Citigroup erra e credita US$ 81 trilhões a cliente; entenda o ‘quase acidente’ financeiro
A informação foi revelada por um relatório interno do banco e confirmada por fontes que tiveram acesso aos detalhes do incidente
- Data: 28/02/2025 22:02
- Alterado: 28/02/2025 22:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
No último mês de abril, o Citigroup se viu em uma situação embaraçosa ao creditar inadvertidamente a quantia exorbitante de US$ 81 trilhões na conta de um cliente, quando a intenção era realizar uma transferência de apenas US$ 280. A informação foi revelada por um relatório interno do banco e confirmada por fontes que tiveram acesso aos detalhes do incidente, conforme reportado pelo Financial Times.
Em resposta ao ocorrido, o banco destacou que seus mecanismos de controle foram eficazes em detectar rapidamente o erro, permitindo a reversão da transação antes que qualquer fundo fosse transferido para fora da instituição. A falha inicial ocorreu devido à falta de atenção de um funcionário responsável pelo processamento dos pagamentos e de um segundo colaborador encarregado da verificação da transação.
Foi somente 90 minutos após a realização da transferência que um terceiro funcionário notou discrepâncias nos saldos das contas, acionando os procedimentos corretivos. O Citigroup reafirmou ao Financial Times que, embora não tenha havido consequências financeiras para o banco ou seu cliente, o episódio evidencia a necessidade de aprimorar os processos manuais e avançar na automação dos controles internos.
O chamado “quase acidente”, que ocorre quando um erro é cometido mas os fundos são recuperados antes de causar danos, foi reportado ao Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, e ao Office of the Comptroller of the Currency. De acordo com dados internos do Citigroup, o banco registrou 10 desses quase acidentes envolvendo valores superiores a US$ 1 bilhão no ano passado, uma redução em comparação aos 13 ocorridos no ano anterior.
O Financial Times observa que não existem estatísticas abrangentes sobre a frequência desses incidentes no setor bancário americano, já que não há obrigatoriedade de relato desses eventos aos reguladores. Especialistas indicam que ocorrências desse tipo com valores superiores a US$ 1 bilhão são consideradas raras.
O incidente surge em um momento crítico para o Citigroup, que está sob crescente escrutínio regulatório em relação à eficácia de seus processos de gerenciamento de risco.