Empresários estão otimistas, mas ainda segurando investimentos, mostra FecomercioSP
Cenário econômico eleva expectativas com resultados positivos em 2024, embora injeção de recursos nos negócios permaneça estável
- Data: 06/03/2024 10:03
- Alterado: 06/03/2024 10:03
- Autor: Redação
- Fonte: FecomercioSP
FecomercioSP
Crédito:Reprodução
Após a queda no fim do ano passado, o nível de confiança do empresariado paulistano seguiu melhorando em fevereiro, segundo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O indicador cresceu 2% em relação a janeiro, passando de 108 pontos, no primeiro mês do ano, para 110,2 pontos, em fevereiro [gráfico 1]. É o maior resultado desde outubro de 2023, às vésperas da Black Friday, quando o ICEC estava na casa dos 117,2 pontos.
A melhora da conjuntura econômica, diante do ciclo de redução dos juros, assim como a inflação e o endividamento em queda, colabora para deixar os empresários mais otimistas. Além disso, há uma grande expectativa de aumento nas receitas para o setor do Comércio em 2024, motivado pelos resultados do ano passado.
Na comparação com fevereiro de 2023, porém, o indicador caiu 1,9%, o que sinaliza que, no começo do ano passado, as expectativas estavam ligeiramente mais altas.
[GRÁFICO 1]
ÍNDICE DE EXPANSÃO DO COMÉRCIO (ICEC)
Série histórica (12 meses)
Fonte: FecomercioSP
Se alguns números que conformam o ICEC reforçam esse aumento da confiança, como o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) — que mensura a realidade presente do empresariado e subiu significativamente (7,2%), passando de 86,1 pontos, em janeiro, para 92,2 pontos, neste mês, ou mesmo a percepção de avanço da economia brasileira (3,6%) —, outros apontam um cenário ainda de cautela.
O Indicador de contratação de funcionários, por exemplo, ressecou 1,3% em fevereiro, com uma retração ainda mais relevante (-3,8%) na comparação com o mesmo mês do ano passado. No auge do índice, em julho passado, estava na casa dos 119,7 pontos — enquanto, hoje, está em 113,3 pontos, uma queda de 5,3%
Da mesma forma, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), que mede o quanto os players do setor estão dispostos a injetar recursos nos negócios, caiu 2%, apontando que os empresários estão segurando recursos. O nível de investimentos das empresas confirma essa conjuntura, com reduções de 1,5%, na comparação mensal, e de 2,7%, na anual.
ESTOQUES INADEQUADOS
Os empresários paulistanos também seguem receosos quanto ao fluxo dos estoques no início de ano. O índice de Estoques (IE) recuou 0,3%, ao passar de 117,6 pontos, em janeiro, para 117,3 pontos, em fevereiro. No entanto, em comparação a fevereiro do ano passado, o indicador avançou 5%. Ainda assim, a proporção dos empresários que relatam estoques adequados segue maior do que os que alegam inadequação: 56,8% contra 24,7%, respectivamente.
Segundo a FecomercioSP, o ano começou com otimismo, apesar de pedir certa cautela. A Federação orienta que os empresários se planejem para as incertezas econômicas, criem boas estratégias de vendas e façam uma gestão inteligente dos estoques para aumentar as receitas. Optar por liquidações, por exemplo, é uma boa forma de reduzir o volume de produtos com boas conversões. Isso aumenta as receitas e abre espaço para realizar novos investimentos.
BOLETIM DE INVESTIMENTOS | PRINCIPAIS INDICADORES
FecomercioSP
ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO DO COMÉRCIO (ICEC)
PONTUAÇÃO | (%) VARIAÇÃO JAN/FEV | (%) VARIAÇÃO FEV23 – FEV24 |
110,2 | 2 | -1,9 |
ÍNDICE DE EXPANSÃO DO COMÉRCIO (IEC)
PONTUAÇÃO | (%) VARIAÇÃO JAN/FEV | (%) VARIAÇÃO FEV23 – FEV24 |
103,8 | -1,4 | -3,3 |
ÍNDICE DE ESTOQUES (IE)
PONTUAÇÃO | (%) VARIAÇÃO JAN/FEV | (%) VARIAÇÃO FEV23 – FEV24 |
117,3 | -0,3 | 5 |
Notas metodológicas
ICEC
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) contempla a percepção do setor em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do País. São entrevistas feitas em painel fixo de empresas, com amostragem segmentada por setor (não duráveis, semiduráveis e duráveis) e por porte de empresa (até 50 empregados e mais de 50 empregados). As questões agrupadas formam o ICEC, que, por sua vez, pode ser decomposto em outros subíndices que avaliam as perspectivas futuras, a avaliação presente e as estratégias dos empresários mediante o cenário econômico. A pesquisa é referente ao município de São Paulo, contudo sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
IEC
O Índice de Expansão do Comércio (IEC) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011, com dados de cerca de 600 empresários. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, desinteresse e interesse absolutos em expansão de seus negócios. A análise dos dados identifica a perspectiva dos empresários do comércio em relação a contratações, compra de máquinas ou equipamentos e abertura de novas lojas. Apesar desta pesquisa também se referir ao município de São Paulo, sua base amostral abarca a região metropolitana.
IE
O Índice de Estoque (IE) é apurado todo o mês pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de 0 a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques: “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). Como nos dois índices anteriores, a pesquisa se concentra no município de São Paulo, entretanto sendo a sua base amostral considera a região metropolitana.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.