Ernesto diz na CPI que não agradeceu à Venezuela pela doação de oxigênio a Manaus

Araújo não fez contato com Venezuela para apoio durante a crise de oxigênio em Manaus

  • Data: 18/05/2021 17:05
  • Alterado: 22/08/2023 22:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: G1, DCM
Ernesto diz na CPI que não agradeceu à Venezuela pela doação de oxigênio a Manaus

Questionado na CPI se agradeceu à Venezuela por doação de oxigênio

Crédito:Reprodução

Você está em:


O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo disse nesta terça-feira (18), em depoimento à CPI da Covid, que não fez nenhum contato com a Venezuela para conseguir o envio de oxigênio do país vizinho para o Amazonas.

Em 19 de janeiro, caminhões enviados pelo governo da Venezuela entregaram em Manaus 100 mil m³ de oxigênio. Documentos obtidos pelo Ministério Público de Contas indicam que 31 pessoas morreram nos dias 14 e 15 de janeiro em Manaus por falta de oxigênio. Além disso, pacientes infectados pela Covid-19 tiveram de ser transferidos para outras cidades.

Questionado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão parlamentar de inquérito, Araújo afirmou que não agradeceu ao país após a chegada dos caminhões que levaram oxigênio para Manaus.

“O senhor agradeceu ao gesto do governo venezuelano?”, perguntou o senador. “Não”, respondeu Araújo.

A resposta também foi negativa quando indagado se havia ligado para alguém na Venezuela a fim de agradecer ao governo venezuelano pelo gesto.

“Não. A doação foi oferecida pelo governo venezuelano”, disse o ex-chanceler ao ser questionado se havia contatado algum representante do país vizinho.

Entre outros pontos, a CPI da Covid investiga o colapso no sistema de saúde de Manaus que ocorreu em janeiro deste ano, em meio a um novo surto de Covid-19 e ao recorde de internações pela doença.

Autonomia

Após as declarações de Ernesto Araújo, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), que é senador pelo Amazonas, afirmou que mortes em Manaus poderiam ter sido evitadas.

“Enquanto estava morrendo gente sem oxigênio em Manaus, o oxigênio da Venezuela estava vindo pela estrada. Um voo da FAB [Força Aérea Brasileira], se o Ministério das Relações Exteriores tivesse interferido, em uma hora ia e voltava”, disse Aziz.

“Não fizeram isso. Enquanto a gente não conseguia um voo – e o desespero era grande – morreu muita gente. Poderiam ter sido evitadas essas mortes se Vossa Excelência tivesse agido”, continuou.

À CPI, o ex-chanceler disse que o Itamaraty “não age de maneira autônoma em temas de saúde”.

“O Itamaraty não tem condições de avaliar o momento e em que condições é necessário proceder a essa ou àquela ação em relação ao sistema de saúde, no caso o suprimento de oxigênio”, disse Ernesto Araújo.

Compartilhar:
1
Crédito:Reprodução Questionado na CPI se agradeceu à Venezuela por doação de oxigênio










Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados