Enfermeira do Hospital Mário Covas debate navegação de pacientes com câncer no Global Forum 2024
Profissional apresentou trabalho sobre acompanhamento humanizado a pacientes com câncer em evento nacional de saúde
- Data: 10/05/2024 10:05
- Alterado: 10/05/2024 10:05
- Autor: Redação
- Fonte: Fundação do ABC
'Mário Covas' integra evento nacional de saúde em Brasília
Crédito:Divulgação
A Fundação do ABC esteve presente na Edição Especial do Global Forum 2024, em Brasília (DF), evento que anualmente discute grandes temas que impactam a saúde no Brasil. Thais Fernandes Cabral Carneiro Xavier, coordenadora de Enfermagem de Oncologia e Clínica Médica do Hospital Estadual Mário Covas (HEMC), em Santo André, representou a instituição, convidada a integrar um painel de debates.
Realizado nos dias 24 e 25 de abril, o Global Forum reúne todos os anos profissionais e autoridades do setor da saúde para discutir políticas e práticas para melhoria do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). A edição deste ano teve como tema central a implementação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, sancionada em 2023.
Thais participou do painel “A navegação do paciente no SUS – muitos entendimentos e poucas certezas”, em que se discutiram estratégias para melhorar o atendimento e tratamento de pacientes com câncer no âmbito do Sistema Único de Saúde.
A profissional apresentou o trabalho desenvolvido no HEMC para orientar e acompanhar os pacientes em tratamento contra a doença. O Hospital conta com projetos como o OncoAcolhe, no qual pacientes novos são recebidos mensalmente pela equipe multiprofissional para conhecer o serviço, estabelecer vínculo e sanar dúvidas.
Além disso, são realizadas oficinas de autocuidado e outras atividades de humanização. Todo caso novo passa também por uma consulta individual de Enfermagem, na qual o paciente recebe orientações sobre seu tratamento e um manual personalizado. Durante toda a jornada, a equipe mantém o paciente informado e responde a eventuais dúvidas.
O HEMC ainda possui um fluxo de priorização para procedimentos, como a passagem de cateter totalmente implantado, visando não atrasar o tratamento. Há também critérios para acionamento da equipe multiprofissional, a fim de evitar o abandono do tratamento, além de visitas integradas entre as equipes de internação e ambulatório para garantir a continuidade do cuidado.
“Cada debatedor apresentou como ocorre a navegação em sua instituição. No mesmo painel, tivemos o privilégio de ouvir a história de uma paciente que foi navegada. Ela nos presenteou com o seguinte poema: ‘Por trás de cada pessoa há uma história; por trás de cada história, uma dor; por trás de cada dor, um remédio; por trás de cada remédio, um princípio; por trás de cada princípio, Deus, e atrás de Deus não existe nada”, disse Thais Fernandes.
Segundo o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), a navegação de pacientes oncológicos é uma metodologia recente, que chegou ao Brasil no início da década de 2010. Desde então, cada vez mais serviços de saúde no País contam com a figura do navegador. Trata-se de uma intervenção para reduzir os atrasos nos acessos aos serviços de saúde e proporcionar um atendimento personalizado durante toda a trajetória do tratamento, configurando um modelo de prestação de cuidados 100% centrado no paciente.
LADO A LADO PELA VIDA
O Global Forum é organizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, uma organização social brasileira dedicada às principais causas de mortalidade no país, como o câncer e doenças cardiovasculares, além de atuar em ações ligadas à saúde do homem. Entre seus mais conhecidos projetos está o do Novembro Azul, em que se busca conscientizar sobre o câncer de próstata.
Em fevereiro de 2023, o instituto doou ao HEMC uma escultura em formato de coração de quase 2 metros, batizada de “Coração Humano”, produzida pela artista plástica Janaína Wagner. A obra foi uma das dez criadas para a exposição “Siga seu Coração”, realizada em São Paulo no ano anterior, com o objetivo de promover a conscientização sobre saúde cardiovascular. Após a exposição, as esculturas foram doadas a hospitais de referência no tratamento de doenças cardíacas e oncológicas.