Haddad: gasoduto de Vaca Muerta não vai precisar de financiamento

Ambientalistas dizem que projeto traz alto impacto ambiental

  • Data: 30/01/2023 20:01
  • Alterado: 30/01/2023 20:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Haddad: gasoduto de Vaca Muerta não vai precisar de financiamento

Ministro Fernando Haddad na Fiesp

Crédito:Rovena Rosa / Agência Brasil

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje (30) em São Paulo que as obras do gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina, não deverão precisar de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Acho que em alguns casos específicos, como é o caso do potássio e como é o caso do gás argentino, (faz sentido) a gente pensar em parcerias que somem pelos dois países sem criar nenhum tipo de conflito, até porque são projetos sustentáveis do ponto de vista econômico e que eventualmente nem devem precisar de financiamento público. Acho que Vaca Muerta mesmo é um projeto que talvez dispense esse tipo de financiamento”, disse o ministro, que participou hoje de uma reunião com diretores da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).

Haddad diz já ter conversado com o setor químico e assim concluído que não deverá faltar demanda para o gás argentino. “Com a queda da produção de gás da Bolívia, não vai faltar demanda de gás no Brasil, mesmo que a gente não desperdice mais o gás do pré-sal”, disse o ministro.

A construção do gasoduto entre as reservas de gás xisto (shale) da reserva de Vaca Muerta até o Brasil foi tema de discussão entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em encontro ocorrido este mês em Buenos Aires. Após o encontro, Lula comentou sobre a possibilidade do BNDES financiar obras desse projeto. “De vez em quando no Brasil somos criticados por pura ignorância, pessoas que acham que não pode haver financiamento de engenharia para outros países. Acho que não só se pode como é necessário o Brasil ajudar todos os seus parceiros. E é isso que vamos fazer dentro das possibilidades econômicas do nosso país. O BNDES é muito grande”, disse o presidente, na ocasião, ressaltando, no entanto, que acredita no interesse de empresários brasileiros por essa obra. “Se há interesse dos empresários, do governo e temos um banco de desenvolvimento para isso, eu quero dizer que vamos criar as condições para fazer o financiamento que a gente tiver que fazer para ajudar ao gasoduto argentino”.

O projeto de construção de Vaca Muerta tem sido alvo de ambientalistas, que afirmam que a obra terá alto impacto ambiental. Segundo eles, o gás natural é um combustível fóssil que apresenta alto potencial de aquecimento climático e já foi banido em diversos outros países do mundo. “O método para obtenção de gás de xisto é internacionalmente reconhecido por altos riscos e fortes impactos ambientais. Consiste em processo de extração de gás por meio de fragmentação de rochas para liberação dos hidrocarbonetos, provocando a contaminação dos aquíferos sendo, portanto, alternativa de extração de gás ambientalmente inadequada e já banida em países mais progressistas”, diz documento encaminhado ao BNDES e para ministros do governo Lula.

Aos diretores da Fiesp, Haddad admitiu que essa questão ambiental não pode ser deixada de lado. “Tem uma discussão ambiental que não deve ser desconsiderada sobre a utilização de gás de xisto, mas pelos relatos que recebi, os norte-americanos resolveram de uma maneira diferente do resto do mundo e com preocupação ambiental”, disse ele.

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  • Data: 30/01/2023 08:01
  • Alterado:30/01/2023 20:01
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  • Fonte: Estadão Conteúdo









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