Fila de espera do INSS em SP aumenta 53% por greves e excesso de pedidos
Tempo para concessão de benefícios chega a 161 dias
- Data: 27/11/2024 12:11
- Alterado: 27/11/2024 12:11
- Autor: Redação
- Fonte: g1
INSS
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
No período entre junho e setembro deste ano, observou-se um aumento significativo no número de segurados à espera de perícia médica e análise documental pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no estado de São Paulo. De acordo com o Portal da Transparência do Ministério da Previdência Social, em setembro, a fila alcançou 217.615 pessoas.
Este aumento expressivo se deu, em parte, devido à necessidade de retorno por parte do INSS em processos que exigem perícia médica ou verificação documental por servidores. Atualmente, há também 48 mil benefícios pendentes de documentação a ser enviada pelos próprios segurados.
Entre junho e setembro, a fila cresceu 53%, coincidindo com o período das greves nacionais de servidores e peritos médicos do INSS. Em julho, funcionários responsáveis pela análise administrativa — incluindo concessões de aposentadorias e auxílios — iniciaram uma paralisação que se estendeu por mais de dois meses. Embora a maioria dos sindicatos tenha assinado o acordo para o término da greve em 26 de setembro, a Federação Nacional de Sindicatos ainda não ratificou o documento, mantendo alguns servidores em paralisação.
Os peritos médicos também se mantêm em greve desde 20 de agosto. O período foi marcado por um aumento na fila tanto para análise documental quanto para perícia médica.
Esse cenário contribuiu para elevar o tempo médio necessário para a concessão de benefícios no estado. Por exemplo, o auxílio-acidente passou de uma média de 109 dias para 161 dias entre junho e setembro. Similarmente, a análise da aposentadoria por tempo de contribuição aumentou de 62 para 104 dias. Tais dados foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação pela Globonews.
Em resposta às críticas, o INSS comunicou que as greves impactaram minimamente o acúmulo de processos. O órgão atribui o crescimento principalmente ao aumento no número de pedidos e à incorporação dos requerimentos do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é gerido pelo INSS embora pertença ao Ministério do Desenvolvimento Social. Este benefício destina-se a idosos acima dos 65 anos ou pessoas com deficiência comprovadamente de baixa renda.
O Portal da Transparência havia deixado de atualizar os dados desde junho, retomando a publicação dos números referentes aos meses subsequentes apenas na última semana. Ademais, surgiram denúncias sobre descontos indevidos nos benefícios pagos pelo INSS a pensionistas e aposentados por parte de associações e sindicatos.