FHC contesta ex-ministro Jorge Hage sobre corrupção

O ex-presidente (PSDB) questionou declaração do ex-ministro da CGU Jorge Hage, segundo a qual somente um "cego, surdo e mudo" pode acreditar que a corrupção no Brasil é uma novidade

  • Data: 23/03/2015 18:03
  • Alterado: 16/08/2023 15:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
FHC contesta ex-ministro Jorge Hage sobre corrupção

Jorge Hage

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Dias antes, o tucano, em resposta à afirmação da presidente Dilma Rousseff (PT) de que a corrupção é uma “senhora idosa” no País – feita logo depois das manifestações de 15 de março contra o governo -, havia dito que o caso de corrupção na Petrobras traz algo novo em termos de corrupção.

“Essa corrupção não é uma senhora idosa, é uma mocinha, um bebê quase”, disse o ex-presidente tucano.

“Quem afirmar que a corrupção é um bebê, certamente estava de olhos fechados ou fazendo papel de cego, surdo e mudo até agora. Porque até as pedras da rua sabem que a corrupção existe desde que existe a humanidade e, no Brasil, existe desde Pedro Álvares Cabral. Agora, se alguém fazia questão de até pouco tempo não enxergá-la, não investigá-la, não trazê-la para a superfície e mantê-la debaixo do tapete, aí realmente pode dizer que ela nasceu agora e é um bebê”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo o ex-ministro Jorge Hage, que entre 2006 e 2014 comandou a CGU, órgão do governo federal encarregado de investigar denúncias de corrupção.

Hage avaliou que não se pode afirmar que o escândalo de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava Jato é o maior caso de desvios de dinheiro público da história do País mas é, certamente, o maior esquema já investigado e punido.

“Eu disse, referindo-me ao petrolão (esquema de corrupção na Petrobras sob investigação), ser uma forma de corrupção específica e recente, quase um bebê. Além de ser o maior escândalo já apurado, como disse o ex-ministro, trata-se da articulação de uma rede que incluiu diretores e funcionários da Petrobras, nomeados e sustentados pelo governo, vinculando empresas privadas e partidos, com fins de locupletação pessoal, mas também de financiamento a partidos políticos”, afirmou FHC.

Ainda segundo o ex-presidente, o caso na estatal petroleira “encontra antecedentes no mensalão, mas é bem distinto da forma usual de corrupção pessoal, que também merece repúdio”. “A ironia quanto a que qualquer cego vê que sempre houve corrupção no País, como pretende o ex-ministro, encobre a gravidade e a especificidade do petrolão, como se fosse um caso banal, o que provavelmente não é o propósito dele”, criticou FHC.

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  • Data: 23/03/2015 06:03
  • Alterado:16/08/2023 15:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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