Inglês na escola não alcança bons resultados entre alunos
Estudo indica que brasileiros não se sentem confiantes com as habilidades de comunicação
- Data: 01/08/2024 17:08
- Alterado: 01/08/2024 17:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação/Pexels
Com a criação da Lei nº 13.415, sancionada em 2017, o ensino da língua inglesa passou a ser obrigatório nas escolas do Brasil a partir do sexto ano do ensino fundamental até o fim do ensino médio. Entretanto, 54% dos brasileiros sentem que a educação formal não é o suficiente para alcançar proficiência no idioma.
Os dados são de um levantamento da Pearson, empresa multinacional britânica de educação, e revelam que apenas 22% das pessoas no país se sentem confiantes com as suas habilidades de comunicação, ou seja, ler, falar, ouvir e escrever. O percentual é inferior à média geral observada no estudo, de 25%.
Foram entrevistados mais de cinco mil falantes de inglês como segunda língua ou língua adicional, entre 18 e 64 anos, que vivem no Brasil, na Itália, no Japão, na Arábia Saudita e no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Entre eles, 85% acreditam que o inglês é uma importante habilidade para o sucesso profissional e 72% consideram que suas carreiras seriam facilitadas com um domínio maior do idioma.
No mundo, há mais de um bilhão e 270 milhões de falantes de inglês, segundo dados do Reino Unido Enciclopédia Britannica. O idioma é usado por mais de um terço da comunicação global e investir no seu aprendizado, seja presencialmente ou através de um curso de inglês online, pode garantir melhores oportunidades.
De acordo com a Catho, empresa brasileira de classificados de empregos, profissionais fluentes podem ter o salário até 61% maior do que alguém sem esta habilidade. Porém, entre as principais barreiras para melhorar a fluência, apontadas pelos entrevistados da Pearson, estão o custo dos cursos ou materiais, a falta de tempo e as oportunidades limitadas.
Principais desafios para o ensino do idioma
O foco na gramática e no vocabulário, em vez do seu uso em situações do mundo real, são os motivos apontados por 56% dos entrevistados no levantamento da Pearson para que a proficiência no inglês não seja alcançada com a educação formal. Outros 50% destacam como uma questão preocupante a falta de oportunidades para praticar o idioma fora da sala de aula.
Outra pesquisa, realizada pelo British Council, destacou um desafio a mais enfrentado pelos estudantes brasileiros: mais de 70% dos alunos têm aula de inglês com professores sem formação adequada.
Um bom professor demanda mais do que o conhecimento. Mesmo que seja um exímio falante de inglês, é necessário ter uma boa metodologia. Ao lecionar um curso de inglês para crianças com didática, por exemplo, o aprendizado se torna mais fácil se for transmitido de forma lúdica.
Vantagens do domínio do inglês vão além de melhores salários
Cerca de 60% dos participantes do levantamento da Person afirmaram que estudam inglês para ter acesso a posições com melhores salários, mas outras motivações também chamaram a atenção. Entre as pessoas ouvidas, 42% querem aprender a língua para se colocarem a par dos desenvolvimentos mais recentes em tecnologia.
Somado a isso, 38% contaram que estudam o idioma para serem mais competitivos em face de novas ferramentas e 40% desejam diminuir os impactos da Inteligência Artificial em seus empregos.
Além de motivações profissionais, a compreensão de conteúdos de mídia e entretenimento, a comunicação em viagens e novos horizontes na vida social e nos estudos se destacaram entre as vantagens do conhecimento da língua inglesa.
Os estudantes que dominam o inglês podem desenvolver as habilidades acadêmicas com maior facilidade, visto que compreendem mais materiais e pesquisas. O estudo realizado pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e pelo Real Instituto Elcano apontou que 95% dos artigos publicados em revistas científicas, em 2020, foram escritos em inglês.
A possibilidade de conquistar novas oportunidades profissionais e trabalhar remotamente em empresas internacionais também são possibilidades para aqueles que são fluentes no idioma. Dados da plataforma Husky mostram que o número de brasileiros que trabalham de forma remota em organizações do exterior aumentou 491%, entre 2020 e 2022.