Conselho dos Direitos das Mulheres de Diadema tem nova diretoria
Com representantes da sociedade civil e poder público, Conselho quer mais políticas de apoio às mulheres e a redução da violência
- Data: 06/02/2024 18:02
- Alterado: 06/02/2024 18:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: PMD
Crédito:André Baldini
O Conselho dos Direitos das Mulheres de Diadema elegeu nesta terça-feira, 6 de fevereiro, sua nova diretoria. A nova presidenta, a GCM Ana Rosa dos Santos de Jesus, disse que o atual desafio é levar para a população da cidade, principalmente na periferia, a informação que a entidade existe e que serve para auxiliar as mulheres. “Muitas vezes elas não sabem onde procurar ajuda”, afirmou, logo depois da posse da nova direção do Conselho no plenarinho da Câmara Municipal.
“Esse é o nosso principal objetivo. A mulher vítima de violência precisa ter conhecimento do que a gente pode fazer para ela superar as dificuldades”, comentou Ana Rosa. Ela comentou que as dificuldades são imensas, mas que existe toda uma rede de apoio às mulheres como a Casa Beth Lobo. “A mulher precisa querer mudar de vida e procurar ajuda. Nada é impossível, pois, juntas, nós podemos superar qualquer dificuldade”, ensinou.
Além da escolha de Ana Rosa para a presidência, o Conselho elegeu Maria Ivanilza Costa para a vice-presidência; Glória de Jesus Lima para a 1ª secretaria; e Solange Oliveira Silva para a 2ª secretaria.
Ivanilza representa as mulheres negras e indígenas no Conselho e tem longo histórico de trabalho em prol da equiparação de gênero. “O Conselho é importante para a redução da violência contra a mulher. A gente quer diminuir esse índice de violência e não só em Diadema”, explicou.
Ela foi uma das fundadoras da Casa Beth Lobo e está no décimo mandato no Conselho. “Muitas vezes a mulher sofre violência doméstica, patrimonial, física e moral, e tem medo de dizer NÃO. Nós precisamos levar nossas ideias onde estão esses problemas”, afirmou.
Ao contrário da veterana Ivanilza, Solange Silva está em seu primeiro mandato no Conselho e representa as Promotoras Legais Populares. Ela disse que existe a necessidade de desenvolver mais políticas públicas voltadas a solucionar os problemas das mulheres. “Elas têm dificuldade de conciliar os horários da creche ou da escola com seu trabalho, e normalmente a folga dela é no domingo e não existe tempo para cuidar da saúde”, enumerou.
Se essa mulher for mãe solo e alicerce da família – comentou – as dificuldades aumentam ainda mais. Solange disse que ninguém melhor do que a mulher para mostrar o que ela precisa. “Se elas sabem as dificuldades que passam e quais os problemas do dia a dia, elas podem também mostrar a solução”.
A professora Glória de Jesus Lima, eleita para a 1ª secretaria, disse que o Conselho fortalece a luta das mulheres contra o racismo institucional. “A gente só consegue superar obstáculos participando, não há outra maneira. A gente leva esse debate como formiguinha, vamos costurando e tecendo colcha de retalhos com essas conotações”, afirmou
Com quatro filhos e quatro netos, Glória dissemina em todo lugar as funções do Conselho e a necessidade de aumentar a participação feminina nos fóruns de decisões e nas definições das políticas públicas. “Tempos de ir à luta, temos de questionar, falar, insistir e não desanimar. Temos de ser um povo insistente, persistente e resistente”, completa.