Investimento de R$ 50 milhões da Braskem visa segurança e eficiência no polo petroquímico
Novo sistema de segurança implementando na unidade de polietileno da Braskem em Santo André é mais um investimento para modernização do polo petroquímico mais antigo do Brasil
- Data: 27/10/2023 15:10
- Alterado: 27/10/2023 16:10
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
Investimento de R$ 50 milhões em planta da Braskem visa segurança e eficiência
A petroquímica Braskem apresentou nesta sexta-feira (27) os detalhes de seu novo projeto, o EVS, ou Emergency Vent System (Sistema de Alívio Emergencial). Desenvolvido especialmente para a unidade de polietileno da indústria, localizada no Polo Petroquímico de Capuava, em Santo André, a tecnologia — cujo investimento foi de R$ 50 milhões — garante mais eficiência e segurança à planta.
A apresentação do EVS foi realizada por Luis Pazin, diretor industrial da Braskem, e por Marcelo Forlenza, gerente industrial da unidade de polietileno (PE7). De acordo com Pazin, o projeto faz parte de um conjunto de investimentos que almeja “renovar, reinventar e modernizar” o polo mais antigo do Brasil — tendo completado 50 anos em 2022. Desde 2002, foram alocados mais de R$ 2 bilhões em ações com viés ambiental na indústria, como a troca da queima de óleo combustível para gás natural, novas tecnologias de estocagem para evitar a dispersão de poluentes e a implantação do maior projeto de água de reúso da América Latina.
Luis destacou ainda que este valor investido não aumentou a produção na planta, sendo totalmente dedicado a melhorar as emissões da indústria e modernizar seus processos. Além disso, os recursos também permitiram, nos últimos anos, uma diminuição no uso do flare — chama que queima os gases e líquidos de forma controlada e segura.
Até 2030, a Braskem pretende alocar mais R$ 500 milhões em outros projetos neste âmbito, como a otimização de suas caldeiras e um sistema inteligente da queima no flare. Em um prazo mais longo, no horizonte de 2050, a empresa deseja alcançar a total neutralidade de carbono em suas plantas.
O que é o sistema EVS
O último sistema implementado na unidade PE7 se trata de uma tecnologia que atua em eventos de rápida despressurização do reator de polietileno. Marcelo Forlenza explica que o EVS captura o conteúdo do reator em um vaso de 70 metros cúbicos (70 mil litros) que conta com uma espiral de água, chamada de hidrociclone, capaz de resfriar este material. Desta forma, a pressão no sistema é aliviada e o polietileno não é lançado na atmosfera — no sistema antigo, a substância era liberada na atmosfera de forma abrupta, gerando uma poluição sonora que incomodava a população no entorno do polo.
Existem duas linhas de produção com o EVS em atividade, sendo que a primeira delas está funcionando desta forma desde abril e a segunda desde maio deste ano. Ambas atuam na fabricação de pellets de polietileno de baixa densidade (PEBD), material utilizado para a confecção de sacos plásticos, filmes, garrafas e outros objetos flexíveis.
Foram quatro anos de projeto, entre estudos e implantação, que, por sua vez, durou 13 meses. A estrutura do EVS é composta por 214 toneladas de aço e 475 metros cúbicos de concreto, com estacas de 15 metros de profundidade na fundação que a sustenta.
Com o conteúdo do reator armazenado, ainda é possível o reaproveitamento do material, garantindo mais sustentabilidade ao processo produtivo.