Golpe de falsos advogados em aplicativos se multiplica
TRF3 alerta os jurisdicionados para as tentativas de golpe no recebimento de precatórios, emitidos a clientes de advogados que atuam em processos da Justiça Federal
- Data: 18/03/2024 18:03
- Alterado: 18/03/2024 18:03
- Autor: Redação
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Divulgação/Freepik
Esquema criminoso envolvendo falsos advogados se multiplica em todo país. Não é de hoje que inúmeras tentativas de golpe são aplicadas em diversas áreas de atuação, sendo o ramo da advocacia um dos que mais têm sofrido ataques. De acordo com o Tribunal Federal da 3ª Região (TRF3), há casos em que os criminosos se passam como membros dos escritórios de advocacia e afirmam ser necessária a realização de depósito bancário, referente a supostas certidões negativas ou custas processuais, como condição para a efetiva liberação de crédito em nome do credor.
Da mesma forma, o Tribunal Federal da 3ª Região (TRF3) alerta os jurisdicionados para as tentativas de golpe no recebimento de precatórios, emitidos a clientes de advogados que atuam em processos da Justiça Federal. No golpe dos precatórios, a ação dos criminosos é muito semelhante. Segundo denúncias, os estelionatários apresentam documentos, via WhatsApp, assinados supostamente por advogados, procuradores, desembargadores e servidores do Poder Judiciário, em que informam a liberação antecipada do valor do precatório, mediante o depósito de quantia para pagamento de custas, via Pix. Porém, nenhum valor é cobrado pelos Tribunais de Justiça para a liberação das parcelas e nem tão pouco para o pagamento do saldo do precatório.
De acordo com Bady Curi, advogado fundador do escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, “os golpistas agora foram além. Estão falsificando alvarás do poder judiciário e pedindo dinheiro de custas para a liberação do dinheiro. Fizeram isso com o meu escritório que fica em Belo Horizonte”.
Bady Curi, diz ainda: “Meu escritório já tomou providências denunciando essa tentativa de golpe junto à Corregedoria de Justiça, Ministério Público e Poder Judiciário de Minas Gerais’.
No mesmo sentido, de acordo com Suzana Cremasco, advogada sócia e fundadora do escritório Suzana Cremasco Advocacia, em Belo Horizonte, o seu escritório também foi alvo de golpe no final de fevereiro. “Enviaram uma mensagem de um número falso, com o nome e a foto da minha secretária, solicitando que se fizesse contato comigo, em número também falso, pois haveria “uma liberação prevista para hoje, em caráter de urgência”, explica. Ainda segundo Suzana, “quando o cliente fazia contato com o número falso, era enviado um documento com timbre do Poder Judiciário para ‘comprovar’ a suposta liberação e para a qual se pedia pagamentos”.
‘É um golpe extremamente bem pensado, mas que tem o padrão de sempre solicitar algum pagamento com a promessa de que haveria um recebimento de valor superior’, ressalta Suzana Cremasco. E complementa: “Nós registramos boletim de ocorrência, levamos a questão ao Tribunal e à OAB. E a orientação para a população é de sempre ficar atenta a qualquer solicitação, buscar contato com o profissional no número de recorrência dele e, caso eventualmente caia no golpe, procurar a polícia e registrar um boletim de ocorrência.”