China tem aumento drástico de casos após mudança da política ‘covid zero’
País flexibilizou na semana passada as restrições drásticas, após quase três anos de tentativa de erradicar o vírus por completo
- Data: 14/12/2022 19:12
- Alterado: 14/12/2022 19:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Os protestos contra a política de tolerância zero contra a covid na China surtiram efeito e as pessoas não têm mais medo de dizer que contraíram a doença, o que antes era tabu no país. No entanto, o número de casos disparou e a verdadeira dimensão desse aumento é “impossível” de rastrear, segundo as autoridades de saúde, por conta do fim das políticas contra a covid.
Pequim, com seus 22 milhões de habitantes, é particularmente afetada pela atual onda de contágios, que se propagou a uma grande velocidade nos últimos dias. A situação provoca um choque na China, pois apenas uma parcela mínima dos 1,4 bilhão de habitantes do país testaram positivo para covid-19 desde o início da pandemia no final de 2019.
O país flexibilizou na semana passada as restrições drásticas, após quase três anos de tentativa de erradicar o vírus por completo. O governo decretou o fim da internação automática em centros de quarentena para pessoas que testam positivo para o vírus e interrompeu as campanhas em larga escala de testes PCR, que eram quase obrigatórios.
Como consequência, o número de pessoas que fazem testes diminuiu consideravelmente e a notificação de novos casos caiu, o que dá a falsa impressão de uma situação melhor.
A Comissão Nacional de Saúde afirmou, no entanto, que os dados não refletem mais a realidade. “Muitas pessoas assintomáticas não fazem mais exames PCR, o que torna impossível determinar com precisão o número real de pessoas assintomáticas infectadas”, afirma um comunicado.
A grande maioria dos chineses agora opta por testes de farmácia e muitos casos não são registrados pelas autoridades.
O presidente da China, Xi Jinping, chega para a terceira sessão plenária do 13º Congresso Nacional do Povo, em Pequim. O parlamento chinês votou pela abolição de limites para o mandato presidencial, abrindo o caminho para que Xi continue no poder.