Encontro de Artesãos prevê artesanato com a cara de Diadema
Valorização do trabalho local e do patrimônio histórico da cidade são objetivos de rede formada na Casa da Economia Solidária
- Data: 20/03/2024 08:03
- Alterado: 20/03/2024 08:03
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Crédito:André Baldini
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SEDET), por meio da Casa da Economia Solidária, realizou nesta quarta-feira (19) um grande encontro de artesãs e artesãos da cidade, para marcar o Dia Mundial do Artesão – e também lançar uma proposta de fortalecimento do artesanato local. Cerca de 40 pessoas atenderam ao chamado.
“Temos grupos de artesanato que já são incubados aqui na Casa, mas fizemos um convite aberto a todos para que viessem tomar um café conosco e ouvir essa nova proposta,” explicou Fernanda Zita, formadora e uma das coordenadoras da Incubadora Pública de Empreendimentos Populares e Solidários (IPEPS). “A ideia principal é criar uma rede de artesãos e, a partir daí, fortalecer o artesanato local, incorporando nos trabalhos a história, os monumentos, as festas da cidade, enfim, criar um artesanato com a cara de Diadema.”
E por artesanato a Casa da Economia Solidária entende todo e qualquer trabalho que envolva a transformação de materiais em arte, sejam folhas e sementes, até vestuário, acessórios e peças de decoração.
“Ofereceremos aos participantes dessa rede oficinas de patrimônio histórico, de design, de gestão administrativa e financeira, de redes sociais e, por fim, criaremos uma nova feira do artesanato em Diadema, que valorize e divulgue o espírito da cidade,” concluiu a formadora.
“A cidade precisa dialogar, debater as suas questões, como uma espécie de acupuntura urbana,” afirmou o secretário municipal Fábio Nunes, titular da SEDET. “O papel da arte na economia não é o mesmo das mais de mil indústrias do município, ou dos mais de 26 mil MEIs que temos abertos – ainda que muitos de vocês também sejam MEIs -, mas aqui vocês trabalham com a criatividade. Precisamos ter a ousadia de fazer essa economia aparecer, de fazer Diadema aparecer e esse é o papel de todas as pessoas que trabalham comigo na Secretaria de Desenvolvimento e aqui na Casa da Economia Solidária. Esses espaços são de vocês.”
“A gente chama esse processo de incubação porque é exatamente como acontece com os recém-nascidos,” acrescentou Marcelo Lucas, diretor de Trabalho e Economia Solidária da SEDET. “A gente recebe pessoas que querem empreender ou que já são empreendedores e buscam ir mais longe. Nós fazemos todo o processo de orientação, de capacitação, de assessorias e consultorias, com profissionais da área do Direito, da Alimentação, de Gestão Administrativa, Financeira, Contábil, e tudo isso estará a disposição desta rede. É uma equipe qualificada, mas com princípios: Os princípios da Economia Solidária.”
O projeto tem apoio da Secretaria de Cultura: “Essa visão da Economia Solidária é maravilhosa, amplia a noção de artesanato para além da venda e da compra,” celebrou Silvana Moura, da Cultura. “Estamos muito felizes com esta parceria, que vem desde o projeto Feira Feira. E não poderia deixar de ser: Artesanato é sobretudo arte.”
Fazendo arte
Luiza Tochico Hada, 73, estava ali na Casa pela primeira vez. “Faz anos que faço artesanato, mas nunca pus pra vender. Só faço mesmo para a família, para dar de presente. Mas recebi o convite e a proposta me interessou,” contou. Ela, que frequenta o Centro de Convivência Municipal da Pessoa Idosa (CCMI), estava ali com outras participantes que também praticam o artesanato como um passatempo. “Quem sabe com mais espaços pros artesãos a gente não possa participar também, né?”
Já Robson Nascimento, 64, trabalha com artesanato há mais de 10 anos, principalmente estimulando a sustentabilidade junto a coletivos de catadores de recicláveis. “É daí que vem minha arte,” mostrou, exibindo um quadrinho tridimensional de uma rua típica de Diadema. “Antigamente já valorizamos muito mais nossa identidade. Precisamos resgatar isso. Pontos turísticos, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, as comunidades. Fazer com que o público que visite nosso município, leve pra fora não só uma lembrança, mas o nome da cidade.”
“É isso que queremos, fortalecer todas essas pessoas, nos mais diversos segmentos, para que a gente possa ter uma cidade mais sustentável, mais inclusiva, mais igual, com mais oportunidades para quem não nasceu em berço de ouro, como a maioria de nós aqui. Tenho certeza que esse é o embrião de um processo que vai alavancar o nosso trabalho e o trabalho de todos vocês,” resumiu o diretor Marcelo.
Interessados na proposta podem se cadastrar como artesãos no site Coopera Diadema ou procurar diretamente a Casa da Economia Solidária (R. Prof. Evandro Caiafa Esquivel, 127 – Centro – 11 4055-5162).