Chevrolet S10 LTZ 2.5 flex – Racionalmente radical

Com recursos “off-road” e bom acabamento, versão LTZ 2.5 flex 4x4 automática custa bem menos que as configurações a diesel da Chevrolet S10

  • Data: 12/06/2019 09:06
  • Alterado: 12/06/2019 09:06
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix
Chevrolet S10 LTZ 2.5 flex – Racionalmente radical

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Pela capacidade de permitir a flexão do chassi, as picapes sobre longarinas são consideradas as mais capacitadas para o “off-road” pesado. Durante muito tempo, só existiam no Brasil picapes sobre longarinas com motor a diesel. Até que, em 2007, a Chevrolet lançou a S10 Flex, capaz de rodar com gasolina ou etanol. Por uma década, a S10 bicombustível foi oferecida apenas com câmbio manual. Só em 2017 surgiu a opção flex automática, com direito a uma configuração 4×4 com acabamento mais sofisticado, a LTZ 2.5. Oferecida atualmente por R$ 138.990, a S10 LTZ 2.5 flex 4X4 automática se posiciona em uma faixa de preços abaixo das variantes com tração nas quatro rodas e motores a diesel – custa exatos R$ 50 mil a menos que a versão 2.8 turbodiesel com o mesmo acabamento LTZ. Uma diferença expressiva de preço, que dá para levar para casa também um Onix LT manual na cor branco sólido (R$ 48.090) e ainda embolsar quase R$ 2 mil de troco.

O motor 2.5 SIDI Flex com injeção direta de combustível entrega 206 cavalos a 6 mil giros e 27,3 kgfm de torque a 4.400 rpm, com etanol. A potência máxima fica ligeiramente acima da versão com o motor a diesel Duramax 2.8 CDTI, com seus duzentos cavalos. Contudo, o torque da configuração a diesel é 87% maior – robustos 51 kgfm. De resto, os recursos de ambas as versões são praticamente idênticos, inclusive a transmissão automática de 6 velocidades com tecnologia Clutch to Clutch que, de acordo com os engenheiros da marca, deixa o câmbio com agilidade semelhante à de um automatizado de dupla embreagem. Na S10 LTZ 2.5 flex 4×4 automática, a transmissão usa o mesmo hardware da versão diesel automática, mas com uma programação específica. Segundo as avaliações do Inmetro, a picape obteve médias de 5,3/6,1 km/l com etanol na cidade/estrada e 8,1/9,1 km/l abastecida com gasolina, nas mesmas condições. Os resultados se traduziram na nota C na categoria e D no geral, que aparecem estampadas na ENCE – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia.

Em termos estéticos, a S10 preserva o visual robusto e agressivo da geração lançada em 2012, modernizado pelo “facelift” apresentado no Brasil há três anos, inspirado na Chevrolet Colorado norte-americana e alinhado à atual identidade dos utilitários da marca. Na versão LTZ, as luzes diurnas de leds se destacam no farol e deixam a picape com visual mais contemporâneo e agressivo. As rodas de 18 polegadas com interior escurecido dessa configuração reforçam a elegância.

A lista de itens de série da S10 LTZ 2.5 flex 4×4 automática é digna de um utilitário esportivo. Inclui direção elétrica progressiva, alerta de colisão frontal e de saída de faixa, assistente de partida em rampa, controle eletrônico de estabilidade e tração, luzes em leds atrás e na frente e banco do motorista com ajustes elétricos. A central multimídia com tela sensível ao toque de oito polegadas interage com Andoid Auto e Apple CarPlay e traz GPS próprio. Na linha 2020 da S10, o sistema OnStar incorporou uma nova conveniência – agora, para clientes que têm smartphone com sistema operacional Android, é possível enviar indicações de lugares e estabelecimentos diretamente do Waze ou Google Maps para a tela do veículo. Outra novidade da linha 2020 da picape é o apoio de cabeça central do banco traseiro.

Apesar de o preço de R$ 138.990 estar longe de ser considerado barato, a versão LTZ flex automática da picape média da Chevrolet consegue se posicionar favoravelmente não apenas em relação às configurações a diesel, como também em relação a sua principal concorrente flex, a Toyota Hilux SRV 4×4 automática, que parte de R$ 143.290. Ainda mais porque a rival da marca japonesa produzida na Argentina, com seu motor Dual VVT-i 2.7 L 16 V DOHC de 163 cavalos e 25 kgfm com etanol, é 21% menos potente e tem um torque 8% menor.

EXPERIÊNCIA A BORDO

SUV com caçamba
Vista de dentro para fora, está cada vez mais difícil diferenciar uma picape média de cabine dupla de um utilitário esportivo. Os espaços internos são os mesmos e o conforto, as tecnologias e até as “mordomias” inerentes aos SUVs topo de linha já chegaram às picapes há tempos. Na Chevrolet S10 LTZ 2.5 flex 4×4 automática, o aspecto rústico inerente às picapes médias é atenuado por “pitadas” de sofisticação, como o uso de couro nos revestimentos. Os plásticos rígidos continuam lá, porém a maioria dos revestimentos são agradáveis ao toque. Há uma quantidade generosa de porta-trecos. A central multimídia tem tela sensível ao toque e interage com smartphones com sistema Android e IOS. O banco do motorista conta com ajustes elétricos que facilitam a tarefa de encontrar a melhor posição de dirigir.

O volante multifuncional é prático e a transmissão automática facilita a vida de quem dirige, principalmente nos inexoráveis engarrafamentos do cotidiano urbano. Sistemas semiautônomos de assistência ao motorista, como alerta de colisão frontal e de saída de faixa, dão uma contribuição efetiva em termos de segurança. Para reforçar esse aspecto, tem ainda a direção elétrica progressiva, o assistente de partida em rampa e o controle eletrônico de estabilidade e tração. E o sistema OnStar, com serviços de concierge e demais funções, aparece em sua configuração mais recente.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

Utilitário de múltiplas utilidades
Seja com etanol ou com gasolina no tanque, o motor 2.5 da S10 LTZ flex 4×4 automática move sem dificuldades os 1.934 quilos da picape, embora sem a “exuberância” das versões a diesel, que oferecem um torque brutalmente maior. Se não esbanja vigor, o “powertrain” da S10 flex permite retomadas convincentes e ultrapassagens sem sustos. O câmbio automático de 6 velocidades gerencia bem a atividade do motor e entrega performances convincentes, tanto no uso urbano quanto nas rodovias. No “off-road”, a picape flex também mostra valentia, com os modos 4×4 e reduzida ajudando a dar conta de transpor a maioria dos obstáculos, sem vacilar ou dar sinais de fadiga. Além do preço menor, outra indiscutível vantagem das versões flex em relação às a diesel é a redução no nível de ruído e de trepidação do motor, fazendo com que a dirigibilidade dessa versão se assemelhe ainda mais com um carro de passeio.

A flexibilidade de uso da S10 LTZ flex 4×4 é tamanha que o motorista quase se esquece de seus incomuns 5,41 metros de comprimento – para quem dirige, o veículo nem parece assim tão longo. A direção é leve nas manobras de estacionamento, no entanto, oferece a necessária consistência em alta velocidade. Todavia, a S10 é uma picape média sobre longarinas, com uma carroceria alta e uma suspensão elevada. Ou seja, as rolagens de carroceria são inevitáveis e perceptíveis em curvas mais fechadas feitas de forma acelerada. Os sistemas semiautônomos de assistência, como os alertas de colisão frontal e de saída de faixa, assim como os controles eletrônicos de tração e de estabilidade, ajudam a corrigir qualquer eventual “empolgação” do motorista. Como em qualquer picape, é sempre prudente redobrar a atenção ao percorrer trechos sinuosos em alta velocidade, principalmente quando se está com a caçamba vazia.

FICHA TÉCNICA

Chevrolet S10 LTZ 2.5 Flex 4×4 automática
Carroceria: Picape cabine dupla montada sobre longarinas com quatro portas e cinco lugares. 5,41 metros de comprimento, 1,87 metro de largura, 1,78 metro de altura e 3,10 metros de distância de entre-eixos.
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, longitudinal, 2.457 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, duplo comando variável de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível.
Transmissão: Câmbio automático com 6 marchas à frente e uma a ré. Tração traseira com acoplamento de 4×4. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência: 197 cavalos a 6.300 rpm com gasolina e 206 cavalos a 6 mil rpm com etanol.
Torque: 26,3 kgfm com gasolina e 27,3 kgfm com etanol, sempre a 4.400 rpm.
Diâmetro e curso: 88 mm x 101 mm. Taxa de compressão: 11,2:1
Suspensão: Dianteira independente com braços articulados, molas helicoidais, barra estabilizadora e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados. Traseira com feixe de molas semielípticas de dois estágios e amortecedores hidráulicos e pressurizados. Oferece controle de estabilidade.
Pneus: 265/60 R18.
Freios: Dianteiros por discos ventilados e traseiros a tambor. ABS com EBD de série.
Peso: 1.934 kg.
Capacidade de carga: 816 kg.
Tanque de combustível: 76 litros.
Produção: São José dos Campos/SP.
Preço: R$ 138.990.

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