Equipe de Itaquaquecetuba vem a Diadema conhecer o programa Dandara e Piatã
Servidores e assessores da Secretaria de Educação do município do Alto Tietê foram apresentados à metodologia e aos materiais da iniciativa
- Data: 29/06/2023 17:06
- Alterado: 29/06/2023 17:06
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Equipe de Itaquaquecetuba vem a Diadema conhecer o programa Dandara e Piatã
Crédito:André Baldini
Uma comitiva com 13 servidores e assessores da Secretaria de Educação de Itaquaquecetuba, município localizado na região do Alto Tietê, esteve no Centro de Formação Professora Lisete Arelaro, em Diadema, para conhecer o programa Diadema de Dandara e Piatã. A visita, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (29), teve como objetivo apresentar aos servidores a metodologia e os materiais de apoio pedagógico da iniciativa que oferta educação étnico-racial aos estudantes do ensino fundamental da rede municipal diademense.
A equipe foi recebida pela assistente da Secretaria de Educação de Diadema, Vania Vieira, e por uma das coordenadoras do Programa Diadema de Dandara e Piatã, Vivian Viegas. Vania apresentou brevemente os números da Secretaria, que conta com 61 escolas, sendo 18 de ensino fundamental; 3.000 funcionários, 2.300 professores e cerca de 30 mil estudantes. “Mais de 90% das pessoas que trabalham na Secretaria de Educação de Diadema são professores de carreira e isso faz diferença no nosso trabalho”, destacou.
Vivian, por sua vez, explicou a concepção do programa, que hoje faz parte da grade curricular dos estudantes do ensino fundamental, com uma hora aula por semana sobre a temática. São leituras sobre história e cultura indígena e afro-brasileira, além de jogos etnomatemáticos, como o Jogo da Onça e a Mancala Awelé. “Tudo isso faz parte de um esforço para a gente decolonizar o currículo, para a gente não trabalhar apenas a partir do eurocentrismo”, detalhou. “A gente precisa mostrar que a narrativa das pessoas negras no Brasil não começa a partir da escravização. Que a África é um continente com riquezas, com tecnologia, cultura e conhecimento e que a cultura e o conhecimento dos povos indígenas também são importantes”, completou.
A coordenadora falou sobre o processo de escolha dos professores especialistas do programa, de como eles são multiplicadores entre os outros professores da escola onde atuam, para que a educação étnicoracial permeie todos os conteúdos. “Ensinar para as crianças que existe muita potência e força nas pessoas negras, nas pessoas indígenas, é transformador”, completou Vivian.
Diretora do Núcleo Pedagógico da Secretaria de Educação de Itaquaquecetuba, Fernanda Santos se disse “encantada” com o programa apresentado. “Superou e muito as nossas expectativas”, frisou. A diretora afirmou que seu município também tem um grande contingente de população negra, bem como um expressivo número de imigrantes, e que a iniciativa de Diadema é um exemplo de educação que valoriza múltiplas culturas. “Itaquaquecetuba tem lideranças que estão valorizando muito a educação e com certeza muito do que vimos aqui hoje é possível de ser realizado na nossa cidade”, pontuou.
Diretora do Departamento de Educação Especial da Secretaria de Educação de Itaquaquecetuba, Quézia Castro afirmou que assim como Diadema, seu município tem um olhar educacional voltado também para o social. “A gente precisa acolher a pessoa de maneira integral. Ninguém com dor vai conseguir aprender, então a gente primeiro acolhe a dor daquela pessoa”, exemplificou. “A gente viu a qualidade do trabalho, dos materiais, um programa realmente pensado com prioridade”, concluiu.
Vania Vieira usou uma frase do prefeito de Diadema, José de Filippi Junior, para avaliar o encontro. “Como o Filippi sempre diz, ninguém faz nada sozinho. A gente não precisa o tempo todo inventar a roda. Já existem muitas rodas por aí e a gente sempre pode aproveitar, aprofundar, aprimorar”, declarou. “Diadema saiu na frente nessa temática e que bom que nós estamos mostrando que é possível fazer”, completou. Vivian Viegas também avaliou de maneira muito positiva o encontro. “É sempre uma troca riquíssima, uma possibilidade de plantar sementes e tudo que a gente quer é que todas as cidades tenham programas como o Diadema de Dandara e Piatã, nessa construção coletiva e que pode mudar o mundo”, concluiu.