Gol Anuncia Novo Plano Financeiro e Fusões no Setor Aéreo
Gol Linhas Aéreas revela plano financeiro audacioso e busca fusão com a Azul.
- Data: 16/01/2025 00:01
- Alterado: 16/01/2025 00:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:GOL Linhas Aéreas/Divulgação
A Gol Linhas Aéreas apresentou, na última quarta-feira (15), uma atualização de seu plano financeiro, delineando estratégias para os próximos cinco anos. O plano inclui a expectativa de saída do processo de recuperação judicial, conhecido como Chapter 11, nos Estados Unidos, até o mês de maio deste ano.
Entre as principais mudanças propostas, destaca-se a conversão de uma parte substancial da dívida da companhia em novas ações, o que resultará em uma diluição significativa das ações existentes. Além disso, a frota da Gol deve aumentar de 137 para 167 aeronaves até 2029.
Conforme informado pela empresa, a revisão do plano foi elaborada com base nas condições macroeconômicas atuais, considerando uma taxa de câmbio de R$ 6,04. Este ajuste reflete o compromisso da Gol em aprimorar seu desempenho tanto operacional quanto financeiro.
Os executivos da companhia projetam um crescimento no Ebitda (lucro antes de impostos, tributos, depreciações e amortizações) a níveis normais até 2026. Com isso, espera-se que a alavancagem da empresa alcance 2,7 vezes até o final de 2027 e 1,9 vez até o final de 2029.
É importante ressaltar que a implementação das medidas anunciadas está condicionada à aprovação de um plano de reestruturação que foi protocolado nos EUA em dezembro do ano passado.
Para viabilizar sua saída do Chapter 11 e garantir estabilidade financeira no longo prazo, a Gol busca levantar US$ 1,87 bilhão em financiamento. Deste total, US$ 1,32 bilhão serão destinados à quitação do DIP (financiamento do devedor em posse), enquanto os restantes US$ 500 milhões visam assegurar liquidez durante a transição para fora da recuperação judicial.
O financiamento será garantido por um penhor sobre ativos valiosos da empresa, incluindo sua marca, o programa de fidelidade Smiles, além dos slots em aeroportos e um pool de peças de reposição. Esses bens têm um valor estimado total de US$ 6,25 bilhões.
No fechamento do terceiro trimestre de 2024, a Gol reportou uma dívida líquida total de R$ 27,6 bilhões e um prejuízo líquido de R$ 830 milhões durante os três meses encerrados em setembro.
Na mesma data em que anunciou seu novo plano financeiro, a Gol também firmou um memorando com a Azul e a Abra (controladora da Gol) visando uma fusão entre as duas companhias aéreas. Essa união está sujeita à aprovação do Cade e da Anac e pode demorar cerca de um ano para ser concretizada. A fusão criará uma nova força no setor aéreo brasileiro, com mais de 60% da participação no mercado de passageiros.
Contudo, a efetivação desse negócio depende do cumprimento de várias condições. A principal delas é a conclusão do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos e a renegociação com os credores para reduzir sua carga dívida.
De acordo com os termos do memorando acessados pelo Painel S.A., da Folha, a alavancagem combinada das duas empresas não poderá ultrapassar o nível estabelecido após as renegociações da Gol. Estima-se que essa alavancagem não deve exceder quatro vezes o Ebitda. Caso esse critério não seja atendido, a fusão poderá não se concretizar.