Em Diadema, alimentação escolar vai muito além do prato
Combate ao desperdício, atendimento a restrições alimentares e incentivo à alimentação saudável envolve funcionários das escolas, pais e professores
- Data: 14/11/2024 13:11
- Alterado: 14/11/2024 13:11
- Autor: Redação
- Fonte: PMD
Crédito:Dino Santos
A Divisão de Alimentação Escolar de Diadema fornece 40.162 refeições por dia para cerca de 30 mil estudantes, incluindo atendimento a 365 casos de restrições alimentares e 98 casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os números são realmente grandes, mas os desafios da alimentação escolar nos últimos anos vão muito além de apenas colocar comida no prato.
“Nós avançamos na qualidade dos alimentos ofertados, incluindo ingredientes saudáveis nas preparações dos cardápios, eliminando o açúcar e os alimentos ultraprocessados nas creches”, explica Vanessa Angelo Garcia, chefe de divisão de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação. Ela diz que fazer essa transição é um grande desafio, porque as crianças estão acostumadas, em casa, a consumir alimentos prontos e industrializados, como refrigerantes, salgadinhos e doces com grande quantidade de açúcar e outros ingredientes prejudiciais à saúde. Por isso, a readaptação foi feita com muito cuidado, envolvendo não só os agentes de cozinha, mas também professores e pais, em um processo gradual de reformulação dos cardápios e de reeducação alimentar.
Em uma parceria com a Secretaria de Segurança Alimentar da Prefeitura, o programa Teatro Nutrir conscientiza crianças entre 2 e 9 anos sobre boa alimentação e hábitos saudáveis de higiene, por meio de apresentações com música e bonecos de fantoches. Em formato de melancia, feijão, alface, cenoura, arroz e banana, entre outros, os personagens explicam para a garotada a importância de consumir frutas, verduras e legumes, o que tem dado bons resultados.
Lucas Oliver Gomes do Nascimento, de 9 anos e estudante do 4º ano da EMEB Ministro Francisco Quintanilha Ribeiro, tem deficiência visual e Transtorno do Espectro Autista (TEA), então sempre teve dificuldade para comer na escola. A mãe, Camila Gomes da Silva, conta como o caso foi tratado: “em uma reunião com a divisão de alimentação da Secretaria de Educação, nos propuseram tentar, aos poucos, fazer com que ele comesse na escola. Eu acompanhei nos primeiros três dias e o progresso dele foi incrível, agora ele tem se alimentado de forma saudável e regular. Todo dia tem legumes e frutas, e agora ele come até coisas que antes não comia em casa. Ele está comendo melhor, ganhou peso e eu só tenho a agradecer”.
Outro projeto, implantado em 2023, foi o “Barriguinha Cheia, Desperdício Zero”, que envolve estudantes, funcionários das escolas, professores, coordenadores, diretoras e o Conselho de Alimentação Escolar para combate ao desperdício de alimentos. A conscientização é feita por meio de rodas de conversa sobre o tema, envolvimento dos responsáveis e da comunidade, incentivo para as crianças experimentarem os alimentos, orientação dos agentes de cozinha para fazer o porcionamento adequado e incentivo às escolas para desenvolver atividades relacionadas ao tema.
O controle é feito pelos agentes de cozinha e pelos próprios estudantes por meio de pesagem dos restos de alimentos deixados nos pratos. Além disso, a crianças recebem orientações sobre leitura de rótulos, valor nutricional e aceitabilidade de certos alimentos.
Nos últimos anos foram contratados cerca de 100 agentes de cozinha para a rede municipal de ensino, e o papel deles em todo esse processo é fundamental, já que são eles que têm contato direto com os estudantes no momento das refeições e fazem o porcionamento dos alimentos para as crianças. “Esses profissionais têm que estar preparados para lidar com intolerâncias alimentares, alergias, restrições e preferências, entre outras situações. Por isso, eles passam por formações semestrais onde recebem orientações para incentivar o consumo de alimentos saudáveis, caprichar na apresentação dos pratos e oferecer as refeições de uma forma atraente para cada criança”, finaliza Vanessa