Docente da MedABC estuda relação entre desmatamento e transmissão de vírus
Professor de biologia e doenças infecciosas do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em Santo André, Gabriel Zorello Laporta é um dos autores do artigo “How deforestation helps deadly viruses jump from animals to humans” ou “Como o desmatamento ajuda vírus mortais a saltar de animais para humanos”, publicado no […]
- Data: 10/07/2020 14:07
- Alterado: 10/07/2020 14:07
- Autor: Eduardo Nascimento
- Fonte: FUABC
Professor de biologia e doenças infecciosas da FMABC
Crédito:Divulgação/MedABC
Professor de biologia e doenças infecciosas do Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em Santo André, Gabriel Zorello Laporta é um dos autores do artigo “How deforestation helps deadly viruses jump from animals to humans” ou “Como o desmatamento ajuda vírus mortais a saltar de animais para humanos”, publicado no site americano “The Conversation”. Desde 2011 o portal já divulgou cerca de 9 mil artigos e mantém relação acadêmica com pesquisadores de cerca de 625 universidades americanas. O estudo é assinado junto a professora do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), Maria Anice Mureb Sallum, além da professora do curso de Medicina da Universidade da Flórida, Amy Y. Vittor.
A pandemia do novo coronavírus, suspeita de se originar em morcegos e pangolins, jogou luz às contaminações por vírus que saltam da vida selvagem para os seres humanos. O assunto que trata da relação entre desmatamento e doenças zoonóticas — transmitidas de animais para seres humanos — não é considerado novo, mas tem se repetido como padrão cada vez mais recorrente ao longo dos anos.
Segundo o estudo, essas transmissões geralmente ocorrem nas margens das florestas tropicais do mundo, onde o desmatamento está cada vez mais colocando as pessoas em contato com os habitats naturais dos animais. Febre amarela, malária, encefalite equina venezuelana e ebola são algumas das doenças que se espalharam de uma espécie para outra nas margens das florestas. “Como a floresta é degradada aos poucos, os animais que ainda vivem em fragmentos isolados da vegetação natural lutam para existir. Quando os assentamentos humanos invadem essas florestas, o contato do humano com a vida selvagem pode aumentar e novos animais oportunistas também podem migrar”, diz parte do artigo.
Para o docente da FMABC, sob perspectiva global, há a probabilidade de que o surgimento destas doenças tenha aumentado na última década. “São vários os fatores contribuintes para isso. Podemos destacar o crescimento populacional e o consumo de comodities provenientes de desmatamento em florestas tropicais como potenciais causas determinantes. De um lado, temos a projeção de estabilização do tamanho da população humana para as próximas décadas. Por outro, estamos vendo o compromisso de alguns países, por exemplo daqueles pertencentes à União Europeia, em deixar de comercializar produtos oriundos de desmatamento. De todo modo, precisaremos de ações concretas e urgentes para a prevenção de novas epidemias e para permitir a persistência humana no planeta”, completa o pesquisador.
O artigo pode ser acessado na íntegra pelo link https://theconversation.com/how-deforestation-helps-deadly-viruses-jump-from-animals-to-humans-139645.