Paulo) reabrirá após mais de uma década fechado, desta vez como um condomínio de apartamentos com uma galeria aberta de lojas e restaurantes, que irá expor alguns dos “tesouros” do passado daquele local. Uma “ocupação artística” será aberta ao público nesta sexta-feira, 21, no local e vai durar 10 dias.
O empreendimento é o segundo na cidade a receber o alvará para realizar um “retrofit” dentro das normas da lei do programa Requalifica Centro (17.577/21) – regulamentada no ano passado e aprovada na Câmara em meio a críticas pela votação “a jato” e pouco tempo para discussão sobre os impactos econômicos dos incentivos fiscais. O outro projeto autorizado é para a Rua Aurora, também no distrito da República. Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), outros 12 pedidos estão em análise pela Prefeitura.
Em estilo art déco e inaugurado em 1939, o antigo prédio da Telesp é tombado desde 1992, com a determinação da preservação das características externas. Ele terá as fachadas restauradas, com a transformação da parte interna em residencial, toda renovada.
Antes da obra, o empreendimento tem realizado atividades culturais e gastronômicas no local, promovidas pelo produtor Kauê Fuoco, do Projeto Kura. A mais recente é a exposição Irrealidades Visíveis, que será aberta ao público neste feriado de Tiradentes com intervenções feitas dentro do edifício por diferentes artistas, como Alexandre Vianna, Cusco Rebel, Fernanda Romão.
A mostra terá visitas guiadas até 30 de abril, de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h, com entrada gratuita pela plataforma EvenBrite (eventbrite.com.br/e/mostra-irrealidades-visiveis-tickets-6172867 30227). Na porta, o ingresso será vendido a R$ 35.
‘Tesouros’ da telefonia
Quando inaugurado, o condomínio terá uma galeria aberta no térreo, que permitirá a travessia de pedestres entre as Ruas 7 de Abril e Basílio da Gama, como ocorre em outros edifícios da região, com um “food hall” com lojas e restaurantes em volta de um jequitibá rosa. Ao longo da galeria, serão dispostos maquinários que faziam parte das operações de telefonia do edifício, como uma central telefônica quase centenária.
Batizado de “Basílio 177”, o empreendimento inclui mais duas torres, uma já existente e outra que será erguida onde hoje há um imóvel de três pavimentos do lado direito do antigo prédio da Telesp. Sócio do escritório Metro, autor do projeto, o arquiteto Gustavo Cedroni avalia que a comunicação entre as duas ruas vai criar uma maior conexão com os vizinhos, como a Galeria Metrópole. “As pessoas vão poder cruzar pelo empreendimento. É um resgate de um modo de viver que o centro sempre proporcionou.”
Ele também comenta sobre a experiência de trabalhar com dois edifícios de décadas atrás (anos 1930 e 1950). “A qualidade de material e de técnica é muito superior ao padrão de mercado hoje em dia feito no Brasil, com mármores e pedras nos acabamentos externos. Muitos materiais que, para um projeto desse porte hoje em dia, seria inviável do ponto de vista financeiro, além de ser um resgate histórico.”
Ao todo, serão cerca de 35 mil metros quadrados e 274 apartamentos, a maioria de um (de 35 a 77 m2) e dois dormitórios (de 70 a 130 m2), voltado às classes média e média alta. A previsão é de que a obra tenha início em outubro e dure 20 meses. “Um público que busca apartamento design que preza boa arquitetura” é um dos perfis de futuros moradores descritos pelo diretor executivo da incorporadora Metaforma, o engenheiro Bruno Scacchetti.
Dinamarca e Holanda enviam 14 tanques Leopard 2 à Ucrânia; mísseis Patriot entram em operação
Dinamarca e Holanda chegaram a um acordo para enviar 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia como parte dos esforços dos países ocidentais de fornecer ajuda militar a Kiev para resistir à invasão russa.
O anúncio foi feito pelo Twitter do Ministério de Relações Exteriores da Dinamarca. Os equipamentos ainda vão passar por uma renovação e devem chegar à Ucrânia no início de 2024.
Em declaração conjunta dos dois países, os ministros da Defesa da Dinamarca e Holanda disseram que o custo estimado da ajuda será de 165 milhões de euros (R$ 913 milhões) e será usado para “para adquirir, reformar e doar em conjunto”.
“Dessa forma, participaremos conjuntamente da ‘coalizão Leopard 2’, apoiada por muitos parceiros e aliados”, disseram os membros dos dois países.
Em janeiro, a Alemanha havia liberado o envio de 14 novos tanques Leopard 2 A6 dos estoques militares do país após forte pressão de outros países. A Polônia foi o primeiro país a anunciar a intenção de enviar o equipamento, mas precisava da anuência da Alemanha – que fabrica os tanques – para que chegasse até a Ucrânia. Berlim cedeu à pressão algumas semanas depois do anúncio polonês.
A Alemanha enviou, no final do mês passado, 18 tanques do mesmo modelo à Ucrânia. Além dos tanques de batalha, Berlim enviou recentemente cerca de 40 veículos de infantaria blindados Marder. Além dos tanques de batalha, Berlim enviou recentemente cerca de 40 veículos de infantaria blindados Marder.
No final de janeiro, o chanceler reverteu sua política anterior de cautela quanto à entrega desses blindados, que podem trazer uma vantagem qualitativa no campo de batalha.
A Polônia também entregou à Ucrânia os 10 tanques Leopard 2A4 adicionais que havia prometido ao país. O país havia prometido, no final de janeiro, enviar um total de 14 tanques Lepoard 2 para Kiev. Os quatro primeiros já haviam sido entregues em 24 de fevereiro, no primeiro aniversário da invasão russa.
No mês passado, um grupo de soldados ucranianos conclui, na Espanha, a formação para operar os tanques de combate. Os 55 soldados ucranianos ficaram um mês no país e treinaram 12 horas por dia, seis dias por semana, em uma base militar espanhola na cidade de Saragoça.
Monstros
Os monstros de aço que chegarão à Ucrânia são gigantes de cerca de 10 metros de comprimento, com peso entre 54 toneladas e 70 toneladas. Custam entre US$ 4 milhões e US$ 7 milhões cada. Usam uma couraça de metais especiais e, de certa forma, podem transpor quaisquer obstáculos – valetas profundas, muretas de concreto ou construções; transformam casas em ruínas, por exemplo.
Todos tem a mesma capacidade principal: avançar depressa, levando a destruição terrível causada pela ação do canhão de 120 milímetros, mais duas metralhadoras 7.62mm. Alguns deles lançam mísseis e cargas incendiárias. Gigantes velozes: rodam a 70 km/h.
Além dos Leopard-2 da Alemanha e dos Abrams M1A1 dos Estados Unidos, o exército ucraniano vai receber tanques franceses Leclerc e ingleses Challenger-2. Todos são versões da década de 90 de projetos executados a partir dos anos 80 do século 20.
O que faz do Leopard o modelo mais desejado é a reconhecida eficiência e facilidade de operação. Na estimativa dos instrutores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) bastam 120 horas de treinamento para o preparo das tripulações. Bem diferente do Abrams americano, complexo e específico a ponto de ter gerado uma bem-humorada definição entre a tropa: “você só sentará em um deles se for engenheiro da Nasa – pós graduado”.
Na verdade, a dificuldade está na motorização: duas turbinas Honeywell, alimentadas a combustível de aviões de caça. Também é um problema a ampla carga eletrônica de bordo, digital. A rigor, entretanto, todos os tanques modernos utilizam sistemas computadorizados avançados.
Do outro lado do campo de batalha a Rússia alinha seu T-90MS, terceira geração tecnológica do tipo apresentado em 92 e atualizado em 1999. Mais leve, na faixa de 46 toneladas e mais barato, saindo a US$ 2,7 milhões, é armado com um canhão de 125 mm.
Seguindo uma doutrina de abastecimento herdada da extinta União Soviética, a produção do T-90 é alta. Da linha das indústrias Uralvagonzavod saíram até agora 1.1 mil tanques. Há outros 300 encomendados. Um em cada cinco T-90 deixa a fábrica com tubos de disparo de mísseis antiblindagem.
Pouco informatizados, os tanques russo T-90MS tem o essencial. Um computador de tiro e uma central de navegação. A torre e parte das placas dianteiras são revestidas por um novo tipo de proteção, o Kontak-5, secreto, que seria capaz de absorver impactos diretos de cargas explosivas médias.
Sistemas de defesa aérea Patriot em uso na Ucrânia
Os sistemas de defesa aérea Patriot que o governo ucraniano pediu para ajudar o país a se defender de ataques aéreos chegaram, de acordo com o ministro da Defesa da Ucrânia. Oleksii Reznikov postou no Twitter que “nosso belo céu se torna mais seguro porque os sistemas de defesa aérea Patriot chegaram à Ucrânia”.
Ele agradeceu aos governos dos Estados Unidos, Alemanha e Holanda por fornecê-los. Reznikov disse que fez lobby pelos Patriots pela primeira vez em agosto de 2021, antes da invasão, em uma visita aos Estados Unidos.
A falta de uma força aérea ucraniana considerável desde os estágios iniciais da invasão significou que a Ucrânia foi exposta a ataques aéreos russos por jatos.