GM confirma demissão de 4 mil funcionários na América do Norte
Corte, segundo a maior montadora americana, será feito nas próximas duas semanas e faz parte do plano de reestruturação anunciado em novembro. No Brasil, a ideia é investir
- Data: 05/02/2019 09:02
- Alterado: 05/02/2019 09:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Fabio Gonzalez/GM do Brasil
WASHINGTON – A General Motors confimou ontem que vai demitir nas próximas duas semanas 4 mil executivos na América do Norte, completando assim seu plano de reestruturação anunciado em novembro do ano passado. Com o corte, a montadora americana reduzirá 15% da sua força de trabalho de 54 mil funcionários.
Segundo duas pessoas com conhecimento do assunto, a GM vai cortar centenas de trabalhadores dos seus centros de informação tecnológica em Texas, Georgia, Arizona e Michigan e mais de mil vagas serão fechadas em Warren e Michigan.
“Essas medidas são necessárias para assegurar o futuro da companhia, incluindo preservar milhares de trabalhadores nos Estados Unidos e globalmente. Estamos fazendo isso agora enquanto a economia e o mercado de trabalho estão fortes, aumentando as chances de os empregados continuarem suas carreiras”, disse Pat Morrissey, porta-voz da GM.
Em novembro, a maior montadora americana anunciaou que cortaria 15 mil empregos e encerraria a produção em cinco unidades no país.
NO BRASIL, A IDEIA É INVESTIR. COM CONDIÇÕES
A montadora General Motors confirmou no sábado, 02, que tem planos de investir R$ 10 bilhões no País entre 2020 e 2024, caso a companhia obtenha sucesso nas negociações atualmente em curso com governos e funcionários para coleta de recursos tributários e reduções de custos no País. A cifra de R$ 10 bilhões já havia sido adiantada pelo Estado.
De acordo com comunicado da companhia, os R$ 10 bilhões a serem investidos em cinco anos se somariam aos R$ 13 bilhões que a montadora americana já investiu no País entre 2014 e 2019. Portanto, disse a empresa, o investimento entre 2014 e 2024 seria de R$ 23 bilhões.
A confirmação da intenção de investir R$ 10 bilhões vem em um momento em que a GM considera sair do mercado brasileiro caso não volte a dar lucro por aqui, quando o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, enviou carta aos funcionários dizendo que a situação do grupo depende da volta, ainda este ano, da lucratividade da operação, que está negativa desde 2016.
Na carta, ele reproduz texto em que a presidente mundial da companhia, Mary Barra, demonstra estar insatisfeita com os resultados da América do Sul (Brasil e Argentina). “Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”, disse ela.
A concretização dessa cifra depende de uma “virada” das operações no Brasil.
SÃO CAETANO
O prefeito Auricchio disse que estava previsto para dezembro de 2018 o início da produção de um SUV na fábrica de São Caetano, possivelmente a nova Tracker. “A empresa tem novos investimentos definidos, mas precisa saber se tem a garantia dos quatro pilares (governos, sindicatos, concessionárias e fornecedores) que devem trabalhar de forma sincrônica e harmônica”, diz.
“Com a conclusão de tudo isso haverá o anúncio positivo dos investimentos”, afirma Auricchio. Segundo a Secretaria Municipal de Fazenda, dados preliminares indicam que, do repasse total de ICMS recebido no ano passado, 24% (R$ 80 milhões) foram de responsabilidade direta ou indireta da GM. Em relação ao ISS, a montadora recolheu R$ 6,5 milhões, 3% do total.