Fechamento do Hospital Bela Vista expõe falhas graves na gestão de saúde em São Paulo
520 demitidos e investigação em curso agravam crise na saúde pública.
- Data: 13/11/2024 00:11
- Alterado: 13/11/2024 00:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Reprodução
O recente fechamento do Hospital Bela Vista, localizado na região central de São Paulo, traz à tona questões críticas sobre a gestão da saúde pública na cidade. Anunciado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), o encerramento das atividades resultará na demissão de 520 funcionários e no remanejamento dos pacientes internados. O hospital, inaugurado em 2020 para atender a população em situação de rua e adaptado durante a pandemia de Covid-19, foi interditado pela Vigilância Sanitária estadual devido a problemas estruturais.
A interdição ocorreu após uma inspeção do Cremesp (Conselho Regional de Medicina) identificar falhas graves, incluindo a morte de cerca de 30 pacientes entre agosto e setembro. A falta de isolamento adequado para pacientes com tuberculose e problemas na divisão de materiais esterilizados foram destacados como potenciais riscos à saúde pública. Esses problemas levaram o Ministério Público de São Paulo a iniciar uma investigação para identificar os responsáveis, seja a Prefeitura ou a Organização Social de Saúde (OSS) contratada.
Durante entrevista, Nunes revelou que, após a interdição, o número de pacientes internados caiu de 100 para 16, mas não esclareceu para onde serão transferidos. A promessa é que sejam atendidos em outras unidades de saúde da região. O fechamento do Hospital Bela Vista ocorre após outro incidente semelhante no Hospital Municipal Brigadeiro, evidenciando um padrão preocupante.
O impacto do fechamento do Hospital Bela Vista é significativo. Além da perda de empregos e do deslocamento dos pacientes, há um questionamento sobre a qualidade da gestão das unidades hospitalares sob responsabilidade da prefeitura e suas OSSs. Este cenário ressalta a necessidade urgente de melhorias na supervisão e infraestrutura dos hospitais públicos para garantir um atendimento seguro e eficiente à população mais vulnerável.