Cia São Jorge comemora 25 anos com apresentações de Festa dos Bárbaros no Teatro Paulo Eiró
Coletivo paulistano faz circulação pela cidade de São Paulo de sua mais recente montagem que reúne 24 artistas, entre atores e músicos.
- Data: 28/05/2024 08:05
- Alterado: 28/05/2024 08:05
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Reinaldo Meneguim RJM
Dando início as comemorações de 25 anos de trajetória teatral, a Cia. São Jorge de Variedades traz de volta à cena o espetáculo FESTA DOS BÁRBAROS. Com direção de um trio de mulheres – Georgette Fadel, Patrícia Gifford e Paula Klein Flecha Dourada – a montagem sobre a Jurema Sagrada e a luta dos povos originários apresenta um coro, entre atores e músicos, de 24 artistas, que realizam junto ao público uma grande festa.
As sessões gratuitas começam na área externa do Teatro Paulo Eiró nos dias 8 e 9 de junho, sábado e domingo, às 15h. Na sequência, dias 15 e 16 de junho, sábado, às 15h e domingo, às 11h, o espetáculo acontece na Casa de Cultura do Butantã. Já nos dias 22 e 23 de junho, sábado e domingo, às 15h, as apresentações ocorrem na Comunidade Cultural Quilombaque e nos dias 29 e 30 de junho, sábado e domingo, às 15h, na área externa do Teatro Flávio Império.
Ancestralidade, tempo mítico, luta, cultura e sabedoria dos povos originários e afro-ameríndios do território brasileiro integram a pesquisa da Cia. São Jorge de Variedades para a criação de FESTA DOS BÁRBAROS. Contemplado pela 42ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura, o espetáculo se estrutura a partir dos estudos sobre A Revolta dos Bárbaros [guerra que durou mais de 70 anos e que envolveu diversas etnias indígenas em confronto com os colonizadores no sertão nordestino brasileiro] e a Cosmologia da Jurema Sagrada [árvore da caatinga do nordeste que para diversos povos indígenas é guardiã de cultura e ciência, em rituais de cura e conexão com a ancestralidade].
FESTA DOS BÁRBAROS acompanha a história da fuga de um casal, cujo o homem é acusado de assassinar um policial. Na fuga, o casal faz uma peregrinação pela cidade até encontrar uma região de mata, onde se depara com Malunguinho, uma entidade sagrada dos terreiros de Jurema, que caminha por três mundos. A partir de então, o casal é apresentado aos aspectos sagrados, profanos, culturais e identitários da Jurema em celebração com o público e o cruzamento com a geografia local.
Para Paula Klein Flecha Dourada, FESTA DOS BÁRBAROS toma como ponto de partida a Jurema Sagrada e a luta dos povos originários para instaurar novos pontos de vista sobre a realidade. “O espetáculo aborda muitos outros assuntos, como questões relacionadas ao sagrado e ao profano, à ancestralidade, ao respeito à multiplicidade da vida, à luta por dignidade e respeito às diferenças, à instauração de modos coletivos de sobrevivência, à celebração da vida, à afirmação de identidades e culturas minoritárias e excluídas”, explica a diretora e atriz.
Cantos e narrativas
A música é um dos pilares dramatúrgicos e parte fundamental da encenação. A pesquisa realizada pelos integrantes da Cia. São Jorge de Variedades ao tema da Jurema, encontrou uma infinidade de canções, cantadas nos cultos e presentes na cultura popular, que farão parte do espetáculo. A pesquisa musical também contempla a aproximação com a música indígena e afro-brasileira, o uso do maracá como instrumento, além da criação de novas composições, já que grande parte das canções será cantada em coro.
A cenografia será composta por uma série de mesas que formam um cruzeiro e uma árvore da jurema, além de uma cobra de 20 metros. Segundo a atriz e diretora Patrícia Gifford, a Cia. São Jorge de Variedades deseja através da proposição desse projeto criar uma obra cênica que seja capaz de trazer à memória os saberes de alguns desses povos originários por meio de cantos e narrativas.
“A despeito da tentativa colonial de promover sua adequação ao mundo do trabalho, à conversão à fé cristã católica e uma educação aos moldes das sociedades ditas civilizadas, não conseguiu forjar o completo apagamento dos elementos e práticas culturais identitárias. Esperamos que este novo trabalho seja uma forma de louvação à nossa ancestralidade indígena, que a História oficial teima em esconder”, argumenta Patrícia Gifford.
Trajetória em exposição
Com o intuito de preservar a memória e apontar novos caminhos a partir dos pilares que constituíram a sua história, a Cia. São Jorge de Variedades propõe a criação da exposição itinerante São Jorge 25 Anos, que reunirá alguns materiais recolhidos do acervo da companhia.
Com projeto e execução de Julio Dojcsar e coordenação geral de Rogério Tarifa, a exposição acompanhará as apresentações do espetáculo FESTA DOS BÁRBAROS. O público terá acesso a fotos e processos de peças, trechos das dramaturgias, músicas, desenhos, publicações, objetos de cena, maquetes e figurinos, além de imagens dos espaços que receberam a São Jorge e foram importantes na formação do pensamento do grupo em busca de uma arte coletiva, coral e pública.
Oficinas criativas
Com o objetivo de instaurar um ambiente para a experimentação teatral e o compartilhamento de saberes, tendo como inspiração o processo de criação e estudos do espetáculo FESTA DOS BÁRBAROS, a Cia. São Jorge de Variedades realiza uma série de oficinas gratuitas nos mesmos equipamentos públicos, na semana em que o espetáculo será apresentado.
Privilegiando aspectos de composição coral, jogos de conexão, composição no espaço, canto e danças populares, a ideia é que os interessados possam interagir com o espetáculo, seja como participantes do coro ou como público brincante.
Nos dias de apresentação do espetáculo os participantes acompanharão todo o processo da São Jorge, como a chegada e preparação dos artistas, da equipe técnica e da montagem do espaço, além de trocar experiências com a equipe de produção, com a equipe de cenografia e figurino e com o elenco, culminando com a vivência do espetáculo em si, no qual serão integrados de maneira orgânica, desenvolvida durante toda a semana. “Nesses dias, os participantes poderão ter acesso a todas as instâncias da criação da nossa festa e da organização da Cia. com a mediação e atenção dos próprios artistas”, adianta Paula Klein Flecha Dourada.
FESTA DOS BÁRBAROS
Com a Cia. São Jorge de Variedades.
Dias 8 e 9 de junho, sábado e domingo, às 15h.
Teatro Paulo Eiró (área externa) – Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro, São Paulo.
Dias 15 e 16 de junho, sábado, às 15h e domingo, às 11h.
Casa de Cultura do Butantã – Av. Junta Mizumoto, 13 – Jardim Peri Peri, São Paulo.
Dias 22 e 23 de junho, sábado e domingo, às 15h.
Comunidade Cultural Quilombaque – Travessa Cambaratiba, 05 – Perus, São Paulo.
Dias 29 e 30 de junho, sábado e domingo, às 15h.
Teatro Flávio Império (área externa) – Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba, São Paulo.
180 minutos | Livre | Gratuito.
Oficinas
De 4 a 9 de junho, terça a sexta, das 17h às 21h e sábado e domingo, das 10h às 18h.
Teatro Paulo Eiró (área externa) – Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro, São Paulo.
Com Laruama Alves, Marcelo Reis, Fernanda Machado e Girlei Miranda.
De 11 a 16 de junho, terça a sexta, das 9h às 13h e sábado e domingo, das 10h às 18h.
Casa de Cultura do Butantã – Av. Junta Mizumoto, 13 – Jardim Peri Peri, São Paulo.
Com Valmir Sant’Anna, Marcelo Reis, Alexandre Krug e Girlei Miranda
De 18 a 23 de junho, terça a sexta, das 18h30 às 22h30 e sábado e domingo, das 10h às 18h.
Comunidade Cultural Quilombaque – Travessa Cambaratiba, 05 – Perus, São Paulo.
Com Valmir Sant’Anna, Alexandre Krug, Rafael Bicudo e Girlei Miranda
De 25 a 30 de junho, terça a sexta, das 9h às 13h e sábado e domingo, das 10h às 18h.
Teatro Flávio Império (área externa) – Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba, São Paulo.
Com Fernanda Machado, Ronny Abreu, Laura La Padula e Girlei Miranda
Inscrições gratuitas pelo formulário – bit.ly/4dKIqtU