Encontro marcado
Veterano de três Olimpíadas, o esgrimista Renzo Agresta vai em busca da vaga para os Jogos do Rio
- Data: 22/12/2014 12:12
- Alterado: 22/12/2014 12:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
O currículo de Renzo Agresta impressiona. Aos 29 anos, o esgrimista paulistano já disputou as Olimpíadas de Atenas, Pequim e Londres, e os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, Rio de Janeiro e Guadalajara. Foi ouro individual no Pan-Americano de Esgrima de 2013, em Cartagena, e nos Jogos Sul-Americanos de Santiago, em 2014. Apesar de ter sido eleito oito vezes o melhor esgrimista brasileiro pelo Comitê Olímpico do Brasil – inclusive em 2014 –, tanta experiência não lhe garante a oportunidade mais cobiçada: disputar as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. “Vai ser a principal competição da minha carreira e espero ter o meu melhor resultado”, acredita o atleta do Esporte Clube Pinheiros e sargento do Exército Brasileiro, que é atualmente o 18º melhor do mundo com o sabre.
Presente desde a primeira Olimpíada da era moderna, em 1896, a esgrima é disputada em três categorias: espada, florete e sabre. Além de ser mais curta e mais leve que as outras duas armas, o sabre se caracteriza pela lâmina flexível com dois gumes. Diferentemente do florete e da espada, o esgrimista de sabre tem como objetivo, além de tocar o adversário com a ponta, tocar também com os lados da lâmina. A partir do Pan-Americano de Esgrima de Santiago, em abril de 2015, as competições começarão a contar pontos para as vagas olímpicas. “Quero conseguir a classificação pelo ranking mundial, sem depender de Pré-Olímpico nem das oito vagas a que o Brasil tem direito como anfitrião”, avisa Renzo Paquale Zeglio Agresta, que tem cidadania italiana e chegou a ser campeão italiano na categoria até 23 anos. Esse título foi conquistado na época em que estudava Administração de Empresas na John Cabot University, de Roma, onde morou por três anos. Além de português e italiano, o esgrimista é fluente em inglês e espanhol.
JOGOS CARIOCAS – Como se aproximou da esgrima? Quando percebeu que poderia ser uma atleta de excelência?
RENZO – Comecei em 1997, aos 12 anos. Na época, jogava tênis e hóquei. Fui acompanhar um amigo que iniciaria no Club Athletico Paulistano os treinos na esgrima — depois, o amigo acabou desistindo. Percebi que poderia ter grandes resultados a partir de 2001, quando venci o Campeonato Pan-Americano adulto em Porto Alegre, aos 16 anos. Foi aí que passei a acreditar no meu potencial como esgrimista.
JOGOS CARIOCAS – Quais são seus pontos fortes? E quais fundamentos precisa aprimorar?
RENZO – Meus pontos fortes são a parte tática e psicológica. Na esgrima, gosto muito da necessidade de unir a parte física com a mental. Acredito que preciso melhorar a parte física.
JOGOS CARIOCAS – Como a esgrima influiu no seu jeito de ser?
RENZO – O esporte ajudou a me tornar mais centrado e com mais disciplina. Sem dúvida, a minha personalidade foi se moldando ao longo dos anos graças aos ensinamentos que tive dentro do mundo da esgrima.
JOGOS CARIOCAS – Como é seu ritmo de treinamentos?
RENZO – Treino duas vezes por dia, aproximadamente 6 horas diárias, sendo treino físico pela manhã e a parte técnica na parte da tarde.
JOGOS CARIOCAS – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?
RENZO – Os grandes resultados me trouxeram muitas alegrias. Mas a abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Maracanã lotado, foi mesmo um momento inesquecível.
JOGOS CARIOCAS – O fato das Olimpíadas de 2016 serem “em casa” pode representar uma vantagem para os esgrimistas brasileiros?
RENZO – Sem dúvida, a pressão da torcida vai servir para incentivar os atletas brasileiros e pode assustar os estrangeiros. Temos que tirar vantagem disso. Espero que a organização consiga terminar a tempo as obras e que possamos realizar os Jogos à altura do que o povo brasileiro merece.