Governo Lula cobra cumprimento de acordo de paz entre Venezuela e Guiana
O texto foi divulgado após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, romper a trégua acordada com o país vizinho e mobilizar militares.
- Data: 29/12/2023 14:12
- Alterado: 29/12/2023 14:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução
O governo Lula (PT) emitiu uma nota nesta sexta-feira (29) direcionada à Venezuela e à Guiana em que “conclama à contenção, ao retorno do diálogo e ao respeito”. O texto foi divulgado após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, romper a trégua acordada com o país vizinho e mobilizar militares, em resposto ao envio de um navio de guerra britânico à costa guianense.
As duas nações estão em crise, e a Venezuela chegou a ameaçar invadir o país vizinho. Caracas reivindica a soberania de Essequibo, região que compreende dois terços do território guianense e que possui riquezas minerais, além da recente exploração de petróleo.
O texto divulgado pelo Itamaraty pede que seja respeitada a declaração de Argyle, documento assinado pelos dois países no último dia 14, em encontro no arquipélago de São Vicente e Granadinas que fixou o compromisso de não utilização da força.
O governo brasileiro afirma que a declaração é um “um marco nos esforços para abordar pacificamente a questão, tendo em mente o espírito de integração que nos move, como uma região de paz, cooperação e solidariedade”.
“Os dois países concordaram, ademais, em cooperar para evitar incidentes no terreno e medidas unilaterais que possam levar a uma escalada da situação”, diz o texto.
Na quinta-feira (28), a Venezuela rompeu a trégua acordada na declaração, e mais de 5.600 militares iniciaram exercícios militares por ordem de Maduro.
A medida foi uma resposta ao envio do navio de guerra britânico HMS Trent à Guiana –sua chegada estava prevista para esta sexta-feira (29), segundo um integrante da chancelaria guianense.
A disputa por Essequibo é centenária e foi reavivada no início de dezembro, quando o regime chavista convocou a população a votar pela anexação da região em um plebiscito e reacendeu o temor de enfrentamentos militares.