Governo e empresas se unem para reconstruir o Rio Grande do Sul após tragédia

Gerdau e Vale se unem em fundo de R$ 40 milhões para reconstruir o Rio Grande do Sul após enchentes devastadoras.

  • Data: 01/01/2025 08:01
  • Alterado: 01/01/2025 08:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Governo e empresas se unem para reconstruir o Rio Grande do Sul após tragédia

Rio Grande do Sul

Crédito:Bruno Peres/Agência Brasil

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No dia 1º de maio, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez um alerta grave à população gaúcha sobre a intensificação das enchentes que assolavam o estado. “Estamos enfrentando o que pode ser considerado o maior desastre da nossa história“, declarou Leite, enquanto o número de mortos já chegava a dez e mais de 20 pessoas estavam desaparecidas.

Em meio a essa crise, a família Gerdau, proprietária de uma das principais empresas do Brasil, decidiu agir em favor das comunidades afetadas pelas chuvas. Beatriz Johannpeter, diretora do Instituto Helda Gerdau e integrante da quinta geração da família, relatou: “Moro em São Paulo, mas meus pais residem no Sul. Conversamos durante o feriado e, no dia seguinte, criamos uma conta emergencial para apoiar três organizações”.

Dessa iniciativa surgiu, em 2 de julho, o fundo filantrópico RegeneraRS, destinado à reconstrução do Rio Grande do Sul após as devastadoras catástrofes climáticas que impactaram cerca de 2,3 milhões de pessoas. O fundo foi iniciado com uma contribuição de R$ 30 milhões da família Gerdau e sua empresa. A Vale também se juntou ao esforço com um aporte de R$ 8 milhões, somando assim R$ 40,5 milhões em recursos provenientes de diversas empresas.

O objetivo do RegeneraRS é financiar projetos estruturantes em quatro áreas fundamentais: educação, habitação, soluções urbanas e negócios. Beatriz Johannpeter enfatizou a importância desse papel: “Percebemos que tínhamos a responsabilidade de catalisar recursos”.

Para gerenciar as operações do RegeneraRS, a executiva convidou a consultoria Din4mo Lab para aplicar uma abordagem de capital catalítico. Marcel Fukayama, cofundador da consultoria, explicou: “Nosso objetivo não é financiar 100% dos projetos; queremos atuar como alavanca para que esses projetos consigam atrair mais investimentos”.

Um exemplo dessa estratégia é o apoio dado à ONG Gerando Falcões, que levará seu projeto Favela 3D — voltado para a erradicação da pobreza — à cidade de Eldorado do Sul. O Regenera aportou R$ 1 milhão ao projeto e conseguiu mobilizar mais R$ 10 milhões adicionais, demonstrando assim um considerável potencial de alavancagem que pode chegar a R$ 460 milhões no total.

Dos 85 projetos apresentados até agora, 13 já foram aprovados e 31 estão em fase de análise. Os critérios para aprovação incluem escalabilidade, impacto social e sustentabilidade. Até o momento, mais de R$ 8 milhões foram destinados às iniciativas selecionadas e outros R$ 18 milhões estão comprometidos.

Fukayama ressaltou que embora os recursos filantrópicos sejam cruciais, são insuficientes para resolver os problemas enfrentados pelo estado. “O Rio Grande do Sul precisará de pelo menos meio trilhão de reais nos próximos dez anos para sua plena reconstrução”, afirmou ele.

Gleuza Jesué, integrante do conselho responsável pela destinação das doações e diretora de Reparação da Vale, também compartilhou sua experiência anterior com tragédias. “Já vivenciamos uma grande tragédia e entendemos as necessidades que surgem em momentos críticos como este”, comentou Jesué.

Entre as iniciativas apoiadas pelo Regenera está o Estímulo Retomada, um fundo que combina doações com investimentos voltados para ajudar pequenos negócios afetados pelas enchentes. Inicialmente com um apoio de R$ 3 milhões, o fundo já arrecadou R$ 39,5 milhões para socorrer pequenos empreendedores gaúchos. Vinícius Poit, CEO da associação responsável pelo fundo, explicou: “Este é um fundo de alívio pós-desastre climático”. O foco é garantir recuperação financeira a microempresários afetados por desastres naturais.

Além disso, grandes empresas atuantes na região têm contribuído significativamente para a reestruturação do estado através de parcerias com setores público e privado. A Gerdau não apenas doou R$ 10 milhões ao RegeneraRS como também destinou outros R$ 50 milhões para ações como reforma de escolas públicas e reconstrução de pontes na serra gaúcha.

A Ambev também entrou na ação solidária ao interromper sua produção habitual na região metropolitana de Porto Alegre para envasar água potável. A empresa distribuiu pelo menos 850 mil latas d’água aos afetados pelas enchentes e forneceu caminhões-pipa para abastecer hospitais locais.

Com estas iniciativas conjuntas entre empresas e organizações sociais, espera-se que o Rio Grande do Sul consiga se recuperar dos danos causados pelas recentes catástrofes climáticas e encontre um caminho sustentável rumo ao futuro.

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  • Data: 01/01/2025 08:01
  • Alterado:01/01/2025 08:01
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  • Fonte: Folhapress









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