Doutorado na USCS aborda formação intraempreendedora no setor público

Como se dá o processo de formação intraempreendedora entre pares no setor público utilizando o compartilhamento do conhecimento tácito como um mecanismo desse processo? Essa foi a pergunta que a pesquisa da aluna Bárbara Alessandra Vieira de Brito, do Programa de Pós-graduação em Administração (PPGA-USCS), procurou responder no seu doutorado.  O estudo foi delineado por métodos mistos, sendo a primeira etapa uma abordagem qualitativa realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com servidores vencedores do prêmio “Inovação no Setor Público” e da Rede Informal de Inovação, e a segunda fase foi realizada por meio de um questionário aplicado a servidores públicos de diferentes estados brasileiros.

Bárbara conta que o objetivo geral de seu trabalho foi analisar a formação intraempreendedora no setor público ao utilizar o compartilhamento do conhecimento tácito como um mecanismo desse processo. “É cada vez mais evidente que o intraempreendedor tem sido visto como um agente de inovação, independentemente se a organização é pública ou privada. Essa inovação pode ser apresentada por meio do desenvolvimento de novas tecnologias, reformulação de serviços, melhores estratégias, técnicas administrativas mais atualizadas e melhoria dos processos, o que demanda um servidor capaz de reconhecer e explorar oportunidades, que seja proativo e assuma riscos”, ressalta a pesquisadora.

A doutora em Administração pela USCS explica que intraempreendedores são indivíduos que têm características empreendedoras, mas que atuam como funcionários de uma organização, pode-se presumir que o intraempreendedor aprenda da mesma forma que o empreendedor, pela convivência com os demais intraempreendedores e por suas próprias experiências. “Apesar da importância que o intraempreendedor vem exercendo nas organizações, parece existir ainda uma dicotomia no uso do termo intraempreendedorismo: de um lado o intraempreendedorismo é aplicado para referir-se ao comportamento organizacional, e nesse sentido aproximando-se do conceito de empreendedorismo corporativo; de outro, o termo intraempreendedorismo é utilizado para referir-se ao comportamento de funcionários de uma organização”, observa Bárbara.

“Mesmo perante a necessidade de inovação do setor público e da importante participação do intraempreendedor como ator desse processo, há também inúmeras características específicas do setor que são apresentadas pela literatura como inibidoras do intraempreendedorismo”, explica a administradora de empresas, que justifica a importância de sua pesquisa: “acredito que o trabalho possa contribuir com o avanço da pesquisa nessa área, apresentando uma alternativa de multiplicação do comportamento intraempreendedor a partir do compartilhamento de conhecimento tácito entre pares do setor público”, avalia a pesquisadora da USCS.

Entre os resultados obtidos por sua tese de doutorado, Bárbara destaca alguns. “Ao resgatar a pergunta de pesquisa que motivou esta tese, pode-se afirmar que o compartilhamento de conhecimento tácito tem um papel de relevância no desenvolvimento do comportamento intraempreendedor, por sua influência direta ou mediada pela atitude ou ainda por seu papel mediador incorporando a influência de outros construtos no processo de formação intraempreendedora”, salienta. E completa: “manifestações do estudo exploratório evidenciaram que uma estratégia para alavancar a formação intraempreendedora dos servidores dar-se-ia por meio de trocas de experiências, compondo equipes de trabalho com servidores que já apresentam um perfil mais intraempreendedor e por servidores que ainda não desenvolveram o comportamento intraempreendedor”, conta a ex-aluna do PPGA-USCS.

O acesso à íntegra da tese de doutorado de Bárbara Alessandra Vieira de Brito pode ser feito no link: https://www.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/767.

O Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA da USCS é composto por: Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Administração. Contempla três linhas de pesquisa:  Gestão para o Desenvolvimento e Regionalidade; Gestão Organizacional e Redes Organizacionais e Inovação.