Eduardo Bolsonaro defende a Anistia após atentado em Brasília
Deputado classifica como "distorção" tentativas de associar seu pai, Jair Bolsonaro, ao ataque na Praça dos Três Poderes e critica uso político da tragédia
- Data: 15/11/2024 12:11
- Alterado: 15/11/2024 12:11
- Autor: Redação
- Fonte: Folha
Eduardo Bolsonaro (PL)
Crédito:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, representante do Partido Liberal de São Paulo, divulgou uma nota oficial nesta sexta-feira, 15 de setembro, na qual expressa sua indignação frente ao que classifica como tentativas de associar o recente atentado na Praça dos Três Poderes a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e a seus apoiadores políticos.
Em uma declaração veiculada na plataforma social X, onde se identifica como secretário de Relações Institucionais do PL, Eduardo Bolsonaro descreveu a situação como uma “distorção inaceitável dos fatos”. Segundo ele, tal distorção tem um “propósito malicioso” que visa comprometer o progresso do projeto de lei da Anistia.
Lei da Anistia
A proposta em questão está sob avaliação no Congresso Nacional e tem como objetivo conceder anistia aos envolvidos no ataque golpista de 8 de janeiro de 2023. Aliados acreditam que a medida também pode abranger o ex-presidente Bolsonaro no futuro. Após o atentado ocorrido em Brasília na quarta-feira, 13 de setembro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) manifestaram críticas à proposta, e parlamentares alinhados ao bolsonarismo admitiram a possibilidade de a iniciativa ser inviabilizada.
Eduardo Bolsonaro defendeu que o projeto de Anistia é crucial para promover a pacificação nacional e restaurar a normalidade institucional no Brasil. Ele destacou três pontos que, em sua visão, evidenciam uma tentativa de instrumentalizar o sofrimento da família de Francisco Wanderley Luiz, responsável pelo atentado.
O deputado argumentou que o ocorrido foi um “ato de suicídio” e não uma tentativa deliberada de atacar os Poderes. Acrescentou que Francisco concorreu a vereador pelo PL em 2020 quando Bolsonaro não integrava a legenda e estava coligado ao PDT. Além disso, afirmou que nas redes sociais, Francisco manifestou descontentamento com a polarização política vigente no país, rejeitando tanto Bolsonaro quanto Lula.
“Esse uso oportunista dessa tragédia, sem qualquer empatia pela dor de uma família que acaba de perder um ente querido e pelo choque sentido por milhões de brasileiros, é um reflexo preocupante de um discurso político que perdeu contato com o respeito e dignidade”, declarou Eduardo.
Na conclusão da nota, o parlamentar enfatizou a necessidade de um debate público autêntico e justo baseado em fatos concretos. Criticou ainda o que considera uma manipulação dos eventos trágicos com o intuito de sabotar um projeto de reconciliação nacional, qualificando tal atitude como um “ato de desonestidade” repudiado pelo Partido Liberal.