Feiras livres completam 111 anos de funcionamento na capital paulista
Frutas, verduras, pastéis e caldo de cana são os itens mais consumidos nos 968 pontos existentes na cidade
- Data: 22/01/2025 07:01
- Alterado: 22/01/2025 07:01
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Crédito:David Rego Jr. / PSA
Movimentação anual de cerca de R$ 2 bilhões e geração de 70 mil empregos diretos e indiretos são registrados pelas 968 feiras livres existentes na capital, que ocupam 12 mil feirantes e completam 111 anos de funcionamento neste mês de janeiro.
As feiras livres são organizadas e supervisionadas pela Prefeitura, por meio das secretarias de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e Executiva de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento (SESANA). A fiscalização conta com a ajuda das subprefeituras e pode ser acionada pelos moradores e os próprios feirantes para verificar irregularidades, que devem ser denunciadas também pelo serviço do SP 156.
Os produtos mais comprados pelos frequentadores são frutas, verduras, pastéis e caldo de cana. “São vendidos cerca de 700 a mil pastéis por feira e caldo de cana, além de frutas e verduras, que são os produtos de maior valor agregado“, afirma Aurélio Costa de Oliveira, secretário executivo responsável pela SESANA.
Tradição
As feiras livres da capital são sinônimo de tradição familiar para José Augusto Inácio Vieira, 53, que começou a trabalhar com o pai. Ele vende frango e tem barracas em alguns bairros.
“Conheço pessoas que compram conosco desde quando eu tinha 14 anos. Converso com os clientes, ouço suas histórias de vida. Clientes que vinham quando eram crianças, acompanhados por suas mães e hoje estão formados. Temos muitos que são bastante fiéis”, afirma.
Edson dos Santos Silva, 47, trabalha desde os 12 anos como feirante. Assumiu os negócios de seu pai depois que ele se aposentou e hoje tem uma distribuidora de bananas que fornece as frutas não só para as suas barracas, mas também mercados.
“Dia de feirante é de segunda a segunda. Não existe folga. Muitas vezes é preciso resolver uma pendência, arrumar o caminhão, ir ao banco, conversar com o contador. Mas é um universo muito interessante”, afirma.
Avanços
De acordo com o historiador Francis Manzoni, autor do livro “Mercados e Feiras Livres em São Paulo”, antes de serem instituídas oficialmente em 1914, pelo prefeito Washington Luiz, esse tipo de comércio costumava acontecer em diversos pontos da cidade de São Paulo de modo regular. E desde aquele período até os dias de hoje foram feitos muitos avanços. Entre eles, destacam-se a dispensa da obrigação de rodízio para os caminhões dos feirantes e a mudança do sistema de gestão, como o registro para atuação, atualmente automatizado pelo Sistema “Tô Legal”, assim como a instalação de banheiros químicos, que beneficiam 300 feiras livres.
O reaproveitamento de frutas, verduras e hortaliças, que ainda estão em condições de consumo e são direcionadas para associações locais cadastradas pelo Programa de Combate ao Desperdício também é relevante.
Sobre a SESANA
A SESANA também é responsável pelos programas de fornecimento de alimentos para comunidades e pessoas em situação de rua (Programas Cozinha Solidária e Cozinha Escola), reaproveitamento de alimentos e, mais recentemente, pela criação dos Armazéns Solidários, que comercializam produtos até 50% mais baratos do que os do mercado tradicional, entre outros programas de segurança alimentar como o Bom Prato Paulistano (em parceria com o Governo do Estado) que beneficiam a população vulnerável e de mais baixo poder aquisitivo.