Dólar cai com intervenção do Banco Central e Bolsa avança
Analistas alertam para incertezas fiscais e Selic em alta em 2024.
- Data: 26/12/2024 20:12
- Alterado: 26/12/2024 20:12
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Reprodução
O mercado financeiro brasileiro apresenta uma dinâmica complexa e interligada, refletindo as nuances da economia global e as políticas monetárias internacionais. No último pregão, o dólar registrou uma queda de nível de 0,11%, fechando a R$ 6,177, após uma intervenção significativa do Banco Central (BC), que injetou US$ 3 bilhões no mercado de câmbio. Essa ação visa estabilizar a moeda em meio à alta demanda por dólares, comum no período de final de ano.
A Bolsa de Valores também apresentou um desempenho positivo, com alta de 0,35%, alcançando 121.197 pontos. O BC tem realizado operações regulares para gerenciar a liquidez do mercado e evitar flutuações excessivas na cotação do dólar. Desde o início das intervenções, há duas semanas, já foram realizados leilões totalizando US$ 30,77 bilhões.
Externamente, os investidores monitoram atentamente os rendimentos dos Treasuries americanos, que aumentaram devido a dados econômicos que sugerem um ritmo mais lento de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Esse cenário impacta diretamente o comportamento do dólar frente a outras moedas fortes, enquanto permanece em queda em relação às divisas da América Latina.
Internamente, a preocupação com a política fiscal do governo Lula continua a ser um fator relevante para os investidores. A convocação de uma reunião emergencial na Câmara dos Deputados para discutir questões orçamentárias demonstra uma inquietação sobre o futuro fiscal do país. A dívida pública federal cresceu 1,85% em novembro, atingindo R$ 7.204 trilhões.
Diante desse panorama, as expectativas para a taxa Selic também são elevadas, com previsões de possíveis aumentos em janeiro. A volatilidade no mercado cambial e as incertezas fiscais indicam que o cenário econômico brasileiro requer atenção contínua dos investidores.