Grupo Reflexivo de Homens de Diadema debate machismo com reclusos do CDP
Secretaria de Segurança Cidadã firma parceria com Secretaria de Administração Penitenciária do Estado em projeto que busca interromper ciclo de violência contra a mulher
- Data: 18/05/2023 13:05
- Alterado: 18/05/2023 13:05
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Grupo Reflexivo de Homens de Diadema debate machismo com reclusos do CDP
Crédito:Divulgação/SAP
A Secretaria de Segurança Cidadã de Diadema, por meio do GRHOM (Grupo Reflexivo de Homens) do Projeto DIAMAR (Diálogos Masculinos Restaurativos), tem promovido série de encontros com reclusos do CDP (Centro de Detenção Provisória) da cidade com o objetivo de debater a violência doméstica e o machismo na sociedade.
Os reclusos envolvidos no projeto foram autores de atos agressivos contra a mulher. Em parceria com a Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo, da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, o GRHOM ouve as histórias deles e provoca a reflexão a respeito da cultura machista na sociedade, na intenção de interromper o ciclo de violência doméstica na qual esses reclusos estão inseridos.
“A violência é sistêmica assim como o machismo. Ambas estruturam, permeiam e influenciam a sociedade como um todo. A relação da masculinidade hegemônica, que atende aos padrões estabelecidos pelo machismo, andam de mãos dadas com as violências, uma vez que a maneira como os homens performam a sua masculinidade, para tentar atender às normas e às expectativas do que é ser homem, ocorre de forma competitiva, adversarial e violenta, seja para se impor e ganhar, seja para se autoafirmar e provar para outras pessoas que é homem”, avalia Reginaldo Bombini, facilitador e coordenador do GRHOM.
“Por conta disso, é importante oferecer um espaço de cuidado, de reflexão, de responsabilização e reparação, a fim de que, enquanto homens, consigamos romper com padrões tóxicos de masculinidade e relacionamentos interpessoais, para desenvolvermos masculinidades saudáveis e repertório dialógico e emocional para lidarmos de forma não violenta com as adversidades e conflitos inerentes à vida. Afinal, se aprendemos a ser violentos, nós podemos aprender a sermos não violentos”, adiciona Bombini.
Os encontros realizados no CDP de Diadema começaram em abril. Ao todo, serão 16 atividades de 2 horas, num total de 32 horas, sendo 14 aulas virtuais e duas presenciais, no início e no término do projeto. As ações trazem temáticas como A violência e suas implicações para a vida; Estereótipos, preconceitos e discriminações; Reflexão acerca das identidades e das performances masculinas aprendidas e reproduzidas; Perdão – amor e compaixão; Comunicação não violenta e inteligência emocional; Círculo restaurativo de responsabilização, entre outras abordagens.
“A Secretaria de Segurança Cidadã mantém, desde 2006, o Programa de Mediação de Conflitos como uma forma de enfrentar as violências nas relações interpessoais. A partir da Lei Municipal Nº 4.279/2022, que instituiu a obrigatoriedade de participação de homem autor de violência doméstica e familiar em grupo de educação, reflexão e responsabilização sobre violência contra a mulher, a pasta também está responsável pelo desenvolvimento desses grupos reflexivos de homens. Esse trabalho voltado para a reeducação de homens autores de violências contra as mulheres completa outro trabalho de nossa Secretaria que é a Patrulha Maria da Penha, com 2 anos de existência na cidade e que atua com a proteção das mulheres com medidas protetivas de urgência”, pontuou o secretário de Segurança Cidadã de Diadema, Benedito Mariano. “O trabalho da Mediação de Conflitos com homens é fundamental para que, a curto e médio prazos, consigamos diminuir as violências contra as mulheres, que é uma prioridade da Secretaria de Segurança Cidadã.”
O diretor geral do CDP, Marcelo Cabianca Chicalé, elogiou a parceria com a Prefeitura de Diadema. “Esperamos que, ao final do projeto, os participantes reconheçam seus atos, reflitam suas atitudes e consigam adotar condutas que impeçam de repetir os erros.”