Desafios climáticos no Brasil: 2025 promete calor extremo e secas ameaçadoras

Especialistas pedem ações urgentes

  • Data: 07/01/2025 09:01
  • Alterado: 07/01/2025 09:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: G1
Desafios climáticos no Brasil: 2025 promete calor extremo e secas ameaçadoras

Sol

Crédito:Paulo Pinto/Agência Brasil

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O panorama climático para o Brasil nos próximos anos apresenta desafios significativos, conforme apontam especialistas consultados. As previsões indicam que 2025 será marcado por temperaturas superiores à média histórica, escassez de chuvas e uma continuidade da seca que afeta diversas regiões do país.

O ano de 2024 já foi caracterizado por fenômenos climáticos extremos, incluindo uma série de incêndios florestais que resultaram em uma densa cobertura de fumaça em várias áreas, além da pior seca registrada na história recente do Brasil. Enquanto isso, o Rio Grande do Sul enfrentou chuvas torrenciais que causaram devastação significativa. Este contexto culminou em 2024 sendo reconhecido como o ano mais quente já documentado.

De acordo com a previsão elaborada pelo Met Office, centro nacional de meteorologia britânico e referência global em climatologia, 2025 deverá ser um dos três anos mais quentes já observados, ficando atrás apenas de 2024 e 2023. Apesar de se esperar uma leve diminuição na intensidade do calor, as temperaturas continuarão em níveis alarmantes.

Os dados provenientes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), aliados às informações do programa europeu Copernicus e do Met Office, apontam para as seguintes expectativas para 2025:

  • Temperaturas acima da média em todo o território nacional;
  • Mudanças nos padrões de precipitação, com índices aquém da média histórica;
  • Oceanos ainda aquecidos;
  • Uma continuidade da seca, acentuada por temperaturas elevadas e baixa pluviosidade.

A elaboração dessas previsões baseia-se em modelos climáticos que permitem a análise detalhada dos dados ao longo de períodos de até três meses. No entanto, os especialistas expressam pessimismo quanto a mudanças que poderiam inverter esse quadro adverso.

O último ano apresentou recordes históricos de calor, com a temperatura global atingindo um aumento de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, segundo o serviço de mudança climática do Copernicus. Os especialistas identificam a crescente concentração de gases de efeito estufa na atmosfera como a principal responsável por esse fenômeno. Desde a década de 1970, o Hemisfério Sul tem registrado um aumento contínuo nas temperaturas.

A influência do fenômeno El Niño também teve um papel significativo no aumento das temperaturas globais. Para 2025, apesar da ausência esperada desse fenômeno, os especialistas garantem que os níveis de calor permanecerão elevados.

O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê que os primeiros meses do ano ainda registrarão temperaturas acima da média em todo o país. As regiões Norte e Nordeste podem enfrentar aumentos entre 0,5°C e 1°C acima da média.

A possibilidade de eventos climáticos extremos continua a ser uma preocupação constante. O passado recente demonstrou a gravidade desses fenômenos; no Rio Grande do Sul, cidades foram severamente impactadas por inundações que resultaram em perda de vidas e destruição significativa. Especialistas afirmam que esses desastres estão intimamente relacionados ao aquecimento dos oceanos.

A especialista Regina Rodrigues alerta sobre as dificuldades crescentes na previsão desses desastres devido às rápidas mudanças no clima. Ela enfatiza que os oceanos estão retendo calor excessivo, aumentando a umidade atmosférica e resultando em chuvas mais intensas e curtas.

Em relação à situação hídrica no Brasil, embora houvesse expectativa para a formação da La Niña — fenômeno que normalmente traz chuvas adicionais — essa ocorrência se mostrou fraca e sem grande impacto nas precipitações. Meteorologistas afirmam que as chuvas devem permanecer abaixo da média nos primeiros meses do ano.

A seca atual já dura mais de um ano e meio e continua a afetar diversas regiões brasileiras, resultando em consequências econômicas graves e comunidades isoladas. As previsões não indicam alívio imediato dessa situação crítica.

Diante desse cenário desolador, especialistas ressaltam a necessidade urgente de ações voltadas à mitigação das mudanças climáticas. Com a Conferência do Clima das Nações Unidas programada para acontecer em Belém, espera-se que novas diretrizes sejam estabelecidas visando à redução das emissões de gases poluentes.

Além disso, é imperativo que as cidades adotem medidas para se tornarem mais resilientes frente aos desastres naturais iminentes. A falta de infraestrutura adequada em algumas localidades contribui para agravar os efeitos das calamidades climáticas.

A conclusão é clara: o Brasil deve se preparar para enfrentar um futuro próximo repleto de desafios climáticos exacerbados pela ação humana e pela inércia diante das transformações necessárias para proteger seu território e sua população.

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  • Data: 07/01/2025 09:01
  • Alterado:07/01/2025 09:01
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