Com força ou com jeito
Terceira no ranking mundial, Aline Silva Ferreira é uma das grandes esperanças brasileiras na Luta Olímpica
- Data: 26/01/2015 08:01
- Alterado: 26/01/2015 08:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
2014 foi um ano inesquecível para a lutadora Aline Silva Ferreira. Sargento da Marinha e atleta do Sesi, da cidade paulista de Osasco, Aline ganhou a medalha de ouro no Grand Prix da França e nos Jogos Sul-Americanos do Chile, foi medalha de prata no Mundial de Tashkent, no Uzbequistão, e ainda foi Campeã Mundial Militar, nos Estados Unidos. Antes da conquista no Uzbequistão, o Brasil jamais tinha subido ao pódio em Mundiais, seja nos estilos Livre e Greco-romano, disputados apenas pelos homens, ou na Luta Feminina. Atenta aos resultados, a United World Wrestling, entidade internacional da Luta Olímpica, colocou Aline na terceira colocação do ranking mundial da categoria até 75 kg da Luta Feminina – a melhor posição já alcançada por uma lutadora brasileira. “Em julho, vou ao Pan de Toronto e o meu foco é a Rio-2016. Nosso treinamento vai continuar”, avisa Aline, que anteriormente já tinha sido vice-campeã no Mundial Júnior, em 2006, e medalha de prata no Pan de Guadalajara, em 2011.
Atualmente, Aline se divide entre os treinos no Sesi de Osasco e as atividades da seleção brasileira no Cefan, centro de Educação Física da Marinha, no Rio de Janeiro. “Praticava judô em 2002 e meu professor Joanilson Rodrigues me incentivou a experimentar a Luta Olímpica. Gostei e não parei mais. Mas só percebi que poderia ser uma atleta de ponta quando conquistei a medalha de prata no Campeonato Mundial Júnior, em 2006”, lembra a paulistana de 28 anos, que considera a força o seu ponto alto nas lutas. “Já os ataques com as pernas são o fundamento que preciso melhorar até as Olimpíadas do Rio”, avisa Aline. Mas 2015 está aí para isso mesmo…
JOGOS CARIOCAS – Como a luta influi no seu jeito de ser?
ALINE – Acho que foi o meu jeito de ser que influiu no meu modo de lutar. Sou bastante agitada e levo isso para o tapete de lutas.
JOGOS CARIOCAS – Qual é o lado mais interessante de ser uma lutadora? E a parte chata?
ALINE – Acho que lutar na seleção brasileira é realizar o sonho que tive para minha vida. A coisa chata é ter que estar 100% dedicada o tempo todo e ficar longe da família.
JOGOS CARIOCAS – Como é a sua rotina, num dia comum? Como é seu ritmo de treinamentos?
ALINE – Treino duas vezes por dia. Nossa folga é no domingo. Geralmente realizamos uma atividade física e outra no tapete de lutas, onde treinamos a parte técnica.
JOGOS CARIOCAS – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?
ALINE – A conquista do vice-campeonato Mundial em Tashkent, no Uzbequistão.
JOGOS CARIOCAS – O que espera das próximas Olimpíadas? Já sonhou com os Jogos Rio 2016?
ALINE – A gente espera o melhor resultado sempre e treinamos duro para isso. Ainda não sonhei com as Olimpíadas do Rio.
JOGOS CARIOCAS – O fato das Olimpíadas de 2016 serem “em casa” pode representar uma vantagem para os lutadores brasileiros?
ALINE – Sem dúvida, vamos ter nossos parentes e amigos perto da gente e nos empurrando da arquibancada. Essa força pode ser aquele algo a mais que decide uma medalha.
JOGOS CARIOCAS – Como avalia que está a organização dos Jogos Rio-2016?
ALINE – Como moro em São Paulo, não consigo acompanhar como está a organização do evento. O local da nossa competição ainda está em obras. Mas tenho certeza que os Jogos do Rio serão inesquecíveis.
JOGOS CARIOCAS – O que você diria para uma menina que queira se iniciar na Luta Feminina?
ALINE – As artes marciais nos proporcionam maior segurança e auto confiança. Além do mais, num mundo cada vez mais sedentário, qualquer atividade física é sempre bem-vinda. Faz bem para a saúde. E o corpo agradece.