Guga revive glórias e procura minimizar pressão sobre potenciais sucessores

Uma série de cinco episódios irá retratar a trajetória do tenista Guga desde a infância. O documentário estará disponível na Disney+, a partir da próxima terça (10).

  • Data: 05/09/2024 19:09
  • Alterado: 05/09/2024 19:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Marcos Guedes
Guga revive glórias e procura minimizar pressão sobre potenciais sucessores

Crédito:Divulgação

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Gustavo Kuerten voltou a bater bola no palco de suas maiores glórias no tênis. Se a ideia era produzir uma série documental sobre sua carreira, como fez a Disney+, era inevitável uma visita ao complexo de Roland Garros, em Paris, onde o brasileiro conquistou o tricampeonato do Aberto da França.

“Fomos até lá para sentir o clima, recordar tudo aquilo. Entrei na quadra central depois de uns dez anos e bati bola. É um sabor reviver tudo, reavivar todas essas lembranças de um tempo formidável, que transformou nossas vidas”, afirmou o catarinense de 47 anos, que participou nesta quinta-feira (5) do lançamento de “Guga por Kuerten”, em São Paulo.

A série de cinco episódios, que estará disponível na plataforma da Disney a partir da próxima terça (10), retrata a trajetória de Guga desde a infância, quando morreu seu pai, Aldo. O primeiro capítulo faz o percurso desse momento até a surpreendente primeira conquista em Roland Garros, em 1997, aos 20 anos.

“Quem acreditava, cara?”, recorda o ex-tenista, em um dos depoimentos. Há também palavras de antigos rivais, como o russo Yevgeny Kafelnikov, e alguns dos que o sucederam na liderança do ranking mundial, como Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, todos reverentes ao brasileiro. “Ele jogava em um nível altíssimo”, diz Nadal.

Um nível que o tênis brasileiro não conseguiu manter após os primeiros anos do século 21, quando já eram evidentes os problemas físicos que encurtariam a carreira de Guga. O candidato a sucessor que chegou mais longe foi Thomaz Bellucci, que em 2010 atingiu o posto de 21º colocado na lista da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).

Beatriz Haddad Maia, de 28 anos, vem de uma campanha que a levou às quartas de final do US Open e ao 17º lugar no ranking. Ela chegou a ocupar a décima posição no ano passado, quando avançou às semifinais em Roland Garros, porém não tem exibido a consistência necessária para se manter como top 10.

“A Bia é uma jogadoraça. Muita gente não tem a noção de quão difícil é ser 20 do mundo no tênis, ou mesmo número 50, número 70. É um desafio imenso”, afirmou Kuerten, em esforço para minimizar a pressão sobre a geração atual, ciente de que o parâmetro que estabeleceu é de difícil alcance.

“Acho que vão surgir melhores do que Guga. Mas o que ajuda é não comparar, porque já teve um Guga. Não precisa ter essa história que estamos contando aqui. Precisa ter uma diferente, como foi a da Maria Esther [Bueno], a do Thomaz Koch”, acrescentou, referindo-se a nomes marcantes da modalidade no século passado.

No momento, quem desponta no cenário internacional é o carioca João Fonseca, de 18 anos, que em 2023 venceu o US Open juvenil e se tornou o primeiro brasileiro a terminar o ano na liderança do ranking juvenil. Agora, dá os passos iniciais como profissional e é visto com olhos esperançosos, como os de um tricampeão em Roland Garros.

“Estamos em um momento bem agradável, com a Bia reluzindo e um menino como o João, que é uma tendência de sucesso enorme, um dos nomes mais precoces da história do nosso tênis. Nunca tivemos algo tão fantástico”, afirmou Gustavo. “Nosso papel é tentar ser generoso para acolher, porque são poucos os nomes que a gente tem.”

Segundo ele, com um trabalho melhor da CBT (Confederação Brasileira de Tênis) do que em sua época, o tênis brasileiro hoje é “mais preparado para aproveitar os grandes nomes”. Enquanto eles não aparecem ou não se consolidam no mais alto nível, sempre é possível reviver os anos de glória com Guga.

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  • Data: 05/09/2024 07:09
  • Alterado:05/09/2024 19:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: FolhaPress/Marcos Guedes









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