Festival da Diversidade e o protagonismo LGBTQIAPN+ dos bastidores ao palco
Festival da Diversidade de Ribeirão Pires ensina na prática como fazer um evento que esteja alinhado efetivamente ao seu propósito
- Data: 03/07/2023 15:07
- Alterado: 31/08/2023 15:08
- Autor: Be Nogueira
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Foto: Be Nogueira/ABCdoABC
Foi celebrado no último sábado (1), em Ribeirão Pires o 5 º Festival da Diversidade. A Festa reuniu a população em torno da luta, mas comemorando a vida e cultura da população LGBTQIAPN+. Com apresentações de Melody, Aretuza Lovi, Danny Bond, Mia Bad Gyal, Dornelles, Alexya, Djs e dança vogue.
Melody foi quem encerrou a noite de apresentações. E em entrevista para o ABCdoABC, comentou sobre esse novo momento da sua carreira, com lançamentos cada vez alcançando mais números importantes.
“Todos os momentos da minha carreira foram importantes, faria tudo de novo. E eu fico muito feliz que o público está me abraçando muito agora. Acho que talvez seja porque estou tentando misturar um pouquinho os estilos. Estão falando até que sou a artista pop do momento”.
Aretuza Lovi se apresentou pela segunda vez no festival e trouxe um show novo. Ela relembra que na primeira vez que se apresentou em Ribeirão Pires, cantou uma música inédita e que desta vez a apresentaria em um novo formato. Em entrevista, Aretuza conta como é se apresentar na cidade.
Estou muito feliz de estar aqui, fazendo show pela segunda vez. Espero que no ano que vem eu venha de novo e depois de novo”. E completa, “eu sempre digo que o arco-íris é feito de cores juntas. E as cores juntas refletem para todos os lugares, e nosso arco-íris chegou aqui de alguma forma. Ribeirão Pires tem diversidade, não podemos deixar isso passar batido. E não só com esse festival, mas buscando os direitos da população LGBTQIA+ e ocupando os espaços, que aqui são de direito”.
O público gritava por Danny Bond, que se mostrou ser uma das artistas mais esperadas da noite.
“Eu estou muito ansiosa, preparei um show lindo. Vi que está cheio de gente e estão gritando babados o meu nome, então se preparem porque vocês não estão prontas”, Danny conta também como é estar nos palcos dos festivais: “eu como uma artista trans estou conseguindo fazer vários festivais e trazendo meu bale inteiro de travestis, e minha equipe também. Então isso é muito babado, eu fico muito feliz com tudo isso que está acontecendo”.
Dornelles é um artista em ascensão, que veio do Rio de Janeiro e trouxe para o evento os principais hits do momento, além de composições próprias. Em seu show o público dançou o tempo todo.
“É difícil ser um artista do Rio de Janeiro porque a gente tem que vir para São Paulo o tempo todo, é um desafio, mas é gostoso ver o quanto a música está indo para outros lugares. Mesmo no início, preso no Rio de Janeiro por não ter uma verba, mas hoje isso está melhorando graças a Deus”, brincou.
O festival foi realizado pela prefeitura, e teve como organizadores o COMADS (Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual), reforçando a importância que eventos como este tenham protagonistas da pauta por trás do conceito, curadoria, realização, e nos palcos.
Há uma discussão batida, mas ainda muito pertinente e necessária, sobre eventos que dizem estar alinhados a determinadas pautas e demandas sociais, mas que tem como tomadores de decisão apenas pessoas fora do meio. E consequentemente essas pessoas não entendem de fato a essência existente dentro da respectiva causa.
No Festival da Diversidade foi possível ver um cenário completamente diferente, onde parte dos tomadores de decisão e criadores do conceito do festival eram representantes de distintas letras da sigla, trazendo a pluralidade que um evento como esse requer. Transpareceu que quem estava por trás realmente conhecia seu público, e justifica a escolha assertiva das apresentações.