Chegou a hora do EcoSport retomar a liderança?

Lançado em 2003, o Ford EcoSport foi uma das grandes apostas da filial brasileira da marca americana. Pela primeira vez, uma marca de automóveis resolvia produzir um utilitário esportivo sobre a plataforma de um hatch compacto. E assim, o Eco foi o criador do hoje tão popular segmento dos SUVs compactos. Pioneiro que foi e já em sua segunda geração, o Ford seguia praticamente inabalável até o final de 2014, quando fechou o ano na liderança do segmento de SUVs, com mais de 54 mil unidades comercializadas no País.

O ano de 2015, porém, foi cruel com o EcoSport. Percebendo o potencial desta fatia de mercado, a Honda apostou no segmento e lançou naquele ano o HR-V. Já a Jeep inaugurou a fábrica de Goiana (PE) com o moderno Renegade, lançado pouco tempo antes no exterior. O resultado foi notado no final daquele ano: o Ford caiu para a quarta posição do segmento, com 33.861 unidades emplacadas, sendo superado até pelo espartano (porém espaçoso) Renault Duster, seu concorrente desde 2011 e que o havia superado apenas uma vez no balanço anual de vendas, em 2012. No final das contas, o Ford acabou sofrendo com o aumento da concorrência, que só aumentou de 2015 para cá, com o lançamento de Nissan Kicks, Renault Captur e do Honda WR-V. Do EcoSport, uns criticavam o acabamento, que ficava abaixo dos novos concorrentes em termos de sofisticação. Outros, sentiam falta de um sistema multimídia mais sofisticado. E não ajudava muito o fato do câmbio automatizado PowerShift ter sofrido com diversos problemas de confiabilidade.

Da liderança, o SUV da Ford passou a brigar pelo terceiro ou quarto posto do segmento. Mas nesta terça-feira (25), a marca mostrou que quer retomar a ponta e apresentou a renovada linha 2018 do EcoSport, que além do novo visual estreia com modificações mecânicas e novos equipamentos, alguns deles exclusivos no segmento.

O visual é o mesmo lançado no exterior no ano passado e inclui uma nova frente e um interior todo modificado, com novos painel emborrachado, quadro de instrumentos, bancos e o sistema multimídia SYNC 3, compatível com Android Auto e Apple CarPlay e com vistosas telas de 6,5 polegadas ou 8 polegadas instaladas no topo do painel. Na lista de equipamentos, o Ford passa a contar em todas as versões com sete airbags, fixação Isofix, controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, monitor de pressão dos pneus e sensor de estacionamento. Na topo de linha Titanium, as novidades são os faróis de xenônio, quadro de instrumentos com tela TFT e os assistentes de ponto cego e de tráfego cruzado.

Na mecânica, as mudanças foram ainda mais profundas. Sai de cena o câmbio automatizado de dupla embreagem PowerShift e entra em seu lugar um automático convencional de seis marchas, com opção de trocas manuais. Os motores também são novos: um 1.5 flex de três cilindros e 137 cv e o 2.0 flex com injeção direta e 176 cv, o mesmo usado no médio Focus e que é o mais potente da categoria.

A versão SE do EcoSport 2018 sai por R$ 73.990 (manual) e R$ 78.990 (automático). Já a intermediária FreeStyle parte de R$ 81.490 (manual) e R$ 86.490 (automática). Ambas são equipadas com o motor 1.5 flex. Já a topo de linha Titanium custa R$ 93.990 e sai de fábrica apenas com o motor 2.0 e o câmbio automático.

Além do visual atualizado e da lista bem mais recheada de itens de série, a Ford decidiu adotar uma política de preços agressiva para o EcoSport 2018. Para efeito de comparação, o Honda HR-V vai de R$ 80.900 (LX manual) até R$ 107.900 (Touring), enquanto o Renegade vai de R$ 72.990 (1.8) até R$ 136.990 (Trailhawk Diesel).

Respondendo à pergunta do título, o EcoSport 2018 tem qualidades para voltar ao topo. Ganhou novo visual, conteúdo e preços agressivos. Mas a última palavra, como sempre, será do consumidor.