Estado de SP permanece como o principal polo automotivo do país

Estudo do Seade mapeia segmento industrial no território paulista e analisa, entre outros temas, a evolução do Valor de Transformação Industrial (VTI) e a previsão de investimentos das montadoras no Estado de São Paulo

  • Data: 06/03/2025 14:03
  • Alterado: 06/03/2025 14:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Seade
Estado de SP permanece como o principal polo automotivo do país

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Indicadores apresentados no estudo “O desafio do setor automotivo no Estado de São Paulo”, da Fundação Seade, mostram que mesmo diante de diversas transformações pelas quais passa o setor automotivo global, a indústria paulista permanece liderando o segmento industrial de automóveis em participação no Valor de Transformação Industrial (VTI) nacional. De acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE, essa participação apresentou crescimento nos últimos dez anos, passando de 51,2%, em 2012, para 54,4% em 2022, retomando o patamar registrado em 2007.

Essa recente ampliação da participação do VTI do setor automotivo paulista no VTI nacional mostra a melhora da relação entre o Valor de Transformação Industrial (VTI) e o Valor Bruto da Produção (VBP) desse setor. Esse indicador, que mede a eficiência do valor agregado à produção industrial, havia registrado em 2020, durante a pandemia, o menor índice do Estado (26,1%), resultado das restrições na cadeia de suprimentos, que afetaram significativamente o setor automotivo paulista. A partir de 2021, contudo, esse indicador vem se recuperando, possivelmente refletindo condições mais favoráveis de produção no Estado de São Paulo, como a estabilização das cadeias de suprimento e a retomada da atividade econômica.

Contudo, a análise pontua que nesse mesmo período a participação da indústria automotiva entre as atividades que compõem o VTI estadual diminuiu, caindo da primeira posição (15,2%) em 2010 para a quarta posição (9,8%) em 2022, atrás dos setores de derivados de petróleo (16,8%), alimentos (15,4%) e química (12,7%). Essa mudança reflete uma redistribuição relativa no peso das atividades industriais em termos estaduais, mas, ainda assim, o Estado de São Paulo permanece como o principal polo automotivo do país.

Os autores destacam a liderança da China na produção mundial, impulsionada por avanços tecnológicos expressivos, especialmente no setor de veículos elétricos. Esse protagonismo tem redefinido a competitividade global, impactando a indústria automobilística no Brasil e no Estado de São Paulo, que busca atrair novos investimentos para o desenvolvimento de modelos híbridos flex mais eficientes do ponto de vista energético. 

Investimentos

Os autores do estudo observam que diante da necessidade de atender à demanda por tecnologias de transição, como os híbridos, que se adequam melhor às realidades de mercados emergentes, as montadoras estrangeiras, antes refratárias à produção local destes veículos, passaram a considerar a tecnologia do híbrido flex, especialmente no segundo semestre de 2024. 

Essa tecnologia, que combina motores a combustão e elétricos, oferece uma solução prática e eficiente, garantindo maior autonomia, flexibilidade energética e custos mais acessíveis. Isto consolida o híbrido flex como uma alternativa estratégica para as montadoras atenderem às necessidades do mercado brasileiro, promovendo uma transição viável rumo à eletrificação e ampliando a competitividade do setor automotivo no país. 

Para o período de 2021 a 2030, esses investimentos somam R$ 92,05 bilhões, dos quais 51% estão concentrados em montadoras localizadas no Estado de São Paulo. Entre as 11 montadoras estrangeiras atuantes no país, seis instaladas no parque automotivo paulista já demonstraram interesse na produção de veículos híbridos, buscando garantir, a partir do acesso aos incentivos fiscais, sua maior participação no mercado interno frente ao forte avanço do carro elétrico importado.

Nesse novo contexto, destacam os autores da pesquisa, o Estado de São Paulo tem um papel estratégico devido à relevância de seu parque industrial automotivo e à liderança na produção e inovação no desenvolvimento de biocombustíveis. Sua capacidade industrial e diversidade de fontes energéticas posicionam o Estado como um dos principais agentes na transição para tecnologias mais sustentáveis no setor automotivo. 

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  • Data: 06/03/2025 02:03
  • Alterado:06/03/2025 14:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Seade









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