Exposição de Anita Malfatti: 100 anos de arte moderna
O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) recebe obras de Anita Malfatti que despertaram reações apaixonadas da crítica quando foram exibidas pela primeira vez
- Data: 08/02/2017 15:02
- Alterado: 16/08/2023 01:08
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil.
Quadro 'Tropical' de Anita Malfati
Crédito:Isabella Matheus
“A única diferença reside em que nos manicômios essa arte é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica”, escreveu Monteiro Lobato, em 1917, sobre os trabalhos da artista, que havia voltado há pouco da Europa.
A mostra individual, que reuniu 53 obras, entre pinturas, gravuras e desenhos, foi percursora da Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, e que abriu as portas para as vanguardas artísticas no Brasil. Alguns desses trabalhos, elaborados durante os seis anos em que a artista esteve no exterior (Alemanha e Estados Unidos), e no ano de regresso ao Brasil, compõem a exposição Anita Malfatti: 100 anos de arte moderna.
O conjunto, com 70 peças, pode ser visto até o dia 30 de abril no museu que fica no Parque Ibirapuera, zona sul da capital paulista. Além dessa fase inicial da pintora, a mostra faz um recorte amplo da produção de Malfatti, dividida em três fases. A primeira, marcada pelo escândalo com a quebra de paradigmas, que levou, inclusive, à devolução de cinco trabalhos que haviam sido vendidos, após a publicação do artigo de Lobato no jornal O Estado de S. Paulo. Fazem parte desse momento pinturas famosas, como o Homem de Sete Cores (1915/16) e os óleo sobre tela O japonês e O farol.
Na segunda parte podem ser vistos trabalhos desenvolvidos durante os estudos da artista em Paris, como as pinturas a óleo Porto de Mônaco (1925) e Paisagem de Pirineus, além das aquarelas Veneza, Canal e Vista do Fort Antoine em Mônaco.
A última parte da mostra traz a produção realizada a partir da década de 30, quando a artista fez diversos retratos de amigos e familiares. Há ainda paisagens interioranas, como em Trenzinho (1940), o Samba (1945) e Na Porta de Venda.