Guarujá tem alta de surto de virose, hospitais cheios e remédios em falta nas farmácias

Prefeitura informou que houve um aumento significativo de 42% nas queixas de viroses registradas nos atendimentos médicos.

  • Data: 02/01/2025 19:01
  • Alterado: 02/01/2025 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Guarujá tem alta de surto de virose, hospitais cheios e remédios em falta nas farmácias

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Crédito:Prefeitura do Guarujá

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Após as festividades de fim de ano, turistas que visitaram Guarujá, localizado no litoral paulista, relataram uma série de sintomas gastrointestinais, incluindo náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia. Esses relatos coincidem com a superlotação nos prontos-socorros da região e a escassez de medicamentos nas farmácias.

A Prefeitura de Guarujá informou que houve um aumento significativo de 42% nas queixas de viroses registradas nos atendimentos médicos. Os dados apontam que em dezembro ocorreram 2.064 atendimentos relacionados a esses sintomas, comparados a 1.457 em novembro. Contudo, não há informações detalhadas sobre quantos desses casos ocorreram especificamente durante o período das festividades.

Para enfrentar o aumento na demanda por atendimento médico, a administração municipal decidiu ampliar o horário de funcionamento de três unidades de saúde entre os dias 28 de dezembro e 5 de janeiro. Estas unidades estão abertas das 7h às 22h, enquanto as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) continuam operando 24 horas por dia.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo também se pronunciou, afirmando que até o momento não recebeu notificações sobre surtos de doenças transmitidas por água e alimentos (DTAs) na região, mas continua monitorando a situação em conjunto com os municípios locais.

Conforme o Boletim de Balneabilidade da CETESB divulgado nesta quinta-feira (2), das 175 praias analisadas no litoral paulista, 38 foram consideradas impróprias para banho, apresentando altas concentrações de bactérias fecais, resultado da coleta de amostras ao longo de cinco semanas consecutivas.

Nas redes sociais, muitos usuários relataram experiências semelhantes em relação aos sintomas gastrointestinais em várias praias do litoral, especialmente em Guarujá. A comunicadora Roberta Martinelli compartilhou que ela e outros dez indivíduos que se hospedaram em uma casa na praia de Pitangueiras começaram a apresentar os sintomas a partir do dia 27 de dezembro. “Inicialmente pensamos que fosse algo comum, mas logo todos começaram a sentir-se mal”, comentou.

Ela enfrentou dificuldades para encontrar medicamentos necessários para aliviar os sintomas, relatando que após visitar diversas farmácias encontrou apenas uma caixa disponível.

O administrador Paulo Ramos, que passou o final do ano na cidade com sua família, relatou que sua filha e outras crianças do grupo apresentaram vômitos e febre. Ao buscar atendimento no Hospital Ana Costa, enfrentou longas filas e superlotação. “Chegamos ao hospital por volta das 21h e minha filha só foi atendida às 2h da manhã devido à alta demanda”, disse ele.

Embora o hospital reconheça um aumento nas queixas gastrointestinais, sua administração atribui essa situação ao fluxo elevado de turistas e não a um possível surto relacionado à contaminação da água. O hospital também afirmou ter verificado que todas as praias estavam sinalizadas como seguras pela Sabesp.

No entanto, segundo Ramos, informações sobre um possível vazamento ou rompimento em dutos de esgoto foram levantadas durante seu tempo no pronto-socorro. A prefeitura declarou ter acionado a Sabesp para investigar possíveis vazamentos na área da praia da Enseada.

A infectologista Rosana Richtmann alertou que com o aumento do turismo, é comum observar contaminação das águas devido à sobrecarga no sistema de saneamento básico. Um dos principais agentes responsáveis pelos surtos é o norovírus, conhecido por sua alta capacidade infecciosa.

A médica recomendou precauções adicionais como evitar alimentos perecíveis e optar por água com gás em locais suspeitos quanto à qualidade da água. Ela destacou a importância da hidratação adequada e sugeriu cuidados na manipulação de alimentos durante passeios na praia.

As orientações para prevenir contaminações incluem:

  • Evitar alimentos mal cozidos;
  • Manter os alimentos refrigerados adequadamente;
  • Levar lanches caseiros durante passeios;
  • Observar a higiene em lanchonetes e quiosques;
  • Lavar as mãos antes das refeições;
  • Cuidado redobrado em restaurantes self-service;
  • Bebidas somente filtradas ou engarrafadas.
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  • Data: 02/01/2025 07:01
  • Alterado:02/01/2025 19:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS









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