Diadema sensibiliza equipes de saúde para Gestão Autônoma da Medicação
Escuta acolhedora e informação clara são aliadas para que usuário tenha autonomia e seja corresponsável pelo tratamento terapêutico
- Data: 05/07/2023 15:07
- Alterado: 01/09/2023 00:09
- Autor: Renata Nascimento
- Fonte: PMD
Diadema sensibiliza equipes de saúde para Gestão Autônoma da Medicação
Crédito:Igor Andrade Cotrim
Conhecer como a medicação funciona para cada pessoa no tratamento de saúde e dar a ela a oportunidade de se corresponsabilizar pelo seu projeto terapêutico foram alguns dos objetivos da sensibilização de profissionais de saúde da rede municipal de Diadema sobre Gestão Autônoma da Medicação (GAM), realizada nesta terça-feira (04/07), no auditório do Quarteirão da Saúde (QS).
Durante o encontro, estudantes da Unifesp, membros do PET Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho) e Assistência Farmacêutica apresentaram o Guia da Gestão Autônoma da Medicação e como o método funciona. Por meio de um mediador (trabalhadores e usuários de saúde), é realizada a escuta do usuário sobre aspectos de como se dá o uso de medicação para essa pessoa, se ela tem dúvidas e entende o que está tomando. A partir dessa escuta, é possível acolher e empoderar o usuário na decisão de aceitar ou não aceitar o tratamento, de acordo com a realidade e necessidade de cada caso.
Criado a partir de uma demanda de área de saúde mental, o método proporciona autonomia para que a pessoa possa estabelecer decisões em conjunto com a equipe de saúde, em que os pacientes precisam conhecer melhor os medicamentos utilizados corriqueiramente, seus efeitos desejados e não desejados e saibam que possam decidir se aceitam ou não as diferentes propostas terapêuticas.
“O centro do tratamento não deveria ser a medicação, mas a vida do sujeito, o contexto de vida e outros aspectos. A medicação também como sendo algo que não seria imposto ao paciente, mas algo negociado com o médico. A autonomia é uma das chaves da co-responsabilização por esse cuidado”, explica a psicóloga da Unifesp Nana Silva Foster.
Prática
Aproximadamente 30 profissionais de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre farmacêuticos, psicólogos, assistente social e professora de educação física participaram da discussão. A farmacêutica da UBS Canhema, Thalita Negri, aprovou a formação e afirma que o método pode ser utilizado nas consultas farmacêuticas e nos grupos de orientação. “Quando o usuário está mais consciente do que acontece e tem todas as informações vai aderir melhor ao tratamento ou questionar a medicalização. Pode haver duas situações. Aquela em que o usuário questione: “Será que eu preciso mesmo ou tem alguma alternativa?” ou aquele que fala: “nossa, realmente eu tenho que tomar o medicamento certo, porque eu não estava tomando. Agora vejo o quanto é importante para minha saúde”, pondera.
A sensibilização é resultado da parceria entre Prefeitura e Unifesp Diadema, por meio do PET Saúde, em que alunos da instituição desenvolvem ações de qualificação das equipes para acolher, prestar atendimento e acompanhar os casos de usuários.
“Na realidade, essa orientação já acontece na rede municipal. O GAM é mais uma ferramenta, em detalhes, de como podemos implementar a gestão autônoma no cuidado com o paciente. É um processo de formação para sensibilizar tanto os pacientes quanto os profissionais”, avalia a farmacêutica e responsável pela Coordenação da Assistência Farmacêutica na Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Jacqueline Mayer.
Dispensação
Todas as 20 UBSs contam com farmácia para dispensação de itens da Relação Municipal de Medicamentos (Remume) e profissional farmacêutico responsável.