Crescimento de 12,9% no Crédito Livre em 2024: O Que Isso Significa para as Famílias?

Crescimento de 12,9% nas concessões de crédito em 2024: Banco Central destaca aquecimento econômico e desafios com juros altos.

  • Data: 27/01/2025 16:01
  • Alterado: 27/01/2025 16:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Crescimento de 12,9% no Crédito Livre em 2024: O Que Isso Significa para as Famílias?

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De acordo com dados recentes divulgados pelo Banco Central, as concessões de crédito livre para pessoas físicas apresentaram um expressivo crescimento de 12,9% em 2024. Este aumento, divulgado na segunda-feira (27), supera o índice de 9,8% registrado no ano anterior, indicando uma tendência de recuperação no setor financeiro.

Os números apresentados refletem valores ajustados, que visam atenuar a influência de fatores sazonais, como variações no número de dias úteis. Ao final do ano passado, o saldo total de crédito livre às famílias atingiu R$ 2,2 trilhões, com uma expansão anual de 12,3%, contrastando com a variação de 8,4% observada em 2023. O Banco Central havia previsto um crescimento de 11,5% para este segmento.

Dentre os segmentos que se destacaram nesse crescimento estão os cartões de crédito à vista, empréstimos pessoais não consignados e financiamentos para veículos. Em dezembro, os novos empréstimos liberados para famílias totalizaram R$ 290,9 bilhões em recursos livres, representando um aumento de 2,6% em relação ao mês anterior.

Esse aumento no crédito ocorre em um contexto de juros altos, impulsionado por um ciclo de elevações nas taxas. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a Selic foi elevada para 12,25% ao ano. A situação apresenta um desafio para o Banco Central, que busca desacelerar a economia e conter a inflação. A ata da reunião anterior já indicava que fatores fiscais e a expansão do crédito estavam atenuando os impactos das políticas monetárias.

Renato Baldini, chefe-adjunto do departamento de Estatísticas do BC, relaciona o robusto aumento das concessões de crédito com o aquecimento da atividade econômica observada em 2024. O Banco Central estima um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 3,5%, após diversas revisões para cima.

Baldini também comenta que a percepção dos tomadores de crédito é que, apesar da alta nas taxas, muitos ainda consideram viável prosseguir com projetos relacionados à expansão dos negócios ou à aquisição de bens.

Em termos de taxas médias, o juro aplicado nas operações com recursos livres alcançou 53%, apresentando uma leve queda de 0,9 ponto percentual ao longo do ano. As modalidades consignadas e os cartões de crédito parcelados mostraram reduções nas taxas. A maior participação das operações à vista nos cartões foi crucial para essa diminuição.

No entanto, as taxas no rotativo dos cartões continuam elevadas, chegando a 450,5% ao ano em dezembro. Esta taxa representa um aumento em relação ao mês anterior e uma alta acumulada ao longo do ano. Desde janeiro de 2024 está vigente uma nova norma que limita a dívida acumulada dos consumidores que atrasam o pagamento das faturas.

Para as empresas, as taxas médias fecharam 2024 em 22,1%, com um acréscimo significativo devido ao aumento nos custos associados ao capital de giro e à antecipação das faturas dos cartões.

As estatísticas mostram que o saldo total das operações de crédito no sistema financeiro chegou a R$ 6,4 trilhões em 2024, marcando um crescimento robusto de 10,9% em comparação ao ano anterior. Este avanço foi impulsionado tanto pelas concessões às empresas quanto às famílias.

No entanto, o setor também enfrentou desafios: todas as submodalidades do crédito consignado apresentaram queda nas concessões em dezembro. Baldini atribui esse fenômeno a fatores sazonais e ao comportamento dos bancos frente à alta das taxas.

Além disso, o Conselho Nacional de Previdência Social aumentou recentemente o teto dos juros para empréstimos consignados a 1,80% ao mês, refletindo as pressões inflacionárias e as necessidades financeiras da população.

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  • Data: 27/01/2025 04:01
  • Alterado:27/01/2025 16:01
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  • Fonte: Folhapress









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