Estudantes de Diadema aprendem sobre cultura de paz e validação de sentimentos

Projeto vem sendo desenvolvido na Emeb Anita Malfatti e tem, entre seus objetivos, fazer enfrentamento ao bullying e promover a comunicação não violenta

  • Data: 25/05/2023 16:05
  • Alterado: 25/05/2023 16:05
  • Autor: Redação
  • Fonte: PMD
Estudantes de Diadema aprendem sobre cultura de paz e validação de sentimentos

Estudantes de Diadema aprendem sobre cultura de paz e validação de sentimentos

Crédito:André Baldini

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Com quantos anos você aprendeu que se você não puder chorar e expressar os seus sentimentos, essa mágoa pode se acumular e atrapalhar a sua vida? Com que idade você refletiu que, talvez, aquela pessoa que está sempre criticando o outro pode ser muito insegura consigo mesma? Que pessoas que têm comportamentos violentos podem estar apenas reproduzindo a violência que vivem ou viveram com seus pais? Na Emeb Anita Malfatti, em Diadema, tudo isso vem sendo debatido e compreendido por crianças de 6 a 11 anos, em uma ação que tem como mote “brincadeira só é brincadeira quando o outro sai feliz”.

Partindo do princípio da comunicação não violenta, toda a escola, que atende estudantes do 1º ao 5º ano do fundamental e também Educação Para Jovens e Adultos (EJA), tem trabalhado em uma campanha intensa que visa promover a cultura de paz, a validação de sentimentos das pessoas e o enfrentamento ao bullying. O trabalho, que vinha sendo realizado desde o início do ano, se intensificou com os recentes episódios de violência ocorridos dentro de escolas pelo Brasil.

“A comunicação não violenta é, na minha opinião, o futuro para resolução dos conflitos. E a gente vinha falando sobre isso, conversando, quando ocorreram aquelas tragédias e as crianças muito naturalmente fizeram a associação da violência na comunicação com a violência que se materializa em atos”, explicou a vice-diretora da escola, Eneida de Lima Santos Fioravante.

As escolas de educação infantil e ensino fundamental de Diadema contam, todas, com os Conselhos e Grêmios Curumins, colegiados formados por representantes de todas as salas de aula que participam das decisões da unidade escolar. E foram os curumins do Anitta quem começaram as discussões, entre eles, sobre como construir uma cultura de paz na cidade, no bairro e na escola.

Esses representantes são multiplicadores e passam para os demais estudantes tudo o que está sendo debatido nas reuniões. No caso da mobilização “só é brincadeira se meu amigo sai feliz”, todas as salas aderiram e têm abordado o assunto. “A gente tem uma roda de conversa, toda quinta-feira, para falar desse assunto”, explicou Helena Ferreira Silva Santos, 10 anos. As turmas também fizeram cartazes e desenhos sobre o tema. Helena disse que depois das rodas de conversa, conseguiu perceber que ela mesma já havia feito bullying com colegas.

Para Carlos Henrique Soares, 10 anos, esse processo de mudança na escola já está acontecendo, ainda que de maneira lenta. “Tinha um menino na minha sala que era muito explosivo, mas está mudando”, relatou. Com apenas 10 anos, Valentina Rodrigues da Silva diz que tem uma frase que pretende levar para a vida. “Se a dor não é sua, não chame de drama”. Elis Goldberg, 8 anos, acredita que algumas crianças têm atitudes violentas porque aprenderam assim com seus pais.

Arthur Santos Marques, 9 anos, foi ainda mais longe. “Às vezes os pais dos nossos pais eram violentos com eles. E eles viraram adultos e agora são violentos também”, pontuou. “Quem faz bullying com os amigos ainda não têm consciência que isso é errado”, concluiu. A mobilização “brincadeira só é brincadeira quando o outro sai feliz” vai incluir também as turmas da EJA. “As próprias crianças têm nos cobrado que os adultos também participem”, explicou a vice-diretora.

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  • Data: 25/05/2023 04:05
  • Alterado:25/05/2023 16:05
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