Escola para Igualdade surge como iniciativa para construir nova história em Diadema

Servidores públicos municipais vão frequentar, durante cinco meses, curso sobre igualdade de classe, gênero e raça e suas relações com o território e meio ambiente

  • Data: 03/03/2023 20:03
  • Alterado: 31/08/2023 19:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de Diadema Assessoria
Escola para Igualdade surge como iniciativa para construir nova história em Diadema

Crédito:Dino Santos/PMD

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“Não existe sociedade justa e fraterna sem igualdade. O mês de março abre um calendário de lutas”. As frases da ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci referem-se ao cenário de violência vivido pelas mulheres ao longo dos anos, a luta constante das mulheres por conquistas e pela efetividade de seus direitos e o mês das mulheres, e foram ditas durante a aula magna do curso de extensão universitária “Escola para Igualdade: Classe, Gênero, Raça e suas Relações com o Território e Meio Ambiente” na manhã desta sexta-feira (03/03), no auditório do Quarteirão da Saúde, em Diadema.

A formação é uma parceria da Universidade Federal do ABC (UFABC) e as secretarias municipais de Educação e Saúde voltada para 130 servidores dessas pastas, além de Cultura, Assistência Social e Cidadania e Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema.

“A gente conquistou o voto, o trabalho, o lugar de fala, nosso lugar nas mesas de negociação, mas ainda tem muita coisa pra conquistar. A gente sofre violência, ganha menos, não estamos em todos os lugares, ainda somos vítimas do machismo. Fico feliz por esse projeto (da Escola para Igualdade) estar em Diadema, somos vanguarda”, afirmou a prefeita em exercício, Patty Ferreira, durante a cerimônia.

Para o professor e um dos coordenadores do curso, Dr Acácio Almeida, a pauta de igualdade já ocorre na prática. “Quero saudar cada um de vocês que confiaram nessa proposta. Diadema é exemplo para uma discussão como esta que estamos iniciando. Estamos num momento de união para reconstrução desse país e a cidade de Diadema traz e pode oferecer bons exemplos”, elogiou.

A mesa de abertura foi composta também pelo representante da Secretaria de Governo, Marcelo Moraes; secretária municipal de Educação, Ana Lucia Sanches; secretário de Saúde, José Antônio da Silva; secretária de Assistência Social e Cidadania, Márcia Barral; diretora da Secretaria de Cultura, Silvana Moura; e vereadora e representante da Câmara Municipal, Lilian Cabrera.

Invisível

Durante a primeira aula, a professora Eleonora Menicucci apresentou os dados da quarta edição da pesquisa “Visível e Invisível” lança luz sobre a vitimização de mulheres no Brasil ocorrida no último ano, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública junto ao Instituto Datafolha e com apoio da Uber.

Segundo o estudo, 33,4% das mulheres brasileiras com 16 anos ou mais já sofreram violência física e/ou sexual por parte do parceiro íntimo ou ex. Esse é um índice maior que a média global (27%) apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A violência psicológica está presente em 32,6% das agressões, seguida de física (24,5%) e sexual (21,1%).

A impressão de que a violência contra as mulheres também cresceu, de acordo com a pesquisa, já que 65,2% das pessoas acham que a violência aumentou no último ano. Além disso, 52% das pessoas relataram ter presenciado algum tipo de violência. “Antes, ninguém relatava nem dizia o que tinha acontecido”, explica a professora. Quatro vezes é o número médio de agressão sofrida pelas mulheres no último ano. Entre as divorciadas, a média chega a nove vezes. As mulheres negras representam 65,6% das agredidas, as brancas 29% e as amarelas 2,3%.

Para a Menicucci, é fundamental ter um ter um governo pautado com um projeto de país. “As desigualdades de classe, racial e de gênero são estruturantes de uma sociedade preconceituosa e discriminadora. O contrário também é estruturante de uma sociedade democrática. As mulheres gritam e nós nos queremos ver. Nenhuma mulher a menos”, ressalta. Por isso, políticas públicas voltadas para combater essa situação é fundamental.

O cumprimento da legislação que protege a mulher, serviços de acolhimento e programa de apoio como a Patrulha Maria da Penha, em Diadema, são positivas. Nesse sentido, a Escola para a Igualdade é uma esperança. “Diadema tem que ser o modelo para mostrar que é possível uma outra forma de educar os indivíduos. Nós construiremos uma bela escola de igualdade para Diadema”

 Curso

As aulas acontecem até 18 de julho. Além de Menicucci e Almeida, o curso terá como docentes a secretária de Educação Ana Lucia Sanches; a diretora do Departamento de Educação Popular da Secretaria de Educação de Diadema, Evelyn Cristina Daniel; a coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Creppir), Marcia Damaceno; e a responsável pela área técnica que trabalha com as populações estratégicas na Secretaria de Saúde do município, Yuri Puello Orozco.

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  • Data: 03/03/2023 08:03
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