FGV diz que Decotelli não foi professor e o indicado ao MEC pode sair ainda hoje

A Fundação Getúlio Vargas informou na tarde desta segunda-feira, 29, que Carlos Decotelli nunca atuou como professor de qualquer das escolas da Fundação.

  • Data: 30/06/2020 14:06
  • Alterado: 30/06/2020 14:06
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
FGV diz que Decotelli não foi  professor e o indicado ao MEC pode sair ainda hoje

Decotelli

Crédito:Marcos Oliveira/Agência Senado

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A FGV também “vai apurar os fatos referentes à denúncia de plágio na dissertação do Ministro Carlos Alberto Decotelli”,

Em entrevista coletiva no final da tarde de ontem, o (ainda) ministro disse que foi professor por 40 anos na instituição.Segundo a FGV, a informação não é verdadeira.

A entidade disse que Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação. Da mesma forma, segundo a FGV, Decotelli “não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição.”

O presidente Jair Bolsonaro ficou irritado ao saber de mais uma incoêrencia no currículo do indicado, que já teve doutorado e pós-doutorado questionados por universidades estrangeiras e é acusado de plágio no mestrado. A intenção do governo é a de que ele faça uma carta de demissão, enquanto procura nomes para substituí-lo.

Segundo o Estadão apurou, Decotelli já perdeu o apoio do grupo militar que o indicou ao governo. A nota da FGV dizia que Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008. “Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação”, completa o texto. A situação é comum na instituição em cursos com esse perfil, professores são chamados como pessoa jurídica e atuam apenas em cursos específicos. Isso quer dizer que ele não faz parte do corpo docente da instituição.

Nesta segunda-feira, o presidente chamou Decotelli para uma conversa e postou nas redes sociais que o economista estava sendo vítima de críticas para desmoralizá-lo. Mas deu um recado: “O Sr. Decotelli não pretende ser um problema para a sua pasta (Governo), bem como, está ciente de seu equívoco.” E não indicou que haveria posse, anteriormente marcada para esta terça. Decotelli saiu da reunião dizendo que era o ministro da Educação.

Segundo fontes, no entanto, o fato de Decotelli ser contestado agora por uma instituição do País o fragilizou. Na semana passada, ele foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, que disse que ele não conclui o doutorado. Nesta segunda, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, também afirmou que ele não fez pós-doutorado na instituição. Decotelli mudou seu currículo na plataforma Lattes depois dos questionamentos.

Bolsonaro deve reavaliar alguns dos indicados que ele já se encontrou na semana passada, como Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Velez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo ligado a Olavo de Carvalho.

Também esteve com o presidente o ex-pró reitor da FGV Antonio Freitas, indicado pelo mesmo grupo militar e pelo dono da Unisa, Antonio Veronezi que tem exercido grande influência no governo. Ele é professor yitular de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Conselho Nacionla de Educação (CNE).

O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, também esteve com o presidente e depois foi avisado por ele que não tinha sido escolhido para o cargo.

A preocupação dos militares e de educadores é que integrantes ligados a Olavo de Carvalho agora tenham argumentos para indicar um nome que prevaleça. O deputado Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant’ana, ex-assessor especial de Abraham Weintraub e ligado a olavistas do governo. O nome de Ilona Becskehazy, que é a atual secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendida por grupos considerados ideológicos.

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  • Data: 30/06/2020 02:06
  • Alterado:30/06/2020 14:06
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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