Itaú Cultural recebe Silvero Pereira na estreia paulistana de Pequeno Monstro

Mergulhando em suas referências literárias e musicais, matérias jornalísticas e memórias suas e de outras pessoas, o ator adentra o universo das violências reais e simbólicas na existência de pessoas LGBTQIA+

  • Data: 26/07/2024 13:07
  • Alterado: 26/07/2024 13:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural recebe Silvero Pereira na estreia paulistana de Pequeno Monstro

Pequeno Monstro

Crédito:Tainá Cavalcante

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O Itaú Cultural apresenta de 1 a 18 de agosto (sempre de quinta-feira a domingo) Pequeno Monstro, peça estrelada por Silvero Pereira e dirigida por Andreia Pires, para a sua primeira temporada em São Paulo, após a estreia em maio, no Rio de Janeiro. Dando continuidade ao seu teatro de questionamento social, o ator leva ao palco o tema da homofobia e do bullying sofridos desde cedo por pessoas LGBTQIA+, identificando semelhanças ao que viveu na sua própria infância no Ceará.

As apresentações da peça são gratuitas, como toda a programação do Itaú Cultural. Os ingressos devem ser reservados sempre na quarta-feira da semana anterior à apresentação, a partir das 12h, na plataforma INTI, com acesso pelo site www.itaucultural.org.br. Quem não conseguir reservar o seu, pode comparecer ao Itaú Cultural no dia do evento e tentar possíveis ingressos remanescentes. A fila de espera começa a ser organizada uma hora antes do começo da atração, e os ingressos que tiverem desistência são distribuídos por ordem de chegada.

Com título inspirado em conto do escritor Caio Fernando Abreu, Pequeno Monstro mergulha no campo das violências reais e simbólicas existentes na vida de pessoas homossexuais, indicando o estranhamento e as misérias cotidianas. No entanto, também aponta caminhos de liberdade, superação e amor.

Para tanto, Silvero Pereira, que também assina a dramaturgia do espetáculo, utilizou suas referências literárias, musicais, matérias jornalísticas e memórias suas e de pessoas diversas, além de ter revisitado sua infância e a turbulenta juventude. Em cena, ele aborda, ainda, as vivências voltadas à questão da sexualidade e de gênero e denuncia o machismo estrutural e a homofobia, que são práticas normalizadas socialmente, mas agridem, traumatizam e condenam destinos.

Pequeno Monstro também traz a característica de multiartista do ator. No espetáculo, ele faz intervenções musicais, entre elas a interpretação da Fera Ferida, de Roberto e Erasmo Carlos. A proposta é provocar reflexões por meio da potência artística da montagem.

“Nossa função, como artistas, é trazer o tema com seriedade e a responsabilidade que ele exige, mas também atentar ao potencial estético e narrativo que servirão como alegorias para que a aproximação com o público ocorra dentro da liturgia do teatro’, observa Pereira.

Embora leve ao palco um recorte de acontecimentos sofridos por pessoas LGBTQIA+, a peça vai além e reflete sobre a realidade brasileira, no que diz respeito à violência contra essa população no Brasil, com recordes de assassinatos. “Estamos mais violentos, mas isso não se localiza somente neste tempo do agora. É mais profundo. Se trata de um país historicamente violento desde sempre e que precisa de atenção, denúncia e busca por soluções”, diz o ator.

A volta

Pequeno Monstro marca o retorno de Silvero Pereira aos palcos com uma produção teatral após 12 anos, nos quais dedicou-se à música e ao audiovisual. O trabalho anterior foi o espetáculo BR Trans, estreado por ele em 2012.

Ao longo dessa mais de uma década, entre temporadas bem-sucedidas do monólogo, Pereira ganhou projeção nacional com o trabalho em diferentes projetos audiovisuais. Estrelou longas-metragens como Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, teve participações de destaque em novelas como A Força do Querer e Pantanal, e em programas como o The Masked Singer Brasil, no qual foi o vencedor da última temporada. Neste período, também subiu aos palcos, mas para cantar a obra do compositor conterrâneo Belchior.

Essa volta aos palcos com o teatro começou a ser pensada há sete anos, quando Pereira passou a acompanhar histórias de crianças LGBTQIA+ e identificou semelhanças com episódios vividos na sua própria infância. Depois de uma vasta pesquisa, ele retornou à sala de ensaio ao lado da diretora Andreia Pires, sua colega na faculdade de artes cênicas, nos anos 2000, em Fortaleza, e hoje diretora de Pequenos Monstros.

Pereira retornou aos ensaios com treinos de corpo, voz e de imaginação, para construir um processo criativo exigente, tanto profissional quanto pessoalmente. “A gente viu nascer ali na sala de ensaio um espetáculo que traz para o centro da discussão a infância, a paixão, a magia e, ao mesmo tempo, a violência”, aponta a diretora. Ela ressalta o diferencial de ter Silvero Pereira em cena: “o amor e a violência fazem parte do mesmo trabalho, do mesmo lugar, do mesmo jeito que a gente vê a vida. Através do Silvero, a gente vê inúmeras outras coisas”.

SERVIÇO

Espetáculo Pequeno Monstro

Com Silvero Pereira. Direção: Andreia Pires

De 1 a 18 de agosto (sempre de quinta-feira a sábado às 20h, e aos domingos às 19h)

Na Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)

Capacidade: 224 lugares

Duração: 80 minutos aproximadamente

Classificação Indicativa: 14 anos

Entrada gratuita. Reservas de ingressos na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

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  • Data: 26/07/2024 01:07
  • Alterado:26/07/2024 13:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









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