Inadimplência em São Paulo avança 6,72% em janeiro de 2024
Número é superior ao registrado no mesmo período de 2023 e variação entre dezembro e janeiro é de +1,33%
- Data: 28/02/2024 14:02
- Alterado: 28/02/2024 14:02
- Autor: Redação
- Fonte: FCDLESP
Economia
Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil
Um levantamento feito pelo SPC Brasil em parceria com a FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do estado de São Paulo) indicou que a inadimplência no mês de janeiro para a região avançou 6,72% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O número ficou acima da média da região Sudeste, que apresentou 4,66%, e acima da média nacional, indicando 3,78%. Já na passagem de dezembro de 2023 para janeiro, o estado de São Paulo marcou alta de 1,33% no número de devedores, já a variação para a região sudeste foi de 0,86%.
“O aumento da inadimplência neste mês de janeiro, em comparação com o mesmo período do ano passado está ligada com a concessão de crédito ao Brasileiro, mas também traz a influência dos gastos de início do ano como IPTU e IPVA. Com a Selic em 11,25%, o avanço do crédito para o brasileiro significa maior poder de compra e, consequentemente, maior probabilidade de dívidas”, comenta Maurício Stainoff, presidente da FCDLESP.
Em janeiro de 2024, a média de dívidas de cada negativado do estado girou em torno de R$5.258,02. Os números indicaram ainda que 25,90% dos consumidores do estado tinham dívidas no valor de até R$500, percentual que chega a 38,49% quando se fala de dívidas de até R$1.000. O tempo médio de atraso dos devedores negativados de São Paulo é igual a 26,3 meses, sendo que 39,53% dos devedores possuem tempo de inadimplência entre 1 a 3 anos.
Reincidência da inadimplência em janeiro
O Indicador de Reincidência de Pessoas Físicas do SPC Brasil, em parceria com a FCDLESP, mede a quantidade de consumidores que apareceram nos cadastros de inadimplentes no mês de janeiro e que já tinham aparecido nos cadastros de inadimplentes nos últimos 12 meses. Se, nesse intervalo, o consumidor foi negativado apenas uma vez, não é considerado reincidente.
De acordo com a pesquisa, em janeiro deste ano, do total de negativações no estado, 86,29% foi de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. “Isso mostra que apesar das campanhas de recuperação, como a do Desenrola, as pessoas voltam a ser inadimplentes”, comenta Stainoff.
O número inclui tanto casos de consumidores que apareceram negativados nos últimos doze meses, não quitaram o que deviam e foram negativados mais uma vez no mês de referência, quanto os que apareceram negativados nos últimos doze meses, quitaram, mas foram negativados mais uma vez no mês de referência.
Do total de negativações em São Paulo, 59,51% foi de consumidores que ainda não tinham pago dívidas antigas até janeiro e 26,79% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram.
Inadimplência por gênero
O levantamento mostrou ainda que, dos devedores residentes em São Paulo, a parcela mais expressiva se concentra na faixa etária entre os 30 e 39 (25,46%). Entre mulheres e homens, a situação é equilibrada, com as mulheres pouco à frente na situação de inadimplentes (50,22%), contra (49,78%).
No mês de janeiro, o número de dívidas em atraso de moradores de São Paulo cresceu 12,14%, em relação ao mesmo período de 2023. O dado ficou acima da média da região Sudeste (9,03%) e acima da média nacional (7,94%). Na passagem de dezembro de 2023 para janeiro, o número de dívidas de São Paulo cresceu 1,88%. Na região Sudeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 1,49%.
No estado, cada consumidor inadimplente em São Paulo tinha em média 2,138 dívidas em atraso. O número ficou acima da média da região Sudeste (2,133 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,099 dívidas para cada pessoa inadimplente).
“Após as festas de fim de ano, a tendência do consumidor é gastar mais no início do ano, valores como IPVA, IPTU e matrículas escolares também podem pesar no bolso do paulista e assim gerar mais dívidas para a população”, finaliza Stainoff.