Fevereiro Roxo: Neurologista fala sobre Alzheimer, doença que afeta mais de 1 milhão de brasileiros
Doença tem grande impacto não somente na qualidade de vida dos pacientes, mas também na de seus familiares e cuidadores
- Data: 20/02/2024 14:02
- Alterado: 20/02/2024 14:02
- Autor: Redação
- Fonte: Clínica Araújo e Fazzito
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil. A cada ano, 100 mil novos casos são diagnosticados, sendo considerada uma das principais causas de demência. É objeto de intensa pesquisa e atenção de especialistas, tendo em vista sua prevalência e impacto na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares.
De acordo com a Dra. Mirella Fazzito, médica neurologista da Clínica Araújo & Fazzito, a doença costuma se manifestar em idosos, mas, de maneira mais rara, pode também acometer jovens. “Os sintomas são conhecidos, e incluem dificuldade em lembrar eventos recentes, nomes, informações, além de desorientação de tempo e espaço”, explica a especialista. “Como estamos falando de uma doença degenerativa, ela é uma condição progressiva e irreversível. Os sintomas se agravam à medida em que progride” complementa.
Com essa piora, o desafio vai se tornando maior, podendo o paciente ter problemas na comunicação, julgamento, tomada de decisões e até mesmo na realização de atividades básicas do cotidiano, como ir ao banheiro ou alimentar-se. “Neste momento, não só o paciente tem sua qualidade de vida impactada, mas também seus familiares e amigos”, esclarece a Dra. Mirella.
“O paciente com Alzheimer tem um acúmulo anormal de proteínas (beta-amiloide e tau) no cérebro, formando placas neurofibrilares que interferem no funcionamento das células cerebrais, e consequentemente levam à sua morte neuronal”, comenta a neurologista. Como resultado, as áreas do cérebro responsáveis pela memória, raciocínio, organização, pensamento e comportamento são afetadas.
Causas
Sabe-se que a causa exata da doença é desconhecida e, segundo a especialista, existem vários fatores envolvidos. “Com o envelhecimento da população e aumento na expectativa de vida, vem se observando um aumento no número de casos. Consequentemente tem se buscado estudar cada vez mais a doença, sua fisiopatogenia, e assim buscar tratamentos mais eficazes e que garantam mais qualidade de vida aos pacientes”, comenta.
Além disso, fatores genéticos, ambientais e até mesmo estilo de vida podem desempenhar um papel na predisposição à doença. “A idade avançada, falta de estímulo cerebral e de qualidade de vida são importantes fatores de risco”, completa.
Tratamento
O Alzheimer ainda não tem cura, o que aumenta ainda mais as intensas pesquisas de profissionais. No entanto, existem tratamentos disponíveis que ajudam a retardar o progresso da doença e aliviar sintomas, tentando manter qualidade de vida e independência dos pacientes. Essas medicações agem aumentando a circulação de um neurotransmissor que ajuda no aprendizado e na memória, melhorando a comunicação entre as células nervosas. Elas, em conjunto com terapias, melhoram temporariamente a função cognitiva e conseguem retardar a evolução da doença. As terapias incluem estimulação mental e reabilitação cognitiva.
Além disso, é muito importante a socialização, prática de atividade física e um sono regular. “Tudo isso visa melhorar a qualidade de vida desses pacientes e assim dar apoio aos seus cuidadores”, pontua a neurologista.
“Estamos diante de um grande desafio para a sociedade, já que o Alzheimer afeta milhões de pessoas e, assim como toda doença, é importante o diagnóstico precoce para que o tratamento seja eficaz”, finaliza.